Estratégias farmacológicas para as alterações precoces do comportamento na doença de Alzheimer

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Cerqueira, Ana Alexandra Briga
Data de Publicação: 2009
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10316/16223
Resumo: A doença de Alzheimer é uma afecção neurodegenerativa, caracterizada por um declíneo cognitivo progressivo, responsável pela maioria das demências relacionadas com a idade e considerada actualmente um grave problema de saúde pública. A presença de placas amilóides extracelulares e emaranhados neurofibrilhares intraneuronais constituídos por filamentos de proteína tau, são os principais achados histopatológicos da doença. Este trabalho tem como objectivo a pesquisa, revisão de estudos recentes e análise de dados clínicos relevantes, de modo a delinear com mais clareza as estratégias farmacológicas a adoptar nas alterações precoces do comportamento, na doença de Alzheimer. Os medicamentos disponíveis, rivastigmina, donepezil ou galantamina constituem a terapêutica de 1ª linha na afecção ligeira a moderada, enquanto a memantina pode ser utilizada em monoterapia ou em combinação com os Inibidores das colinesterases em pacientes com doença severa. Genericamente podem considerar-se 5 classes de fármacos com potencial modificador da doença e que chegaram à fase de ensaio clínico. São eles: 1) imunoterapias; 2) inibidores das secretases; 3) agentes que reduzem selectivamente a amilóide β2; 4) Anti-agregantes Amilóide β e 5) Outros. 1. A imunização activa e passiva tem como pressuposto o aumento da remoção da amilóide, via fagocitose e/ou efluxo da Amilóide β. 2. Os inibidores das secretases bloqueiam a acção de enzimas proteolíticas envolvidas na clivagem da proteína percurssora amilóide, reduzindo assim a formação da β-amilóide. 3. Os agentes que reduzem selectivamente a Amilóide β42 modulam a actividade da γ-secretase, ligam-se a outro local que não o centro activo, alteram a conformação da enzima e a clivagem da proteína percursora da amilóide, produzindo fragmentos menores, não tóxicos (ex:Amilóide β38). 4. Os agentes Anti-Agregantes Amilóide β podem prevenir a formação de fibrilhas e facilitam a depuração de amilóide β solúvel. 5. Os anti-inflamatórios não esteróides, as estatinas, os agonistas da hormona libertadora da gonadotrofina e muitos outros, estão em investigação pela possibilidade de serem agentes modificadores da forma ligeira a moderada da doença. Passaram já 100 anos desde a primeira descrição da doença de Alzheimer e apesar de todo o empenho da comunidade científica, ainda pouco se tem a oferecer a estes doentes. Todavia, apesar dos mecanismos fisiopatológicos subjacentes não estarem completamente esclarecidos, estão propostas múltiplas terapêuticas, que apresentam resultados promissores na modificação da história natural da doença.
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