A influência da massagem perineal na incidência do trauma perineal no segundo período de trabalho de parto

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Botelho, Caroline Martins
Data de Publicação: 2017
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.26/18363
Resumo: Este relatório de estágio de natureza profissional assume-se como uma oportunidade de reflexão crítica do processo de aquisição e desenvolvimento de competências, ao longo dos ensinos clínicos em contextos de gravidez com complicações, trabalho de parto e parto e pós-parto, com base nos pressupostos do Regulamento de Competências e Padrões de Qualidade dos Cuidados Especializados em Enfermagem de Saúde Materna Obstétrica e Ginecológica publicados pela OE. Sendo assim, este trabalho tem como objetivos expor e fundamentar, nas diferentes áreas, os cuidados especializados de Enfermagem que foram prestados aos casais e famílias em contextos de gravidez, trabalho de parto e parto e pós-parto, durante o estágio profissionalizante no CHPVVC no ano letivo 2015/2016. Demos visibilidade às áreas que mais requereram atenção do EESMO durante a prestação de cuidados, sendo que um dos temas que assumiu mais destaque foi o trauma perineal durante o período expulsivo, uma vez que variados foram os desfechos nos diferentes partos realizados. O trauma perineal durante o período expulsivo pode estar associado com uma significativa e complexa morbilidade da mulher e os seus efeitos na qualidade de vida a curto e a longo prazo podem trazer alterações físicas e psicológicas. Deste modo, refletimos sobre a intervenção do EESMO durante o segundo período de TP na prevenção do trauma perineal, optando por realizar uma revisão integrativa da literatura, no sentido de compreender se a realização de MP no pré-natal ou no TP influencia a ocorrência e gravidade de trauma perineal no peri-parto. Os resultados desta investigação não são claros, coexistindo estudos de elevada evidência científica sobre o tema, mas com resultados divergentes. Contudo, podemos concluir que, no que diz respeito a MP pré-natal se realizada desde a 34ª/35ª semana de IG com regularidade de, aproximadamente, 1,5 por semana com duração de 10 minutos por vez, usando óleo vegetal ou uma substância hidrossolúvel para lubrificação reduz a probabilidade das mulheres sofrerem uma episiotomia durante o parto, podendo ser realizada pela própria grávida ou seu companheiro. Consideramos importante realçar que a prática regular da MP pré-natal poderá ser desconfortável nas primeiras 2 ou 3 semanas, mas é bem aceite pela maioria das mulheres que referem que numa próxima gravidez, provavelmente, iriam repetir a prática da MP. Noutro sentido, os estudos que experimentaram a MP durante o TP, não demonstram muitas conclusões, mesmo assim, a MP realizada durante o TP, principalmente no 2º período, parece reduzir a probabilidade das mulheres sofrerem uma episiotomia durante o parto. Por conseguinte, através da revisão da literatura conseguimos perceber a necessidade de ensaios clínicos randomizados de alta qualidade, estudos observacionais retrospetivos e estudos qualitativos que examinam consequências clínicas e as experiências das mulheres sobre a intervenção sugerida, de modo que possamos fazer recomendações baseadas em evidências para a futura prática clínica obstétrica. De acordo com a evidência atual, sugerimos aos EESMO que ensinem os casais grávidos acerca da MP durante a gravidez a partir das 34ª/35ª semanas de IG.
