Avaliação da resistência mecânica entre peças unitárias totalmente em zircónia e peças unitárias em zircónia revestidas a cerânica, sujeitas a carregamentos mastigatórios

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rodrigues, Pedro Manuel de Matos
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://repositorio.cespu.pt/handle/20.500.11816/314
http://hdl.handle.net/20.500.11816/314
Resumo: As restaurações à base de zircónia estão a tornar-se cada vez mais populares. É prática comum aplicar uma camada de cerâmica nas coroas dentárias a revestir o núcleo de zircónia. Estudos reportam falhas clínicas neste tipo de coroas fabricadas em zircónia, sendo a principal causa apontada a fratura da cerâmica. É uma preocupação constante resolver este tipo de questão, pois todos os dias são publicados dados sobre novos materiais e processos tecnológicos para melhorar a adesão da cerâmica à zircónia evitando, assim, o aparecimento de microfraturas na região de interface entre ambas, as quais levam à falência da cerâmica. A fresagem de uma peça única pode ser uma alternativa a restaurações em zircónia. O objetivo deste estudo in vitro é avaliar a variação da resistência mecânica de restaurações unitárias posteriores em zircónia revestidas a cerâmica comparativamente com restaurações totalmente em zircónia. Pretende-se, ainda, com este trabalho, avaliar o efeito do envelhecimento artificial, tanto térmico como mecânico, correspondente a 5 anos em função clínica, sujeitando, para isso, as coroas a carregamentos cíclicos, que simulem as cargas mastigatórias e variações de temperatura. Para a metodologia empregue, foram fabricadas 69 coroas: 33 em zircónia revestida a cerâmica e 36 totalmente em zircónia, todas com as mesmas dimensões. Destas, 17 coroas em zircónia revestida a cerâmica(G1) e 18 coroas totalmente em zircónia (G3) foram sujeitas a testes de fadiga mecânica e térmica, após os quais, as coroas foram sujeitas a compressão até a fratura. As restantes coroas, 16 coroas em zircónia revestida a cerâmica (G2) e 18 coroas totalmente em zircónia (G4) foram sujeitas a compressão até ser atingida a fractura. Os valores médios da força máxima de fractura obtidos, foram: G1- 2296 (N); G2- 2331 (N); G3- 3879 (N); G4- 3696 (N). Quanto à dispersão dos resultados obtidos: G1-16,2%, G2-16,6%, G3-11,4% e G4-11,9%, o que significa que o processo de fabrico das coroas totalmente em zircónia é mais rigoroso do que o das de zircónia revestidas a cerâmica. As coroas em zircónia revestida a cerâmica apresentam uma resistência à fractura mais baixa que as coroas totalmente em zircónia. Para esta comparação, se consideramos o efeito da fadiga, as coroas totalmente em zircónia são cerca de 69% (p<0,001) mais resistentes à fractura do que as coroas em zircónia revestidas a cerâmica. No entanto essa diferença diminui para 59% (p<0,001) se não consideramos o efeito da fadiga. Quanto ao efeito da fadiga mecânica e térmica, na resistência das coroas à fratura, podemos verificar que no caso das coroas em zircónia revestidas a cerâmica há uma diminuição de cerca de 2% (grupos G1 e G2; p=0,794), enquanto no caso das coroas totalmente em zircónia verifica-se um aumento da resistência de cerca 5% (grupos G3 e G4; p=0,224), não sendo um resultado estatisticamente significativo. Sendo assim, pode concluir-se que o uso clínico correspondente a 5 anos não tem influência na resistência à fractura no tipo de coroas testadas. Neste estudo todas os grupos testados, com e sem fadiga, mostraram valores mínimos de fractura superiores a 1000N. Logo, todas as coroas excederam limites de resistência à fractura para zonas posteriores e por isso estão indicadas para a reabilitação dessas zonas. Apesar de mais estudos serem necessários, os resultados deste estudo, sugerem que as coroas totalmente em zircónia podem ser uma alternativa as coroas revestidas em cerâmica na reabilitação na zona posterior.
