Do desenho sentimental à “Platea Urbs”

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Roman, Stefani Mihaela
Data de Publicação: 2020
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10071/22103
Resumo: O conceito de paisagem enquanto gerador de projeto tem conduzido a uma ambivalência contextual, entre o seu carácter mais visual e o sistema de relações que a constituem. Analisou-se o território como ponto de partida para o projeto, numa tentativa de solucionar as rupturas urbanas e por oposição criar continuidade. A investigação surge na sequência do estudo do Complexo Desportivo do Vale do Jamor, área com características muito peculiares em relação à sua paisagem e topografia. Uma paisagem caracterizada um cenário povoado por reminiscências de paisagens de outrora, que o plano do Estádio Nacional absorveu. Assume-se a paisagem como uma construção cultural, um palimpseto, resultante de uma concepção temporal na qual os diversos elementos estão interligados no espaço e no tempo. O (re)-olhar para as pré-existências, como fragmentos de uma realidade de outrora, é reavivar os seus valores, as suas memórias e a sua função urbana na articulação entre o complexo, a envolvente e a cidade, como um todo. Entende-se a paisagem do Jamor como um meio que estabelece um profícuo diálogo entre passado e presente, enquanto nos aponta os caminhos para o futuro. A paisagem é o produto complexo resultante das diversas metamorfoses, e não apenas de uma imagem. Desta forma a área de intervenção acopla dois conceitos-chaves: paisagem e território. Ambos são complementares, na medida em que, a concepção da paisagem resulta da construção do território. Entende-se o território como um sistema, formado por elementos inter-relacionados que o configuram, como um conjunto de componentes interdependentes que constituem um todo, ao invés de uma mera soma de partes. Põe-se em evidência uma visão unitária do território, através do estudo da implantação de uma constelação de mirantes que pretende valorizar pontos de vista privilegiados sobre a paisagem. Pretende-se assim, uma continuidade com a cidade, uma topografia sentimental, ou seja, um sistema que interligado com a memória crie uma paisagem do tempo. Os Miradouros são construções que possibilitam um conjunto de pontos de vista (mirantes) sobre o território. Construções que funcionam como um momento suspenso no tempo, onde se revelam os vários estratos temporais do território. Imagens de um tempo ambíguo e elemento de leitura territorial evocado por um dispositivo que enaltece o carácter multi sensorial da sua percepção, promovendo o cruzamento do cenário observado com a própria experiência física do observador, onde os fragmentos visuais, sonoros, olfativos e tácteis se fundem num todo. A proposta de projeto procura uma re-interpretação e re-invenção da paisagem tal como se tratasse de uma geografia afectiva. Do desenho sentimental à “Platea Urbs” advém do observar e interpretar a arqueologia da paisagem do Vale, de forma a enaltecer o seu carácter multi-sensorial.
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O (re)-olhar para as pré-existências, como fragmentos de uma realidade de outrora, é reavivar os seus valores, as suas memórias e a sua função urbana na articulação entre o complexo, a envolvente e a cidade, como um todo. Entende-se a paisagem do Jamor como um meio que estabelece um profícuo diálogo entre passado e presente, enquanto nos aponta os caminhos para o futuro. A paisagem é o produto complexo resultante das diversas metamorfoses, e não apenas de uma imagem. Desta forma a área de intervenção acopla dois conceitos-chaves: paisagem e território. Ambos são complementares, na medida em que, a concepção da paisagem resulta da construção do território. Entende-se o território como um sistema, formado por elementos inter-relacionados que o configuram, como um conjunto de componentes interdependentes que constituem um todo, ao invés de uma mera soma de partes. Põe-se em evidência uma visão unitária do território, através do estudo da implantação de uma constelação de mirantes que pretende valorizar pontos de vista privilegiados sobre a paisagem. Pretende-se assim, uma continuidade com a cidade, uma topografia sentimental, ou seja, um sistema que interligado com a memória crie uma paisagem do tempo. Os Miradouros são construções que possibilitam um conjunto de pontos de vista (mirantes) sobre o território. Construções que funcionam como um momento suspenso no tempo, onde se revelam os vários estratos temporais do território. Imagens de um tempo ambíguo e elemento de leitura territorial evocado por um dispositivo que enaltece o carácter multi sensorial da sua percepção, promovendo o cruzamento do cenário observado com a própria experiência física do observador, onde os fragmentos visuais, sonoros, olfativos e tácteis se fundem num todo. A proposta de projeto procura uma re-interpretação e re-invenção da paisagem tal como se tratasse de uma geografia afectiva. Do desenho sentimental à “Platea Urbs” advém do observar e interpretar a arqueologia da paisagem do Vale, de forma a enaltecer o seu carácter multi-sensorial.The concept of landscape as a project generator has led to a contextual ambivalence, between the visual character and the system of relations that constitute it. The territory was analysed as a starting point for the project, in an attempt to resolve urban ruptures and by opposition to create continuity. The research emerges from the analysis of Jamor Valley Sports Complex, an area of very peculiar characteristics in relation to its landscape and topography. The landscape is characterised by a balance between past and present. A scenery populated by reminiscences of former landscapes, which the National Stadium plan has absorbed. Considering the concept of Landscape as a cultural concept, a palimpsest, resulting from a temporal construction in which the various elements are interconnected in space and time. By (re)-looking at pre-existences, as fragments of a former reality, is to revive values, memories and urban function in the articulation between the complex, the surroundings and the city as a whole. Jamor’s landscape is understood as a mean of establishing a fruitful dialogue between past and present, while pointing to the future. The landscape is the complex result attainded from various metamorphoses and not just an image. In this way the area of intervention combines two key concepts: landscape and territory. Both are complementary, because landscape results through the construction of the territory. The territory is understood as a system, made up of interrelated elements that configure it, a set of interdependent elements that constitute the whole, rather than a mere sum of parts. A unitary vision of the territory is attained through the study and implementation of a constellation of viewpoints that aim to enhance privileged views of the landscape. The proposal is intended to provide continuity with the city by developing a sentimental topography, a system that interconnected with memory creates a landscape of time. The Viewpoints as constructions allows a set of points of view over the territory. Constructions that function as a moment suspended in time, where the various time layers of the territory are revealed. Images of an ambiguous time and an element for territorial reading evoked by a device that enhances the multi-sensorial character of its perception, which promotes the crossing between the observed scenario and the observer’s own physical experience, where the visual, sound, olfactory and tactile fragments merge into a whole. The project proposal seeks a re-interpretation and re-invention of Jamor landscape as if it were an affective geography. From sentimental drawing to “Platea Urbs” comes from observing and interpreting the archaeology of the valley’s landscape in order to enhance its multi-sensorial character.2021-02-19T11:58:39Z2020-12-18T00:00:00Z2020-12-182020-11info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10071/22103TID:202578534porRoman, Stefani Mihaelainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-09T17:37:53Zoai:repositorio.iscte-iul.pt:10071/22103Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:17:17.896325Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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