QUANDO SUSPEITAR DE SÍNDROME METABÓLICA NO EXAME FÍSICO E QUAL A RELEVÂNCIA PARA A SAÚDE OCUPACIONAL?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Costa,D
Data de Publicação: 2020
Outros Autores: Gonçalves,F
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-84532020000200051
Resumo: RESUMO Introdução/ enquadramento/ objetivo Num mundo ocidental marcado por uma elevada prevalência de alterações relacionadas com síndrome metabólica (obesidade, doenças cardiovasculares, diabetes mellitus tipo 2, hipertensão arterial, dislipidemias), torna-se essencial saber onde procurar sinais de forma precoce. Nas empresas, é comum encontrar trabalhadores com os múltiplos fatores de risco que a caracterizam, sendo que o ambiente e a organização do trabalho podem participar na patogénese (como escolhas alimentares desadequadas nas cantinas, bares ou máquinas de vending, organização do trabalho e stress, ou trabalho por turnos e seu impacto no ritmo circadiano). As suas consequências levarão a mais Certificados de Incapacidade Temporária por doença, mais acidentes de trabalho e mais perda de produtividade para as Empresas. Por isso, nos serviços de Saúde Ocupacional, poderá existir outro caminho que investa na promoção da saúde e do bem-estar, além da prevenção direta de doenças profissionais e acidentes de trabalho, analisando o trabalhador num ponto de vista global, em toda a sua definição de Saúde, e atuando em sinergia com os Cuidados de Saúde Primários. O principal objetivo deste trabalho consiste na elaboração de uma revisão de manifestações cutâneas que possam fornecer pistas no exame físico, tendo como maior foco a síndrome metabólica. Metodologia Trata-se de uma Scoping Review, iniciada através de uma pesquisa realizada nas bases de dados EBSCO (CINAHL, MEDLINE, Nursing & Allied Health Collection: Comprehensive, Cochrane Database, MedicLatina), PUBMED e RCAAP, durante os meses de Junho e Julho de 2020. As palavras-chave utilizadas foram: “Manifestações cutâneas”, “Sinais na pele”, “Resistência à insulina”, “Síndrome metabólica”, bem como as suas traduções em inglês (Skin manifestations, Insulin resistance, Skin signs, Metabolic syndrome). Resultados Foram encontrados vários sinais sugestivos de Síndrome Metabólica ou resistência à insulina, nomeadamente acanthosis nigricans, acrocórdons, xantelasmas, xantomas eruptivos, prega lobular auricular diagonal, alopécia androgenética, algumas manifestações de carácter inflamatório (acne, hidradenite supurativa) e autoimune (psoríase, vitiligo). Conclusões É fundamental o incentivo a mudanças de estilo de vida que atenuem/ eliminem a Síndrome Metabólica. Capacitar ou relembrar os profissionais das técnicas de avaliação não invasivas de reconhecimento de sinais, pode contribuir para auxiliar a equipa a detetar manifestações metabólicas, simplesmente olhando para a pele de quem cuidam. Esta abordagem pode ser uma mais-valia nos serviços de Saúde Ocupacional, que se encontram na vanguarda do acompanhamento de adultos, e cujo curso da doença poderá ser controlado ou mesmo revertido, com diagnóstico e intervenção precoce. De facto, analisar o trabalhador em toda a sua definição de saúde (agregando a Medicina/ Enfermagem Preventiva à Curativa) e atuando em sinergia com os Cuidados de Saúde Primários, acabará por influenciar positivamente a produtividade das empresas (ao prevenir baixas médicas por doença, ou até mesmo em reduzir acidentes de trabalho).
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