Extensão da zona de contato e potencial hibridação entre Alouatta caraya e Alouatta guariba clamitans na região de São Francisco de Assis, RS

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Silva, Felipe Ennes
Data de Publicação: 2010
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Biblioteca Digital de Teses e Dissertações da PUC_RS
Texto Completo: http://tede2.pucrs.br/tede2/handle/tede/196
Resumo: A ocorrência de zonas de contato da distribuição de espécies de Alouatta e sua provável hibridação foram recentemente descritos para A. palliata e A. pigra no México e A. caraya e A. guariba clamitans no sul do Brasil e nordeste da Argentina. O presente estudo avaliou a extensão de uma dessas zonas de contato e potencial hibridação (Cerro dos Negros) na região de São Francisco de Assis, Estado do Rio Grande do Sul, Brasil. Foram realizados levantamentos populacionais em cinco áreas localizadas no entorno do Cerro dos Negros, onde foram obtidos 108 avistamentos durante 80 dias de campo e 387 km percorridos. Foram identificados 12 grupos de A. caraya, dos quais um continha indivíduos classificados como híbridos com base na coloração em mosaico de sua pelagem, e 17 grupos de A. guariba clamitans, dos quais sete continham indivíduos potencialmente híbridos. Também foram avistados cinco grupos mistos com híbridos e quatro grupos formados exclusivamente por indivíduos híbridos. Os indivíduos com pelagem em mosaico eram machos adultos, fêmeas adultas ou imaturos. Ao todo, 44,6% dos indivíduos avistados foram classificados como A. guariba clamitans puros, 30,8% como A. caraya puros e 24,5% como provavelmente híbridos. Apesar de A. caraya formar grupos maiores que A. guariba clamitans em alopatria, o tamanho dos grupos avistados nesse estudo foi semelhante, independente da área de estudo e de sua composição ser monoespecífica ou conter híbridos. A razão entre infantes e fêmeas adultas também foi semelhante entre esses tipos de grupos, o que permite sugerir que a hibridação não está comprometendo o processo reprodutivo. Embora análises genéticas sejam necessárias para confirmar o status de híbrido ou puro dos bugios dos grupos avistados, bem como sua fertilidade, o presente trabalho mostrou que a zona de contato é mais extensa e que a hibridação entre esses táxons parece ser comum nessas áreas de simpatria.
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