Sugestão de criação de um festival de cinema de mulheres em Portugal, a partir da leitura de Annette Kuhn
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2012 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Galáxia (São Paulo) |
Texto Completo: | https://revistas.pucsp.br/index.php/galaxia/article/view/8193 |
Resumo: | Para Annette Kuhn, docente da Universidade de Lancaster e investigadora de estudos fílmicos, o interesse e envolvimento nas teorias feministas do cinema começou em 1974 - ano em que foi convidada para assistir a uma mostra de filmes feministas, em Nottingham. Segundo afirma, o que mais a impressionou então foi o facto de aqueles não serem apenas filmes sobre mulheres (mulheres vulgares, trabalhadoras, donas de casa, mães), mas também de mulheres. Desta forma, percebeu que, até àquele momento, todo o prazer que havia retirado do visionamento de filmes tinha dependido enormemente da sua identificação com personagens masculinos: “Eu colocava-me, de facto, na posição do homem, do herói, para poder desfrutar – ou talvez mesmo compreender – os filmes.” (Kuhn, 1982: ix). A postura assumida exigia portanto uma negação de si mesma enquanto espectadora, mulher e feminista. É este o ponto de partida para a defesa de uma proposta cinematográfica: a da criação, em Portugal, de um festival de cinema feminino, exclusivamente dedicado à exibição de obras de mulheres realizadoras. Investir na formação de públicos, devidamente sensibilizados para algumas das questões teóricas do feminismo no cinema, deveria ser um objectivo central na sua constituição. |
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