Condicionantes demográficas da procura social da educação na Região Alentejo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 1996 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10174/13304 |
Resumo: | Introdução - Nos últimos quinze anos o fenómeno demográfico que caracterizou as tendências em Portugal, foi a baixa fecundidade, alinhando, assim pelos valores que caracterizam as populações europeias. Enquanto que na maioria dos países da Europa, o declineo da natalidade era uma tendência segura desde os finais do século passado, a natalidade em Portugal manteve até à década de 1960 valores bastante elevados. Ao mesmo tempo, esse decline° foi acompanhado de outras mudanças importantes: a descida da nupcialidade formal contrapondo com o aumento das uniões informais (Bandeira, 1994) e a explosão da divorcilaidade. Os comportamentos individuais vão-se alterando em resultado destas modificações, reflectindo-se nas atitudes e na organização da vida familiar. A necessidade de compreensão das transformações referidas, e de saber o seu impacto em áreas de intervenção social e económica, nomeadamente da projecção de recursos humanos, incentivou os estudos demográficos na Europa e mais tarde em Portugal. O alinhamento recente da demografia portuguesa pelos padrões europeus tem necessariamente a ver com as extensas transformações verificadas no modelo de sociedade adoptado após a abertura à Europa nas políticas de inserção na União Europeia. Em Portugal, e até finais dos anos sessenta, os estudos demográficos eram quase exclusivamente produzidos por investigadores inseridos no Centro de Estudos Demográficos do Instituto Nacional de Estatística que reunia nomes como António de Almeida Garreth, Montalvão Machado e João Evangelista, sendo a revista do Centro "Estudos Demográficos" o veículo onde se mostravam aos interessados os resultados das investigações em curso. Duas perspectivas teóricas se começam a revelar. Por um lado a perspectiva descritiva (Evangelista, 1971) que limita a sua análise aos factos do crescimento demográfico privilegiando as questões do povoamento e das estruturas da população e uma outra perspectiva, muito tímida no seu início, que procura analisar os fenómenos microdemográficos e as suas incidências no crescimento da população. A primeira perspectiva predomina durante os primeiros anos de intensa produção científica e que contribuiu fortemente para a afirmação da demografia enquanto ciência autónoma e disciplina obrigatória nos estudos universitários. Na segunda metade da década de setenta caracteriza-se pela intensa produção científica da qual sobressai Joaquim Manuel Nazareth, que consegue uma perfeita simbiose entre as duas perspectivas anteriormente referidas. Parte do pressuposto que o objecto da demografia consiste no estudo da interacção entre os fenómenos demográficos. Os seus estudos apresentam-se em diferentes tipologias. Desde os estudos de análise demográfica em que apenas as variáveis demográficas (dependentes e independentes) são associadas entre si para uma tentativa de explicação dos fenómenos demográficos (Nazareth, 1988), aos os estudos de demografia social em que associando variáveis demográficas com variáveis sociais procura explicações para o envelhecimento, o planeamento familiar, a mobilidade e a desertificação. Sendo uma referência obrigatória nos estudos académicos e práticos sobre demografia, os trabalhos de J.M. Nazareth apontam para uma perspectiva abrangente de abordagem da Demografia Social e da Demografia Histórica (JM Nazareth e F. Sousa, 1981), em que o cruzamento das variáveis e a sua associação são os factores explicativos das tendências demográficas passadas, presentes e futuras. |
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