Utilização dos glóbulos vermelhos no doente grave : estudo de uma amostra de doentes admitidos no SMI do CHUC
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10316/33348 |
Resumo: | Trabalho de revisão do 6º ano médico com vista à atribuição do grau de mestre (área científica de medicina intensiva) no âmbito do ciclo de estudos de Mestrado Integrado em Medicina |
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Utilização dos glóbulos vermelhos no doente grave : estudo de uma amostra de doentes admitidos no SMI do CHUCTransfusões de SangueUnidade de Cuidados IntensivosAnemiaPráticaGuidelinesConcentrado de EritrócitosTrabalho de revisão do 6º ano médico com vista à atribuição do grau de mestre (área científica de medicina intensiva) no âmbito do ciclo de estudos de Mestrado Integrado em MedicinaIntrodução: Transfusões de Concentrado de Eritrócitos são uma prática muito comum nas Unidades de Cuidados Intensivos. Apesar dos benefícios comprovados no tratamento de doentes severamente anémicos, os riscos que comportam não são desprezíveis e a sua disponibilidade é limitada. Embora atualmente se defenda a adoção de uma prática restritiva (Hb<7g/dl), os critérios transfusionais permanecem pouco concretos e são alvo de controvérsia. Objetivos: Descrever os valores de hemoglobina pré transfusionais e propor uma discussão sobre as indicações do uso de concentrado de eritrócitos num Serviço de Medicina Intensiva. Métodos: Realizou-se um estudo observacional e retrospetivo da população de 55 doentes internados no Serviço de Medicina Intensiva (piso +1) do Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, pólo do Hospital Universitário, no período temporal de 6 meses. Foi utilizado o software estatístico SPSSv20® para Windows. Resultados: Dos 55 doentes, 69,1 % eram doentes do género masculino e 30,9% do género feminino. A média das idades dos doentes avaliados foi de 61±19,06 anos. Obteve-se um total de 118 transfusões. Cada doente recebeu em média 2,15±1,5 unidades de CE. À admissão, a amostra apresentava, em média, uma hemoglobina de 9,85±1,38 g/dl. Obteve-se uma média de hemoglobina pré transfusional de 7,82±0,73 g/dl. 8,47% dos doentes receberam transfusão com concentrações de Hb≤7g/dl, 66,1% com concentrações entre 7 e 8 g/dl, 23,7% entre 8 e 10g/dl e 1,69% para concentrações superiores a 10 g/dl. A média de hemoglobina pós transfusional foi de 9,46 ± 1,03 g/dl. Da análise descritiva dos valores de hemoglobina observou-se uma diminuição progressiva da sua concentração até ao momento da transfusão, seguida de um aumento significativo. Verificou-se que não existe correlação estatisticamente significativa entre o número de transfusões e o valor SAPS II. Discussão: A hemoglobina à admissão é concordante com outros estudos que comprovam que em média os doentes admitidos nos SMI têm já anemia prévia ao internamento, embora o próprio internamento seja fator agravante desta condição. Embora se recomende uma prática transfusional restritiva, a presença de comorbilidades específicas e fatores relacionados com a doença aguda podem justificar algumas variações nesta prática. Destaca-se nesta amostra a presença de algumas patologias que podem requerer uma abordagem particular. As caraterísticas globais dos indivíduos desta amostra são heterogéneas justificando também variações neste limiar transfusional. Além da concentração de Hb, a progressão dos seus valores bem como outros parâmetros poderão ser explorados na toma da decisão transfusional. Conclusão: A concentração de Hb pré transfusional (7,82g/dl) desta amostra de doentes foi ligeiramente superior ao recomendado pelas guidelines. No entanto, estas não prevêem variações individuais entre os vários doentes. Além disso, o uso de um valor isolado de concentração de hemoglobina apresenta algumas limitações. A impressão clínica, a progressão da concentração da hemoglobina e outros parâmetros fisiológicos poderão ser úteis na prática transfusional. Introduction: Transfusion of red blood cells is common in Intensive Care Units. Despite its proven benefits in treating severely anemic patients, it also has considerable risks and it is a limited supply. Although a restrictive strategy (Hb<7g/dl) is the most currently advocated, transfusional criteria remain far from concrete and controversial. Objective: To describe pretransfuional hemoglobin levels and propose a discussion on the use of red blood cells in Intensive Care Unit. Methods: A retrospective cohort study was conducted on 55 patients from de population of Intensive Care patients (1st floor) of the Coimbra University Hospital, using a 6 months span. Statistical procedures were performed using SPSSv20® for Windows. Results: Out of the 55 patients, 69,1% were male and 30,9% were female. The average age was 61±19,06 years old. 118 transfusions were reported. An average of 2,15±1,5 red-cell units per patient was administered. At admission, a mean hemoglobin concentration of 9,85±1,38 g/dl was found. It was obtained a mean transfusion threshold of 7,82±0,73 g/dl. 8,47% of the patients who were transfused had [Hb]≤7g/dl, 66,1% between 7 and 8 g/dl, 23,7% between 8 and 10g/dl and 1,69% ≥10 g/dl. The average postransfusional hemoglobin was 9,46± 1,03 g/dl. A descriptive analysis of hemoglobin levels was performed and showed a decrease in its concentrations up to the moment of transfusion, followed by a significant increase. No statistically significant correlation between the number of transfusions and SAPS II value was found. Discussion: Admission hemoglobin values are consistent with other studies that show that, on average, patients admitted in Intensive Care Unit already have pre-existing anemia, though ICU stay is itself an aggravating factor of this condition. Althoug a restrictive transfusion strategy is recommended, some variations must be considered in the presence of specific comorbidities and other factors associated with acute disease. Some conditions present in this population may require a particular management. In addition, the overall characteristics of this population are heterogeneous further justifying variations in this transfusion threshold. Besides the Hb concentration, the progression of its values and other parameters might as well be explored for the transfusion decision. Conclusion: Hemoglobin threshold in this population (7,82g/dl) was slightly higher than the recommended in guidelines. However, these do not consider individual variations between different patients. Furthermore, the use of an isolated level of hemoglobin has certain limitations. Clinical impression, progression of hemoglobin levels and other physiological parameters may be useful in transfusion practice.2016-01info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10316/33348http://hdl.handle.net/10316/33348porCalado, Ana Rebeca das Nevesinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-01-20T17:48:47Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/33348Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T20:44:11.568254Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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