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Sendo assim, este trabalho tem como objetivos expor e fundamentar, nas diferentes áreas, os cuidados especializados de Enfermagem que foram prestados aos casais e famílias em contextos de gravidez, trabalho de parto e parto e pós-parto, durante o estágio profissionalizante no CHPVVC no ano letivo 2015/2016. Demos visibilidade às áreas que mais requereram atenção do EESMO durante a prestação de cuidados, sendo que um dos temas que assumiu mais destaque foi o trauma perineal durante o período expulsivo, uma vez que variados foram os desfechos nos diferentes partos realizados. O trauma perineal durante o período expulsivo pode estar associado com uma significativa e complexa morbilidade da mulher e os seus efeitos na qualidade de vida a curto e a longo prazo podem trazer alterações físicas e psicológicas. Deste modo, refletimos sobre a intervenção do EESMO durante o segundo período de TP na prevenção do trauma perineal, optando por realizar uma revisão integrativa da literatura, no sentido de compreender se a realização de MP no pré-natal ou no TP influencia a ocorrência e gravidade de trauma perineal no peri-parto. Os resultados desta investigação não são claros, coexistindo estudos de elevada evidência científica sobre o tema, mas com resultados divergentes. Contudo, podemos concluir que, no que diz respeito a MP pré-natal se realizada desde a 34ª/35ª semana de IG com regularidade de, aproximadamente, 1,5 por semana com duração de 10 minutos por vez, usando óleo vegetal ou uma substância hidrossolúvel para lubrificação reduz a probabilidade das mulheres sofrerem uma episiotomia durante o parto, podendo ser realizada pela própria grávida ou seu companheiro. Consideramos importante realçar que a prática regular da MP pré-natal poderá ser desconfortável nas primeiras 2 ou 3 semanas, mas é bem aceite pela maioria das mulheres que referem que numa próxima gravidez, provavelmente, iriam repetir a prática da MP. Noutro sentido, os estudos que experimentaram a MP durante o TP, não demonstram muitas conclusões, mesmo assim, a MP realizada durante o TP, principalmente no 2º período, parece reduzir a probabilidade das mulheres sofrerem uma episiotomia durante o parto. Por conseguinte, através da revisão da literatura conseguimos perceber a necessidade de ensaios clínicos randomizados de alta qualidade, estudos observacionais retrospetivos e estudos qualitativos que examinam consequências clínicas e as experiências das mulheres sobre a intervenção sugerida, de modo que possamos fazer recomendações baseadas em evidências para a futura prática clínica obstétrica. De acordo com a evidência atual, sugerimos aos EESMO que ensinem os casais grávidos acerca da MP durante a gravidez a partir das 34ª/35ª semanas de IG.This internship report constitutes an opportunity for a critical analysis of midwifes process of competency development throughout the clinical trials in the contexts of complications during pregnancy, labour, and of the post-partum period, based on the Regulation of Competencies and Standards of Quality of Specialised Midwifery Care published by the Ordem dos Enfermeiros. As such, this work has the objective of describing and substantiating, in the different fields, specialised nursing care provided to couples and families during the clinical internship at the CHPVVC in 2015/2016. We highlighted the areas which most required midwifes attention in care, with one of the most prominent ones being perineal trauma in the expulsive period of labour, since the different outcomes were different in the different deliveries. Perineal trauma in labour can be associated to a more significant, extensive and complex morbility of the mother and, otherwise, the short and long term effects to quality of life can be both physical and psychological. In this regard, we reflected on midwifes role in the second period of labour in preventing perineal trauma, by conducting an integral review of the literature, in an attempt to understand if the performance of perineal massage during pregnancy or labour influences the occurrence and severity of perineal trauma in the second period of labour. The results of this investigation are not clear, and there are studies of high scientific evidence on the subject with divergent results. However, we can conclude that, with regard to perineal massage in pregnancy if performed from the 34th/35th week of pregnancy with a regularity of approximately 1,5 per week lasting 10 minutes at a time, using vegetable oil or a substance hydrosoluble for lubrication, which can be performed by the pregnant woman herself or her partner reduces the likelihood of women having an episiotomy during labor. We considered it important to emphasize that regular practice of perineal massage in pregnancy may be uncomfortable in the first 2 to 3 weeks, but it is well accepted by most women who report that in a next pregnancy they would probably repeat the practice of perineal massage. In the other side, studies that have experienced perineal massage during labour do not show much of a conclusion, however, perineal performed during labour, especially in the second period, appears to reduce the likelihood of women having an episiotomy during childbirth. The review of the literature, then, allow us to perceive the need for further research on the subject: high quality randomised clinical trials, retrospective observational studies and qualitative studies examining the clinical consequences and experiences of women about the suggested intervention, so as to produce evidence-based recommendations for future midwifery practice. In light of present evidence, we suggest that midwifes teach the pregnancy’s couples about perineal massage after 34th/35th weeks of pregnancy.Carneiro, MarinhaRepositório ComumBotelho, Caroline Martins2017-05-22T09:44:04Z20172017-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.26/18363201698102porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-12-22T07:01:08Zoai:comum.rcaap.pt:10400.26/18363Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:10:57.689648Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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