Manifestações gastrointestinais de COVID-19 em idade pediátrica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Queirós, Joana
Data de Publicação: 2022
Outros Autores: Salazar, Luís, Sousa, Dora, Mosca, Sara, Fernandes, Alexandre, Teixeira, Carla, Tavares, Marta, Marques, Laura, Lima, Rosa
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v31.i3.27755
Resumo: Introdução: Os sintomas gastrointestinais (GI) associados à COVID-19 têm assumido uma importância crescente, particularmente em idade pediátrica. A expressão de recetores de angiotensina II no trato GI pode estar relacionada, não só com a predominância de sintomas GI, como com a sua apresentação GI isolada em alguns casos. O objetivo deste estudo foi caracterizar uma população de doentes pediátricos com COVID-19 e avaliar o envolvimento GI e a gravidade da doença nesta população. Métodos: Análise retrospetiva e observacional dos processos clínicos de doentes com reação em cadeira da polimerase (PCR) positiva para SARS-CoV-2 entre março de 2020 e setembro de 2021. Resultados: Foram incluídos no estudo 241 doentes pediátricos com COVID-19, 132 (54,7%) dos quais do sexo masculino, com uma idade mediana de 48 meses (variação 10-144 meses). As características da doença foram variáveis, com 95 doentes (39,4%) a apresentar pelo menos uma queixa GI e 8 (3,3%) apenas sintomas digestivos. Foi identificada uma relação estatisticamente significativa entre o envolvimento GI e a idade (sendo aquele mais frequente em crianças mais jovens; p=0,001) e a presença de febre (p=0,001). No grupo com envolvimento GI, 86 crianças (90,5%) apresentaram doença ligeira, 7 (7,4%) moderada e 2 (2,1%) grave. Conclusão: As manifestações GI de COVID-19 em idade pediátrica identificadas neste estudo (39,4%) são mais frequentes do que as reportadas na literatura em idade adulta (12%). O seguimento telefónico permitiu detetar sintomas que de outra forma poderiam passar despercebidos. Dada a grande variedade de sintomas, os clínicos devem manter um elevado índice de suspeição para esta infeção em crianças com sintomas GI, mesmo em ausência de febre.
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