Consequências jurídicas do princípio constitucional da igualdade na efetivação do direito das pessoas com deficiência mental à educação no Brasil
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/39855 |
Resumo: | A pesquisa analisa as normas constitucionais atinentes aos direitos das pessoas com deficiência mental, em especial o direito à educação, com intuito de demonstrar as consequências jurídicas advindas da aplicação do princípio da igualdade. Sem essa consideração, a efetivação do direito à educação para a pessoa com deficiência mental não será possível, pela prevalência de padrões normativos inadequados para a sua realidade. O estudo tem início pela exposição das dificuldades para a inserção social e concretização da igualdade advindas da deficiência mental, que é elemento suficiente para justificar um tratamento diferenciado, por dizer respeito a objetivos de justiça social a ser alcançado e ser possível obter um critério uniforme e possibilitar um tratamento razoável à situação. É relevante a distinção entre conceitos jurídicos e conceitos médicos, sem prejuízo da interdependência entre eles. A igualdade não exclui o reconhecimento da diferença, próprio para uma sociedade plural. A isonomia é, em geral, alcançada por meio da interveniência de ações afirmativas, em especial as positivas. Fundadas inicialmente em normas internacionais, que estabelecem um tratamento diferenciado e antidiscriminatório, as normas internas, com respeito à realidade jurídica, econômica e cultural brasileira, trazem garantias constitucionais que fortalecem a proteção dos direitos fundamentais da pessoa com deficiência mental. Com a ênfase no direito fundamental à educação, busca-se uma delimitação do âmbito de proteção e o reconhecimento da efetividade dessas normas de modo a retirar do ordenamento jurídico perspectivas que comprometam a efetivação da igualdade. A identificação dos deveres do Estado e da sociedade para a garantia do direito sob análise, conduzem à imposição de uma educação inclusiva, com objetivo de desenvolvimento pleno das habilidades da pessoa com deficiência mental, além de favorecer a pluralidade e a inclusão social. O direito à educação irradia-se, ainda, sobre outros aspectos, como a diminuição dos internamentos e o auxílio à readaptação da pessoa com deficiência mental que necessita de tratamento médico hospitalar ao meio social. Concorre, portanto, para o desenvolvimento da autonomia e integração da pessoa à vida em sociedade. Para isso, além do aperfeiçoamento das políticas públicas, faz-se necessário a ampliação da flexibilidade curricular, maior capacitação dos profissionais e cuidadores, além da mudança da mentalidade da sociedade com o fim da principal barreira imposta à pessoa com deficiência mental: a barreira atitudinal. |
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O estudo tem início pela exposição das dificuldades para a inserção social e concretização da igualdade advindas da deficiência mental, que é elemento suficiente para justificar um tratamento diferenciado, por dizer respeito a objetivos de justiça social a ser alcançado e ser possível obter um critério uniforme e possibilitar um tratamento razoável à situação. É relevante a distinção entre conceitos jurídicos e conceitos médicos, sem prejuízo da interdependência entre eles. A igualdade não exclui o reconhecimento da diferença, próprio para uma sociedade plural. A isonomia é, em geral, alcançada por meio da interveniência de ações afirmativas, em especial as positivas. Fundadas inicialmente em normas internacionais, que estabelecem um tratamento diferenciado e antidiscriminatório, as normas internas, com respeito à realidade jurídica, econômica e cultural brasileira, trazem garantias constitucionais que fortalecem a proteção dos direitos fundamentais da pessoa com deficiência mental. Com a ênfase no direito fundamental à educação, busca-se uma delimitação do âmbito de proteção e o reconhecimento da efetividade dessas normas de modo a retirar do ordenamento jurídico perspectivas que comprometam a efetivação da igualdade. A identificação dos deveres do Estado e da sociedade para a garantia do direito sob análise, conduzem à imposição de uma educação inclusiva, com objetivo de desenvolvimento pleno das habilidades da pessoa com deficiência mental, além de favorecer a pluralidade e a inclusão social. O direito à educação irradia-se, ainda, sobre outros aspectos, como a diminuição dos internamentos e o auxílio à readaptação da pessoa com deficiência mental que necessita de tratamento médico hospitalar ao meio social. Concorre, portanto, para o desenvolvimento da autonomia e integração da pessoa à vida em sociedade. Para isso, além do aperfeiçoamento das políticas públicas, faz-se necessário a ampliação da flexibilidade curricular, maior capacitação dos profissionais e cuidadores, além da mudança da mentalidade da sociedade com o fim da principal barreira imposta à pessoa com deficiência mental: a barreira atitudinal.The research analyzes brazilian constitutional norms regarding the rights of people with mental disabilities, especially the right to education, in order to demonstrate the legal consequences of applying the principle of equality. Without this, the right to education for the people with mental disabilities person will not be possible due to the prevalence of normative standards that are inadequate for their reality. The study begins by exposing the difficulties for the social insertion and realization of equality arising from mental disability, which is a sufficient element to justify a differential treatment, related to social justice objectives to be achieved and to be possible to obtain a uniform and reasonable treatment of the situation. It is relevant to distinguish between legal concepts and medical concepts, despite the interdependence between them. Equality does not exclude the recognition of difference, proper to a plural society. Isonomy is generally achieved through the intervention of affirmative actions, especially positive ones. Initially based on international norms, which establish a differentiated and antidiscriminatory treatment, the internal norms, with respect to the brazilian legal, economic and cultural reality, bring constitutional guarantees that strengthen the protection of the fundamental rights of the person with mental disability. With emphasis on the fundamental right to education, the study limit the scope of protection and recognition of the effectiveness of these norms in order to remove from the legal system perspectives that jeopardize the effectiveness of equality. The identification of the duties of the State and of society to guarantee the right under analysis, lead to the imposition of an inclusive education, aiming at the full development of the abilities of the people with desability, besides favoring plurality and social inclusion. The right to education is also reflected in other aspects, such as the reduction of hospitalizations and the rehabilitation of the people with desability, who needs medical and hospital treatment, in the social environment. It contributes, therefore, to the development of the autonomy and integration of the person to the life in society. In order to achieve this, in addition to improving public policies, it is necessary to increase curricular flexibility, greater qualification of professionals and caregivers, and change the mentality of society with the end of the main barrier imposed on the people with desability: the attitudinal barrier.Neves, Ana FernandaRepositório da Universidade de LisboaMendonça, Bianca Ávila Morais de2018-11-262050-12-01T00:00:00Z2018-11-26T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/39855porinfo:eu-repo/semantics/embargoedAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-11-20T17:53:49Zoai:repositorio.ul.pt:10451/39855Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openairemluisa.alvim@gmail.comopendoar:71602024-11-20T17:53:49Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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