Neurocisticercose em idade pediátrica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Ferreira, Manuela
Data de Publicação: 2014
Outros Autores: Brito, Maria João, Vieira, José Pedro, Salgueiro, Ana Bárbara, Machado, Maria Céu
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25754/pjp.2006.4761
Resumo: Resumo A neurocisticercose (NC), causa importante de epilepsia, é a neuroparasitose mais frequente em todo o mundo. A clínica depende da resposta inflamatória do hospedeiro, do número, estadio e localização das lesões mas a forma de apresentação mais comum é a convulsão. Objectivos: Caracterizar a neurocisticercose na população infantil de um Hospital Geral, na Zona Metropolitana de Lisboa. População e Métodos: Revisão de Junho de 1996 a Dezembro de 2003 (6,5 anos) de crianças com neurocisticercose. Analisaram-se dados demográficos e epidemiológicos, quadro clínico, alterações laboratoriais e imagiológicas, terapêutica, evolução e rastreio familiar. Resultados: Registaram-se 14 casos de NC com uma incidência estimada de 1,4/100000 na área estudada, um predomínio em crianças acima dos 10 anos (57%), sexo feminino (71%), oriundas de países africanos (93%) e com condições socioeconómicas deficientes (79%). Em todos os casos havia história epidemiológica para esta infestação. O sinal inaugural foi a convulsão em 86%. Os exames de imagem mostraram  uma lesão única < 20 mm, com localização parenquimatosa e com características de lesão activa em 86% dos doentes. A Ressonância Magnética foi o exame de eleição para estadiamento das lesões. Realizou-se terapêutica com anticonvulsivantes e nenhum doente tomou cestocidas ou corticosteroides. A evolução foi favorável na maioria. O rastreio familiar foi realizado em 71 % dos casos. Conclusões: A doença ocorreu em crianças de origem africana com a apresentação habitualmente descrita na literatura. A ausência de terapêutica antiparasitária não interferiu no prognóstico. Ahistória epidemiológica e o rastreio familiar são importantes na detecção de possíveis fontes de contágio e na prevenção da doença.
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