id RCAP_0611a5b3b6b8f461e8c53bdd1f3d12bb
oai_identifier_str oai:repositorio.cespu.pt:20.500.11816/314
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Avaliação da resistência mecânica entre peças unitárias totalmente em zircónia e peças unitárias em zircónia revestidas a cerânica, sujeitas a carregamentos mastigatóriosDental crownsZircóniaFracture resistanceAging testsAs restaurações à base de zircónia estão a tornar-se cada vez mais populares. É prática comum aplicar uma camada de cerâmica nas coroas dentárias a revestir o núcleo de zircónia. Estudos reportam falhas clínicas neste tipo de coroas fabricadas em zircónia, sendo a principal causa apontada a fratura da cerâmica. É uma preocupação constante resolver este tipo de questão, pois todos os dias são publicados dados sobre novos materiais e processos tecnológicos para melhorar a adesão da cerâmica à zircónia evitando, assim, o aparecimento de microfraturas na região de interface entre ambas, as quais levam à falência da cerâmica. A fresagem de uma peça única pode ser uma alternativa a restaurações em zircónia. O objetivo deste estudo in vitro é avaliar a variação da resistência mecânica de restaurações unitárias posteriores em zircónia revestidas a cerâmica comparativamente com restaurações totalmente em zircónia. Pretende-se, ainda, com este trabalho, avaliar o efeito do envelhecimento artificial, tanto térmico como mecânico, correspondente a 5 anos em função clínica, sujeitando, para isso, as coroas a carregamentos cíclicos, que simulem as cargas mastigatórias e variações de temperatura. Para a metodologia empregue, foram fabricadas 69 coroas: 33 em zircónia revestida a cerâmica e 36 totalmente em zircónia, todas com as mesmas dimensões. Destas, 17 coroas em zircónia revestida a cerâmica(G1) e 18 coroas totalmente em zircónia (G3) foram sujeitas a testes de fadiga mecânica e térmica, após os quais, as coroas foram sujeitas a compressão até a fratura. As restantes coroas, 16 coroas em zircónia revestida a cerâmica (G2) e 18 coroas totalmente em zircónia (G4) foram sujeitas a compressão até ser atingida a fractura. Os valores médios da força máxima de fractura obtidos, foram: G1- 2296 (N); G2- 2331 (N); G3- 3879 (N); G4- 3696 (N). Quanto à dispersão dos resultados obtidos: G1-16,2%, G2-16,6%, G3-11,4% e G4-11,9%, o que significa que o processo de fabrico das coroas totalmente em zircónia é mais rigoroso do que o das de zircónia revestidas a cerâmica. As coroas em zircónia revestida a cerâmica apresentam uma resistência à fractura mais baixa que as coroas totalmente em zircónia. Para esta comparação, se consideramos o efeito da fadiga, as coroas totalmente em zircónia são cerca de 69% (p<0,001) mais resistentes à fractura do que as coroas em zircónia revestidas a cerâmica. No entanto essa diferença diminui para 59% (p<0,001) se não consideramos o efeito da fadiga. Quanto ao efeito da fadiga mecânica e térmica, na resistência das coroas à fratura, podemos verificar que no caso das coroas em zircónia revestidas a cerâmica há uma diminuição de cerca de 2% (grupos G1 e G2; p=0,794), enquanto no caso das coroas totalmente em zircónia verifica-se um aumento da resistência de cerca 5% (grupos G3 e G4; p=0,224), não sendo um resultado estatisticamente significativo. Sendo assim, pode concluir-se que o uso clínico correspondente a 5 anos não tem influência na resistência à fractura no tipo de coroas testadas. Neste estudo todas os grupos testados, com e sem fadiga, mostraram valores mínimos de fractura superiores a 1000N. Logo, todas as coroas excederam limites de resistência à fractura para zonas posteriores e por isso estão indicadas para a reabilitação dessas zonas. Apesar de mais estudos serem necessários, os resultados deste estudo, sugerem que as coroas totalmente em zircónia podem ser uma alternativa as coroas revestidas em cerâmica na reabilitação na zona posterior.2013-11-15T13:09:41Z2013-01-01T00:00:00Z2013info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/vnd.openxmlformats-officedocument.wordprocessingml.documenthttps://repositorio.cespu.pt/handle/20.500.11816/314http://hdl.handle.net/20.500.11816/314porRodrigues, Pedro Manuel de Matosinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-05-31T13:58:23Zoai:repositorio.cespu.pt:20.500.11816/314Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:56:56.647307Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Avaliação da resistência mecânica entre peças unitárias totalmente em zircónia e peças unitárias em zircónia revestidas a cerânica, sujeitas a carregamentos mastigatórios
title Avaliação da resistência mecânica entre peças unitárias totalmente em zircónia e peças unitárias em zircónia revestidas a cerânica, sujeitas a carregamentos mastigatórios
spellingShingle Avaliação da resistência mecânica entre peças unitárias totalmente em zircónia e peças unitárias em zircónia revestidas a cerânica, sujeitas a carregamentos mastigatórios
Rodrigues, Pedro Manuel de Matos
Dental crowns
Zircónia
Fracture resistance
Aging tests
title_short Avaliação da resistência mecânica entre peças unitárias totalmente em zircónia e peças unitárias em zircónia revestidas a cerânica, sujeitas a carregamentos mastigatórios
