Eficácia da Terapia de Manipulação Vertebral na gestão terapêutica de cefaleias: Revisão Sistemática
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/12874 |
Resumo: | Introdução: As cefaleias são uma das principais causas de procura de cuidados médicos a nível mundial e são, também, o problema neurológico que mais causa incapacidade globalmente. O tratamento preconizado para as cefaleias assenta, geralmente, numa combinação de medidas não-farmacológicas e farmacológicas, com maior ênfase nestas últimas. Contudo, esta terapêutica convencional, além de nem sempre permitir alcançar um controlo satisfatório dos sintomas, também acarreta algumas desvantagens, nomeadamente o facto de necessitar de longos períodos de tratamento e de poder apresentar vários efeitos adversos. A alta prevalência das cefaleias, associada à baixa eficácia dos tratamentos convencionais tem conduzido a um aumento considerável da procura por terapias alternativas. Estudos clínicos recentes têm vindo a relatar efeitos benéficos no controlo da dor, resultantes da aplicação da terapia de manipulação vertebral, propondo-a como potencial alternativa na gestão de doentes com cefaleia. Objetivos: Determinar a eficácia e segurança da aplicação de terapias de manipulação vertebral na gestão terapêutica de cefaleias em adultos, com base na evidência científica existente. Metodologia: Foi elaborado e publicado um protocolo com estratégia de investigação na plataforma PROSPERO e realizada uma pesquisa na MEDLINE/PubMed, Cochrane e Scopus de ensaios clínicos publicados em inglês e português, entre 2011 e agosto de 2021. Utilizaram-se as palavras-chave: "spinal manipulation" OR chiropra* AND (headaches OR migraine). A pesquisa, seleção e análise dos artigos foi realizada de forma independente por dois investigadores e um terceiro foi chamado nas situações de desempate. Procedeu-se à análise de viés através das ferramentas RoB 2 e ROBINS-I. Os principais outcomes analisados foram a eficácia da terapia de manipulação vertebral na gestão terapêutica das cefaleias (sobre a intensidade, frequência e duração da dor) e o seu impacto na qualidade de vida dos doentes. Resultados: Na presente revisão foram incluídos doze ensaios clínicos que estudaram a eficácia da terapia de manipulação vertebral na gestão terapêutica de cefaleias, tendo sido utilizados oito Randomized Controlled Trials e quatro não-Randomized Controlled Trials. A terapia de manipulação vertebral parece conseguir reduzir a frequência e intensidade dos episódios de cefaleia, sendo estes resultados verificáveis tanto em pacientes com cefaleias primárias como cefaleias secundárias. Estes resultados foram verificados imediatamente após a aplicação da intervenção em estudo, mas também a longo prazo. Por outro lado, não há informação que permita concluir a existência de benefício terapêutico sobre a duração das crises de cefaleia nem melhoria significativa da qualidade de vida dos pacientes. No entanto, o elevado risco de viés apresentado por alguns dos estudos analisados não pode ser desprezado. Conclusão: A terapia de manipulação vertebral tem potencial para se tornar uma terapia complementar na gestão de doentes com cefaleias, com especial importância na diminuição da frequência e da intensidade dos episódios de cefaleia. No entanto, a existência de um considerável risco de viés na atual evidência científica compromete a sua qualidade e dificulta a sua aplicabilidade clínica imediata. Recomendamos a realização de novos ensaios clínicos com metodologias mais rigorosas e robustas e que permitam introduzir, com mais segurança e de forma definitiva, a terapia de manipulação vertebral na abordagem terapêutica da população que sofre deste distúrbio. |
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Eficácia da Terapia de Manipulação Vertebral na gestão terapêutica de cefaleias: Revisão SistemáticaCefaleiasQuiropraxiaTerapia de Manipulação VertebralDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaIntrodução: As cefaleias são uma das principais causas de procura de cuidados médicos a nível mundial e são, também, o problema neurológico que mais causa incapacidade globalmente. O tratamento preconizado para as cefaleias assenta, geralmente, numa combinação de medidas não-farmacológicas e farmacológicas, com maior ênfase nestas últimas. Contudo, esta terapêutica convencional, além de nem sempre permitir alcançar um controlo satisfatório dos sintomas, também acarreta algumas desvantagens, nomeadamente o facto de necessitar de longos períodos de tratamento e de poder apresentar vários efeitos adversos. A alta prevalência das cefaleias, associada à baixa eficácia dos tratamentos convencionais tem conduzido a um aumento considerável da procura por terapias alternativas. Estudos clínicos recentes têm vindo a relatar efeitos benéficos no controlo da dor, resultantes da aplicação da terapia de manipulação vertebral, propondo-a como potencial alternativa na gestão de doentes com cefaleia. Objetivos: Determinar a eficácia e segurança da aplicação de terapias de manipulação vertebral na gestão terapêutica de cefaleias em adultos, com base na evidência científica existente. Metodologia: Foi elaborado e publicado um protocolo com estratégia de investigação na plataforma PROSPERO e realizada uma pesquisa na MEDLINE/PubMed, Cochrane e Scopus de ensaios clínicos publicados em inglês e português, entre 2011 e agosto de 2021. Utilizaram-se as palavras-chave: "spinal manipulation" OR chiropra* AND (headaches OR migraine). A pesquisa, seleção e análise dos artigos foi realizada de forma independente por dois investigadores e um terceiro foi chamado nas situações de desempate. Procedeu-se à análise de viés através das ferramentas RoB 2 e ROBINS-I. Os