Estratégias de enfrentamento das mulheres frente à violência intrafamiliar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Vincensi, Jaqueline Goulart
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_RS
Texto Completo: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/480
Resumo: O presente estudo, de natureza qualitativa, teve como objetivo geral analisar de que forma o Programa de Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI) contribui na identificação e na ruptura de processos de violência vivenciados por mulheres em situação de violência doméstica e familiar, nas suas diferentes expressões (psicológica, física, sexual, patrimonial e moral). Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com 11 sujeitos: a) três mulheres vinculadas ao Programa de Atendimento Especializado a Famílias e Indivíduos (PAEFI) do Centro de Referência Especializado em Assistência Social (CREAS) do município de Porto Alegre, que vivenciaram a violência intrafamiliar e b) 8 profissionais do respectivo serviço e de uma ONG que disponibilizava o serviço anteriormente à implementação do Sistema Único de Assistência Social (SUAS). As entrevistas foram gravadas e transcritas e posteriormente submetidas à análise de conteúdo de Bardin. A análise foi norteada pelo método dialético crítico, embasada nas categorias propostas por Marx, que seriam: totalidade, contradição, historicidade. Os resultados sugerem que as mulheres utilizam diversas estratégias de enfrentamento para rompimento da violência intrafamiliar, desde a confrontação direta com o agressor, até a busca de apoio na rede informal e formal (rede de serviços socioassistenciais, saúde e jurídicos). Neste percurso, as mulheres sofrem diversas violações, desde a falta de acolhida e respeito, demora nos trâmites legais, entre outros. Conclui-se que existe a urgente necessidade de políticas públicas intersetoriais que dêem conta das principais necessidades apontadas pelas mulheres e profissionais, destacando principalmente, a autonomia financeira, essencial para o rompimento da violência. Além disso, a violência de gênero requer um rompimento de uma cultura que ainda atribui à mulher a responsabilidade principal pelo cuidado da família, contribuindo para a visão de que a mulher é culpada pela violência sofrida e/ou pela falha na proteção dos filhos. Os dados dessa pesquisa contrariam esta visão, pois sugerem que as mulheres não são coniventes ou passivas diante da violência.
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