Drag Queens e a arte de ser mulher: a mulher ex-siste e a Drag resiste

• Autor(a) principal: Seiler, Gabriela Utumi
• Data de Publicação: 2022
• Tipo de documento: Trabalho de conclusão de curso
• Idioma: por
• Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_SP
• Texto Completo: https://repositorio.pucsp.br/jspui/handle/handle/27764
• topic: CNPQ::CIENCIAS HUMANAS::PSICOLOGIA; Drag queens; Expressão de gênero; Psicanálise; Fórmula da sexuação; Gênero; Estudos Queer

A Drag Queen será o foco desta pesquisa teórica, que tem como objetivo analisar esta performance sob a ótica da psicanálise lacaniana, utilizando o método de pesquisa bibliográfica. Para isso, foi feito um levantamento histórico da trajetória desta performance até adquirir um caráter de destaque na comunidade LGBTQIA +, além da importante participação nas conquistas de direitos desta mesma comunidade; ademais, será abordado o histórico da Cultura Ballroom, e do que ela trata. A performance Drag é, então, diferenciada das vivências transexuais e travestis, a partir de uma breve explicação sobre os termos gênero, identidade de gênero e expressão de gênero, de modo a situar a performance Drag na discussão atual sobre estes temas, particularmente dentro da teoria psicanalítica. Tudo isso será realizado com o aporte teórico do campo de Estudos Queer, o qual será colocado em diálogo com a teoria psicanalítica posteriormente. Para abordar este fenômeno sob a ótica psicanalítica, realizou-se uma revisão teórica das concepções acerca da sexualidade, passando pela teoria de Freud, para chegar à Lacan e sua fórmula da sexuação, que será a base para a discussão de como a famosa frase de Lacan “a mulher não existe” se relaciona com a performance Drag. Conclui-se que a performance Drag, nos diferentes contextos de resistência e luta por direitos dos quais participou, colocou-se como um ato de contestação enfática às imposições das normas de gênero e sexualidade artificialmente criadas e violentamente reiteradas ao longo dos últimos quinhentos anos. Através de suas montações, as Drag Queens acessam uma parcela da sexualidade reservada ao “outro” sexo, unificando em um só ser a dualidade socialmente construida de masculino/feminino