"The Thing Itself": A Indústria do Património em England, England de Julian Barnes
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2008 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/30331 |
Resumo: | Usando como pano de fundo uma fantasia distópica situada temporalmente algures no início do terceiro milénio, a obra de Barnes partilha com muitos romances britânicos recentes, bem como com trabalhos das áreas da história cultural e da crítica literária (Easthope), a atracção pela anglicidade, ou melhor, pelos mitos, tradições e atitudes consideradas “tipicamente” inglesas. Sátira à indústria do património (Hewison) e meditação sobre as memórias histórica e pessoal, o romance England, England constitui uma reflexão sobre a convivência da nação inglesa com o passado, sobre o processo de recordação criativa e selectiva denominada invenção da tradição (Hobsbawm e Ranger), no fundo, sobre a problemática da anglicidade e da autenticidade. No âmbito deste ensaio, o enfoque recairá sobre a representação que England, England tece de uma nação que, sob a forma de parque temático histórico, transacciona único recurso economicamente viável de um Império fragmentado: o passado. Assim, entendendo cultura enquanto manifestação comum traduzível em práticas colectivas significativas (Williams 6, Said xvii), analisaremos como a cultura inglesa se reinventa através da valorização pública, sob a forma de património nacional, do passado. Qual é o sentido de património que serve de base à obra de Barnes? A resposta a esta interrogação constituirá o objecto da primeira parte deste artigo, onde pretendemos colocar questões baseadas numa matriz teórica em que se articulam anglicidade e património, bem como autenticidade e memória. Ao incorporar mitos e lendas do passado cultural inglês, o romance explora o processo de invenção da tradição que intervém em qualquer retrato da memória e da identidade nacionais. Assim, numa segunda parte do artigo, salientando a relação entre autêntico e réplica, examinaremos como são desconstruídas em England, England a noção de autenticidade histórica e, através da paródia, a tradição inventada conhecida como anglicidade. |
id |
RCAP_0087a9e87195425d413b37c77ec02a5e |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.ul.pt:10451/30331 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
"The Thing Itself": A Indústria do Património em England, England de Julian BarnesBarnes, Julian, 1946-..... England, EnglandHeritage industryCultural industriesCultural studiesBritish literatureMuseum studiesPostmodern literatureUsando como pano de fundo uma fantasia distópica situada temporalmente algures no início do terceiro milénio, a obra de Barnes partilha com muitos romances britânicos recentes, bem como com trabalhos das áreas da história cultural e da crítica literária (Easthope), a atracção pela anglicidade, ou melhor, pelos mitos, tradições e atitudes consideradas “tipicamente” inglesas. Sátira à indústria do património (Hewison) e meditação sobre as memórias histórica e pessoal, o romance England, England constitui uma reflexão sobre a convivência da nação inglesa com o passado, sobre o processo de recordação criativa e selectiva denominada invenção da tradição (Hobsbawm e Ranger), no fundo, sobre a problemática da anglicidade e da autenticidade. No âmbito deste ensaio, o enfoque recairá sobre a representação que England, England tece de uma nação que, sob a forma de parque temático histórico, transacciona único recurso economicamente viável de um Império fragmentado: o passado. Assim, entendendo cultura enquanto manifestação comum traduzível em práticas colectivas significativas (Williams 6, Said xvii), analisaremos como a cultura inglesa se reinventa através da valorização pública, sob a forma de património nacional, do passado. Qual é o sentido de património que serve de base à obra de Barnes? A resposta a esta interrogação constituirá o objecto da primeira parte deste artigo, onde pretendemos colocar questões baseadas numa matriz teórica em que se articulam anglicidade e património, bem como autenticidade e memória. Ao incorporar mitos e lendas do passado cultural inglês, o romance explora o processo de invenção da tradição que intervém em qualquer retrato da memória e da identidade nacionais. Assim, numa segunda parte do artigo, salientando a relação entre autêntico e réplica, examinaremos como são desconstruídas em England, England a noção de autenticidade histórica e, através da paródia, a tradição inventada conhecida como anglicidade.Associação Portuguesa de Estudos Anglo-AmericanosRepositório da Universidade de LisboaMendes, Ana Cristina2018-01-08T20:34:14Z20082008-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/30331porMendes, AC. (2008) ‘The Thing Itself’’: A Indústria do Património em England, England de Julian Barnes”, Op. Cit: A Journal of Anglo-American Studies, 10, 101-116.0874-1409info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:22:51Zoai:repositorio.ul.pt:10451/30331Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:45:56.291811Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
