Concentração populacional nos centros urbanos da Região Alenejo

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Candeias, Amável Joaquim Calisto
Data de Publicação: 1998
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10174/13299
Resumo: Introdução - O trabalho que agora se apresenta constitui a dissertação final do Curso de Mestrado em Sociologia, Variante Família e População da Universidade de Évora. As matérias sistematizadas neste documento representam o resultado de uma reflexão sobre os aspectos demográficos de uma região onde a componente humana é cada vez mais a principal determinante, para o bem e para o mal, do seu desenvolvimento futuro. Correspondem também a um casamento feliz entre uma convivência prática com aquela problemática, fruto de um trabalho de mais de uma década, desenvolvido como técnico superior da Divisão de Estudos Sociais e Culturais da Direcção de Planeamento e Desenvolvimento da Comissão de Coordenação da Região Alentejo, e o amadurecimento das abordagens teóricas sobre socio-demografia, ministradas no contexto das aulas teóricas do curso de mestrado. Nos últimos dois anos, esta experiência foi enriquecida com o trabalho de docência e de investigação desenvolvido como assistente convidado do Departamento de Sociologia da Universidade de Évora. Naturalmente que toda esta convivência com a demografia regional constitui um óptima base de partida para a sua necessária sistematização e investigação, mas não será menos verdade que representa também um elevar da fasquia relativamente à qualidade do trabalho que, modestamente, agora se apresenta. A escolha da temática das migrações como objecto de estudo desta investigação prende-se com o facto de ser um fenómeno demográfico que tem marcado particularmente a Região Alentejo, de forma positiva, desde as primeiras décadas deste século até aos anos 50, período durante o qual a Região, mercê do seu dinamismo da actividade agrícola, atraiu população das áreas geográficas adjacentes (Algarve e Beiras), e de forma negativa, desde aquela altura até aos nossos dias, período em que a Região se passou a assumir como zona de repulsão demográfica. Mais uma vez a responsabilidade da sangria demográfica que se verificou particularmente na década de sessenta coube à evolução das actividades económicas, que se caracterizou pelo declínio progressivo da actividade agrícola, principal empregadora de mão-de-obra, e pela estagnação do sector industrial que se revelou incapaz de absorver o quantitativo de população activa alentejana que não teve outra alternativa senão procurar emprego fora da Região. Nos últimos anos, devido principalmente á inexistência de locais de destino para os migrantes, a dinâmica migratória negativa continua a manifestar-se mas de um forma estabilizada. Ao mesmo tempo, começaram a surgir alguns sinais de recuperação demográfica, polarizados nos centros de maior dimensão, ou de maior dinamismo económico, ou de maior importância político-administrativa, traduzidos nalguma capacidade de fixação e atracção demográfica. Estes pólos de vitalidade socio-demográfica, devidamente apoiados com políticas integradas assentes em objectivos de desenvolvimento sustentado, poderão vir a constituir futuras zonas de desenvolvimento, cujos efeitos se procurará irradiar a toda o Alentejo. Contudo, uma observação mais atenta àquelas dinâmicas mostra-nos que simultaneamente se assiste a um progressivo despovoamento e desaparecimento dos lugares de menores dimensões, facto que contribuirá para o isolamento das populações que resistem em permanecer naquelas zonas, e num futuro que nos parece muito próximo, para a desertificação humana e, subsequentemente, geográfica e natural de uma vasta zona do Alentejo. Esta nova demografia regional, traduzida numa nova geografia humana, carece de um estudo mais aturado, com vista a uma melhor compreensão daqueles fenómenos, para o qual este trabalho procurará ser uma pequena contribuição. Será também parte integrante de um projecto mais amplo, que procurará estudar as Dinâmicas Espaciais da Região Alentejo, da responsabilidade da Universidade de Évora através da Área Departamental de Ciências Humanas e Sociais da Universidade de Évora, coordenado pela Profa. Dra. Maria Filomena Mendes, com financiamento da Fundação para a Ciência e Tecnologia (ex-JN1CT). Contou também com o apoio da Comissão de Coordenação da Região do Alentejo.
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Nos últimos dois anos, esta experiência foi enriquecida com o trabalho de docência e de investigação desenvolvido como assistente convidado do Departamento de Sociologia da Universidade de Évora. Naturalmente que toda esta convivência com a demografia regional constitui um óptima base de partida para a sua necessária sistematização e investigação, mas não será menos verdade que representa também um elevar da fasquia relativamente à qualidade do trabalho que, modestamente, agora se apresenta. 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Estes pólos de vitalidade socio-demográfica, devidamente apoiados com políticas integradas assentes em objectivos de desenvolvimento sustentado, poderão vir a constituir futuras zonas de desenvolvimento, cujos efeitos se procurará irradiar a toda o Alentejo. Contudo, uma observação mais atenta àquelas dinâmicas mostra-nos que simultaneamente se assiste a um progressivo despovoamento e desaparecimento dos lugares de menores dimensões, facto que contribuirá para o isolamento das populações que resistem em permanecer naquelas zonas, e num futuro que nos parece muito próximo, para a desertificação humana e, subsequentemente, geográfica e natural de uma vasta zona do Alentejo. Esta nova demografia regional, traduzida numa nova geografia humana, carece de um estudo mais aturado, com vista a uma melhor compreensão daqueles fenómenos, para o qual este trabalho procurará ser uma pequena contribuição. 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