principais outcomes analisados foram a eficácia da terapia de manipulação vertebral na gestão terapêutica das cefaleias (sobre a intensidade, frequência e duração da dor) e o seu impacto na qualidade de vida dos doentes. Resultados: Na presente revisão foram incluídos doze ensaios clínicos que estudaram a eficácia da terapia de manipulação vertebral na gestão terapêutica de cefaleias, tendo sido utilizados oito Randomized Controlled Trials e quatro não-Randomized Controlled Trials. A terapia de manipulação vertebral parece conseguir reduzir a frequência e intensidade dos episódios de cefaleia, sendo estes resultados verificáveis tanto em pacientes com cefaleias primárias como cefaleias secundárias. Estes resultados foram verificados imediatamente após a aplicação da intervenção em estudo, mas também a longo prazo. Por outro lado, não há informação que permita concluir a existência de benefício terapêutico sobre a duração das crises de cefaleia nem melhoria significativa da qualidade de vida dos pacientes. No entanto, o elevado risco de viés apresentado por alguns dos estudos analisados não pode ser desprezado. Conclusão: A terapia de manipulação vertebral tem potencial para se tornar uma terapia complementar na gestão de doentes com cefaleias, com especial importância na diminuição da frequência e da intensidade dos episódios de cefaleia. No entanto, a existência de um considerável risco de viés na atual evidência científica compromete a sua qualidade e dificulta a sua aplicabilidade clínica imediata. Recomendamos a realização de novos ensaios clínicos com metodologias mais rigorosas e robustas e que permitam introduzir, com mais segurança e de forma definitiva, a terapia de manipulação vertebral na abordagem terapêutica da população que sofre deste distúrbio.Introduction: Headaches are one of the main causes of demand for health care service worldwide and also the leading neurological problem causing disability globally. The recommended treatment for headache is generally based on a combination of nonpharmacological and pharmacological approaches, with greater emphasis on the latter. However, this conventional therapy, besides not always allowing to achieve a satisfactory symptomatic control, also presents some disadvantages, namely requiring long treatment periods and the possibility of causing several side effects. The high prevalence of headaches, associated with the low efficacy of conventional treatments, has led to a considerable increase in the demand for alternative therapies. Recent clinical studies have been reporting beneficial effects on pain control resulting from the application of spinal manipulation therapy, proposing it as a potential alternative in the management of patients with headaches. Objective: To determine the effectiveness of spinal manipulation therapies in the therapeutic management of headache in adults, based on existing scientific evidence. Methods: A protocol defining the investigation strategy was elaborated and published on the PROSPERO platform and a research was carried out in MEDLINE/PubMed, Cochrane and Scopus databases for clinical trials published in English and Portuguese, between 2011 and August of 2021. The keywords used were: "spinal manipulation" OR chiropra* AND (headaches OR migraine). The research, selection and analysis of articles was performed independently by two investigators and a third one was called in tie-breaking decisions. Bias analysis was performed using the RoB 2 e ROBINS-I tools. The main outcomes analyzed were the effectiveness of spinal manipulation therapy in therapeutic management of headache (on pain intensity, frequency and duration) and its impact on patients’ quality of life. Results: Twelve clinical trials that studied the effectiveness of spinal manipulation therapy in the therapeutic management of headaches were included in the present review, eight of them being Randomized Controlled Trials and four being nonRandomized Controlled Trials. Spinal manipulation therapy was apparently able to reduce the frequency and intensity of headache episodes and these results were equally observed in patients with primary headaches and secondary headaches. These results were noticed immediately after the application of the studied intervention and also long term. On the contrary, there wasn’t enough available information allowing to conclude about the existence of a therapeutic benefit on the duration of headache crisis or a significant improvement in patients’ quality of life. However, the high risk of bias presented by some of the analyzed studies should not be ignored. Conclusion: Spinal manipulation therapy has the potential of becoming a complementary therapy in the management of headaches, with particular significance in reducing the frequency and the intensity of headache episodes. However, the existence of a considerable risk of bias in the existing scientific evidence compromises its quality and hinders its immediate clinical applicability. We recommend developing new clinical trials with more rigorous methodologies, in order to enable the secure and definitive introduction of spinal manipulation therapy in the therapeutic approach of the population suffering from this disorder.Simões, José Augusto RodriguesCraveiro, José Filipe MoreirauBibliorumMaia, Mónica Sofia Nogueira2023-02-10T16:37:44Z2022-07-072022-04-292022-07-07T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/12874TID:203183347porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:56:14Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/12874Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:52:22.943115Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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