Papel da proteína de planta Dicer-like 4 nas infeções mistas dos vírus OMMV e OLV-1

• Autor(a) principal: Varanda, Carla
• Data de Publicação: 2023
• Outros Autores: Castanho, Beatriz, Albuquerque, André, Ribeiro, Joana, Patanita, Mariana, Garrido, Nicolás, Campos, Maria Doroteia, Félix, Maria do Rosário, Materatski, Patrick
• Tipo de documento: Artigo
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: https://doi.org/10.25746/ruiips.v11.i3.32464
• topic: Resumo

Os vírus Olive mild mosaic virus (OMMV) e Olive latent virus 1 (OLV-1) estão largamente disseminados nos olivais portugueses, aparecendo frequentemente em infeções mistas. Estudos anteriores realizados em plantas de Nicotiana benthamiana, revelaram que quando os vírus estão presentes em infeções mistas, observa-se uma intensificação dos sintomas, sugerindo um efeito sinérgico. Neste trabalho, pretendeu-se testar se o mecanismo de defesa das plantas baseado no silenciamento genético de RNA está envolvido na exacerbação dos sintomas verificada nas infeções mistas de OLV-1 e OMMV. Para tal, avaliou-se a expressão do gene que codifica a  proteína de planta Dicer-like 4 (DCL4), componente primário da defesa antiviral contra vírus de RNA. Plantas de N. benthamiana foram inoculadas por transmissão mecânica, com OMMV, com OLV-1 e com uma mistura de OMMV + OLV-1. A expressão dos genes da cápside de cada um dos vírus foi determinada por qPCR e usada para estimar a presença dos mesmos, assim como do gene que codifica a DCL4, aos 5 e 12 dias após inoculação. A análise dos resultados permitiu observar que a exacerbação dos sintomas verificada em infeções mistas, não é traduzida numa maior acumulação viral. De facto, ambos os vírus apresentaram uma menor acumulação quando na presença do outro vírus. Quanto à DCL4, verificou-se que esta se expressa mais na planta na presença dos dois vírus em simultâneo, especialmente aos 5 dias após a inoculação. Na presença apenas do vírus OLV-1, a DCL4 expressa-se menos quando há mais expressão do vírus (aos 12 dias). No caso do OMMV, a DCL4 expressa-se mais quando há maior expressão do vírus. Este trabalho parece assim sugerir que a DCL4 pode estar associada ao silenciamento do vírus OMMV ao passo que o OLV-1 parece conseguir ‘iludir’ o mecanismo de defesa da planta, mas tal não acontece quando na presença de OMMV. Este estudo permite incrementar o conhecimento das interações vírus-planta, essencial para o desenvolvimento de plantas resistentes a vírus, o que atualmente se reveste de extrema importância no âmbito de uma agricultura sustentável.