title_full Avaliação da resistência mecânica entre peças unitárias totalmente em zircónia e peças unitárias em zircónia revestidas a cerânica, sujeitas a carregamentos mastigatórios
title_fullStr Avaliação da resistência mecânica entre peças unitárias totalmente em zircónia e peças unitárias em zircónia revestidas a cerânica, sujeitas a carregamentos mastigatórios
title_full_unstemmed Avaliação da resistência mecânica entre peças unitárias totalmente em zircónia e peças unitárias em zircónia revestidas a cerânica, sujeitas a carregamentos mastigatórios
title_sort Avaliação da resistência mecânica entre peças unitárias totalmente em zircónia e peças unitárias em zircónia revestidas a cerânica, sujeitas a carregamentos mastigatórios
author Rodrigues, Pedro Manuel de Matos
author_facet Rodrigues, Pedro Manuel de Matos
author_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Rodrigues, Pedro Manuel de Matos
dc.subject.por.fl_str_mv Dental crowns
Zircónia
Fracture resistance
Aging tests
topic Dental crowns
Zircónia
Fracture resistance
Aging tests
description As restaurações à base de zircónia estão a tornar-se cada vez mais populares. É prática comum aplicar uma camada de cerâmica nas coroas dentárias a revestir o núcleo de zircónia. Estudos reportam falhas clínicas neste tipo de coroas fabricadas em zircónia, sendo a principal causa apontada a fratura da cerâmica. É uma preocupação constante resolver este tipo de questão, pois todos os dias são publicados dados sobre novos materiais e processos tecnológicos para melhorar a adesão da cerâmica à zircónia evitando, assim, o aparecimento de microfraturas na região de interface entre ambas, as quais levam à falência da cerâmica. A fresagem de uma peça única pode ser uma alternativa a restaurações em zircónia. O objetivo deste estudo in vitro é avaliar a variação da resistência mecânica de restaurações unitárias posteriores em zircónia revestidas a cerâmica comparativamente com restaurações totalmente em zircónia. Pretende-se, ainda, com este trabalho, avaliar o efeito do envelhecimento artificial, tanto térmico como mecânico, correspondente a 5 anos em função clínica, sujeitando, para isso, as coroas a carregamentos cíclicos, que simulem as cargas mastigatórias e variações de temperatura. Para a metodologia empregue, foram fabricadas 69 coroas: 33 em zircónia revestida a cerâmica e 36 totalmente em zircónia, todas com as mesmas dimensões. Destas, 17 coroas em zircónia revestida a cerâmica(G1) e 18 coroas totalmente em zircónia (G3) foram sujeitas a testes de fadiga mecânica e térmica, após os quais, as coroas foram sujeitas a compressão até a fratura. As restantes coroas, 16 coroas em zircónia revestida a cerâmica (G2) e 18 coroas totalmente em zircónia (G4) foram sujeitas a compressão até ser atingida a fractura. Os valores médios da força máxima de fractura obtidos, foram: G1- 2296 (N); G2- 2331 (N); G3- 3879 (N); G4- 3696 (N). Quanto à dispersão dos resultados obtidos: G1-16,2%, G2-16,6%, G3-11,4% e G4-11,9%, o que significa que o processo de fabrico das coroas totalmente em zircónia é mais rigoroso do que o das de zircónia revestidas a cerâmica. As coroas em zircónia revestida a cerâmica apresentam uma resistência à fractura mais baixa que as coroas totalmente em zircónia. Para esta comparação, se consideramos o efeito da fadiga, as coroas totalmente em zircónia são cerca de 69% (p<0,001) mais resistentes à fractura do que as coroas em zircónia revestidas a cerâmica. No entanto essa diferença diminui para 59% (p<0,001) se não consideramos o efeito da fadiga. Quanto ao efeito da fadiga mecânica e térmica, na resistência das coroas à fratura, podemos verificar que no caso das coroas em zircónia revestidas a cerâmica há uma diminuição de cerca de 2% (grupos G1 e G2; p=0,794), enquanto no caso das coroas totalmente em zircónia verifica-se um aumento da resistência de cerca 5% (grupos G3 e G4; p=0,224), não sendo um resultado estatisticamente significativo. Sendo assim, pode concluir-se que o uso clínico correspondente a 5 anos não tem influência na resistência à fractura no tipo de coroas testadas. Neste estudo todas os grupos testados, com e sem fadiga, mostraram valores mínimos de fractura superiores a 1000N. Logo, todas as coroas excederam limites de resistência à fractura para zonas posteriores e por isso estão indicadas para a reabilitação dessas zonas. Apesar de mais estudos serem necessários, os resultados deste estudo, sugerem que as coroas totalmente em zircónia podem ser uma alternativa as coroas revestidas em cerâmica na reabilitação na zona posterior.
publishDate 2013
dc.date.none.fl_str_mv 2013-11-15T13:09:41Z
2013-01-01T00:00:00Z
2013
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://repositorio.cespu.pt/handle/20.500.11816/314
http://hdl.handle.net/20.500.11816/314
url https://repositorio.cespu.pt/handle/20.500.11816/314
http://hdl.handle.net/20.500.11816/314
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/vnd.openxmlformats-officedocument.wordprocessingml.document
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799131643303165952