Redenção e deformidade - A poética do estranhamento como discurso teológico da modernidade
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Teoliterária |
Texto Completo: | https://revistas.pucsp.br/index.php/teoliteraria/article/view/52474 |
Resumo: | O processo psicológico da identificação emocional com o herói é o paradigma dominante da civilização literária ocidental desde a sua descrição na Poética de Aristóteles como mecanismo básico da receção da obra por parte do leitor/espetador, e a sua adoção como vetor primário daquela edificação moral prezada na antiguidade clássica e na tradição cristã como função antropológica essencial da literatura.Gesto fundador da modernidade literária a partir, pelo menos, do fim do século XIX, numa inovação que seria teorizada sistematicamente na dramaturgia do estranhamento de Bertolt Brecht, a rutura com este paradigma implica uma mudança radical não apenas do discurso antropológico veiculado pela literatura e da interpretação do seu papel como agente moral, mas também do discurso teológico por ela implícita ou explicitamente desenvolvido.Com referência final à obra de duas escritoras símbolo desta evolução como Flannery O Connor e Clarice Lispector, focalizar-se-á o núcleo teológico da poética do estranhamento, de desativação da identificação empática com o protagonista: é através da intolerável, repugnante, deformidade (moral e estética) do ser humano que a redenção se manifesta como ocorrência, imprevisível e humanamente impossível, da Graça, como abismo incompreensível em que a transcendência se abre caminho, derrubando todo o raciocínio, toda a expetativa, toda a lógica. Porque a redenção é Graça, não Lei |
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Redenção e deformidade - A poética do estranhamento como discurso teológico da modernidadeIdentificação. Estranhamento. Repugnância. Deformidade. Redenção. Poética. Aristóteles. Flannery O’Connor. Clarice LispectorO processo psicológico da identificação emocional com o herói é o paradigma dominante da civilização literária ocidental desde a sua descrição na Poética de Aristóteles como mecanismo básico da receção da obra por parte do leitor/espetador, e a sua adoção como vetor primário daquela edificação moral prezada na antiguidade clássica e na tradição cristã como função antropológica essencial da literatura.Gesto fundador da modernidade literária a partir, pelo menos, do fim do século XIX, numa inovação que seria teorizada sistematicamente na dramaturgia do estranhamento de Bertolt Brecht, a rutura com este paradigma implica uma mudança radical não apenas do discurso antropológico veiculado pela literatura e da interpretação do seu papel como agente moral, mas também do discurso teológico por ela implícita ou explicitamente desenvolvido.Com referência final à obra de duas escritoras símbolo desta evolução como Flannery O Connor e Clarice Lispector, focalizar-se-á o núcleo teológico da poética do estranhamento, de desativação da identificação empática com o protagonista: é através da intolerável, repugnante, deformidade (moral e estética) do ser humano que a redenção se manifesta como ocorrência, imprevisível e humanamente impossível, da Graça, como abismo incompreensível em que a transcendência se abre caminho, derrubando todo o raciocínio, toda a expetativa, toda a lógica. Porque a redenção é Graça, não LeiPontifícia Universidade Católica de São Paulo2021-04-15info:eu-repo/semantics/articleinfo:eu-repo/semantics/publishedVersionapplication/pdftext/htmlhttps://revistas.pucsp.br/index.php/teoliteraria/article/view/5247410.23925/2236-9937.2021v23p51-116Teoliteraria - Journal of Literatures and Theologies (On Line) ISSN 2236-9937; Vol. 11 No. 23 (2021): Teotopias - Lugares de encontro entre teologias e literaturas; 51-116Teoliteraria - Revista de Literaturas y Teologías (On Line) ISSN 2236-9937; Vol. 11 Núm. 23 (2021): Teotopias - Lugares de encontro entre teologias e literaturas; 51-116TEOLITERARIA - Revista de Literaturas e Teologias; v. 11 n. 23 (2021): Teotopias - Lugares de encontro entre teologias e literaturas; 51-1162236-9937reponame:Teoliteráriainstname:Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)instacron:PUC_SPporhttps://revistas.pucsp.br/index.php/teoliteraria/article/view/52474/35036https://revistas.pucsp.br/index.php/teoliteraria/article/view/52474/38955Copyright (c) 2021 TEOLITERARIA - Revista de Literaturas e Teologiashttps://creativecommons.org/licenses/by/4.0info:eu-repo/semantics/openAccessBartolomei, Teresa2021-04-15T12:01:27Zoai:ojs.pkp.sfu.ca:article/52474Revistahttps://revistas.pucsp.br/teoliterariaPRIhttps://revistas.pucsp.br/teoliteraria/oaialex@teoliteraria.com||teoliteraria@teoliteraria.com2236-99372236-9937opendoar:2021-04-15T12:01:27Teoliterária - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP)false |
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