"The Thing Itself": A Indústria do Património em England, England de Julian Barnes |
title |
"The Thing Itself": A Indústria do Património em England, England de Julian Barnes |
spellingShingle |
"The Thing Itself": A Indústria do Património em England, England de Julian Barnes Mendes, Ana Cristina Barnes, Julian, 1946-..... England, England Heritage industry Cultural industries Cultural studies British literature Museum studies Postmodern literature |
title_short |
"The Thing Itself": A Indústria do Património em England, England de Julian Barnes |
title_full |
"The Thing Itself": A Indústria do Património em England, England de Julian Barnes |
title_fullStr |
"The Thing Itself": A Indústria do Património em England, England de Julian Barnes |
title_full_unstemmed |
"The Thing Itself": A Indústria do Património em England, England de Julian Barnes |
title_sort |
"The Thing Itself": A Indústria do Património em England, England de Julian Barnes |
author |
Mendes, Ana Cristina |
author_facet |
Mendes, Ana Cristina |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Repositório da Universidade de Lisboa |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Mendes, Ana Cristina |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Barnes, Julian, 1946-..... England, England Heritage industry Cultural industries Cultural studies British literature Museum studies Postmodern literature |
topic |
Barnes, Julian, 1946-..... England, England Heritage industry Cultural industries Cultural studies British literature Museum studies Postmodern literature |
description |
Usando como pano de fundo uma fantasia distópica situada temporalmente algures no início do terceiro milénio, a obra de Barnes partilha com muitos romances britânicos recentes, bem como com trabalhos das áreas da história cultural e da crítica literária (Easthope), a atracção pela anglicidade, ou melhor, pelos mitos, tradições e atitudes consideradas “tipicamente” inglesas. Sátira à indústria do património (Hewison) e meditação sobre as memórias histórica e pessoal, o romance England, England constitui uma reflexão sobre a convivência da nação inglesa com o passado, sobre o processo de recordação criativa e selectiva denominada invenção da tradição (Hobsbawm e Ranger), no fundo, sobre a problemática da anglicidade e da autenticidade. No âmbito deste ensaio, o enfoque recairá sobre a representação que England, England tece de uma nação que, sob a forma de parque temático histórico, transacciona único recurso economicamente viável de um Império fragmentado: o passado. Assim, entendendo cultura enquanto manifestação comum traduzível em práticas colectivas significativas (Williams 6, Said xvii), analisaremos como a cultura inglesa se reinventa através da valorização pública, sob a forma de património nacional, do passado. Qual é o sentido de património que serve de base à obra de Barnes? A resposta a esta interrogação constituirá o objecto da primeira parte deste artigo, onde pretendemos colocar questões baseadas numa matriz teórica em que se articulam anglicidade e património, bem como autenticidade e memória. Ao incorporar mitos e lendas do passado cultural inglês, o romance explora o processo de invenção da tradição que intervém em qualquer retrato da memória e da identidade nacionais. Assim, numa segunda parte do artigo, salientando a relação entre autêntico e réplica, examinaremos como são desconstruídas em England, England a noção de autenticidade histórica e, através da paródia, a tradição inventada conhecida como anglicidade. |
publishDate |
2008 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2008 2008-01-01T00:00:00Z 2018-01-08T20:34:14Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/article |
format |
article |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10451/30331 |
url |
http://hdl.handle.net/10451/30331 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.relation.none.fl_str_mv |
Mendes, AC. (2008) ‘The Thing Itself’’: A Indústria do Património em England, England de Julian Barnes”, Op. Cit: A Journal of Anglo-American Studies, 10, 101-116. 0874-1409 |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Associação Portuguesa de Estudos Anglo-Americanos |
publisher.none.fl_str_mv |
Associação Portuguesa de Estudos Anglo-Americanos |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799134382963818496 |