Competências sócio-emocionais em crianças com perturbação autística

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Baptista, Teresa Eva Pereira
Data de Publicação: 2012
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/10331
Resumo: As limitações ao nível do reconhecimento facial de emoções são apontadas como um dos factores que podem estar na base das dificuldades interacção social das crianças com Perturbação Autística (PA), traduzindo a falta de reciprocidade emocional e a dificuldade na compreensão dos factos a partir da perspectiva do outro. Neste sentido, as crianças com PA manifestam comprometimento das competências sociais. Com este estudo, desenvolvido no âmbito de um estágio, procurámos avaliar as competências ao nível do reconhecimento visual de emoções em faces em crianças com e sem PA, bem como desenvolver um programa de intervenção centrado nesta temática. A amostra compreendeu um total de seis crianças nativas do português europeu, cinco rapazes e uma rapariga, com a mesma idade cronológica (sete anos) sendo que três crianças apresentavam o diagnóstico de PA, e as restantes crianças, que constituíram o grupo de controlo apresentavam um desenvolvimento normal. No sentido de avaliar o reconhecimento facial, foi aplicado um teste com seis emoções distintas: raiva, alegria, surpresa, tristeza, medo e nojo. As imagens correspondentes às diferentes emoções incluíram um total de trinta e seis fotografias, dezoito do sexo masculino e dezoito do sexo feminino, validadas pelas investigações de Ekman (1993). Os resultados do reconhecimento facial de emoções no grupo experimental e no grupo de controlo não se diferenciaram estatisticamente. Por outro lado, verificou-se uma grande variabilidade nos resultados obtidos pelo grupo experimental, o que nos leva a concluir que, embora o diagnóstico seja o mesmo, as crianças com PA apresentam características individuais que as diferenciam entre si. Após a avaliação das competências sociais relacionadas com o reconhecimento facial das emoções, a avaliação das funções executivas (BRIEF, Gioia et al., 2000) e das capacidades e dificuldades (Goodman, 2005), procedeu-se à intervenção com uma das crianças do grupo experimental. Esta intervenção procurou contextualizar a criança no âmbito das suas dificuldades de cariz prioritário e encontrar estratégias compatíveis com as suas necessidades. Após a intervenção verificou-se que a criança apresentava uma redução dos comportamentos estereotipados (promotores de isolamento), um aumento da interacção com os pares, uma melhoria na gestão dos conflitos e um autocontrolo emocional.
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A amostra compreendeu um total de seis crianças nativas do português europeu, cinco rapazes e uma rapariga, com a mesma idade cronológica (sete anos) sendo que três crianças apresentavam o diagnóstico de PA, e as restantes crianças, que constituíram o grupo de controlo apresentavam um desenvolvimento normal. No sentido de avaliar o reconhecimento facial, foi aplicado um teste com seis emoções distintas: raiva, alegria, surpresa, tristeza, medo e nojo. As imagens correspondentes às diferentes emoções incluíram um total de trinta e seis fotografias, dezoito do sexo masculino e dezoito do sexo feminino, validadas pelas investigações de Ekman (1993). Os resultados do reconhecimento facial de emoções no grupo experimental e no grupo de controlo não se diferenciaram estatisticamente. Por outro lado, verificou-se uma grande variabilidade nos resultados obtidos pelo grupo experimental, o que nos leva a concluir que, embora o diagnóstico seja o mesmo, as crianças com PA apresentam características individuais que as diferenciam entre si. Após a avaliação das competências sociais relacionadas com o reconhecimento facial das emoções, a avaliação das funções executivas (BRIEF, Gioia et al., 2000) e das capacidades e dificuldades (Goodman, 2005), procedeu-se à intervenção com uma das crianças do grupo experimental. Esta intervenção procurou contextualizar a criança no âmbito das suas dificuldades de cariz prioritário e encontrar estratégias compatíveis com as suas necessidades. Após a intervenção verificou-se que a criança apresentava uma redução dos comportamentos estereotipados (promotores de isolamento), um aumento da interacção com os pares, uma melhoria na gestão dos conflitos e um autocontrolo emocional.The constraints on the facial recognition emotions are seen as one of the factors that may underlie the social interaction difficulties of autistic children, reflecting the lack of emotional reciprocity and difficulties in understanding the facts from the perspective of the other. In this sense, children with autism manifest impairment of social skills. In this study developed within a stage, we tried to assess the skill’s level of the visual recognition of facial expression of emotions in children with and without special needs education. We also developed an intervention program focused on this theme. The sample comprised a total of six European Portuguese native children, five boys and one girl, with the same chronological age (seven years old). Three of these children had a diagnosis of autism, and the remaining children, who constituted the control group had normal development. In order to evaluate facial recognition, a test was applied with six different emotions: anger, joy, surprise, sadness, fear and disgust, represented in thirty-six different photographs, eighteen male and eighteen female. All of these images were validated by investigations of Ekman (1993). The results of the facial recognition of emotions in the experimental group and control group did not differ statistically. On the other hand, there was a large variability in the results obtained by the experimental group, which leads us to conclude that, although the diagnosis is the same, the children with autism have individual characteristics that differentiate them from each other. After assessing the social skills related to the recognition of facial emotions, the evaluation of executive functioning (BRIEF, Gioia et al., 2000) and the strengths and difficulties (Goodman, 2005), proceeded to an intervention with one child of the experimental group. This intervention sought to contextualize the child within the priority nature of his difficulties and find strategies compatible with his needs. After the intervention, it was concluded that the child had a reduction of stereotyped behavior (isolation promoter), an increase in interaction with the peers, an improvement in conflict management and emotional control.Universidade de Aveiro2013-05-02T16:17:26Z2012-01-01T00:00:00Z2012info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/10331porBaptista, Teresa Eva Pereirainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-05-06T03:45:46Zoai:ria.ua.pt:10773/10331Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openairemluisa.alvim@gmail.comopendoar:71602024-05-06T03:45:46Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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