Ser ou não ser? Eis a função : uma abordagem ao funcionamento cognitivo de indivíduos em situação de reclusão

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gonçalves, Inês Isabel Fernandes
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10437/13013
Resumo: Estudos sobre a associação entre disfunção cognitiva e criminalidade demonstram que, indivíduos em situação de reclusão, nomeadamente indivíduos reincidentes e condenados por crimes violentos, tendem a apresentar um padrão de funcionamento marcado por dificuldades ao nível das competências cognitivas, sociais e emocionais. Com este estudo, objetivou-se avaliar e caracterizar o funcionamento executivo de indivíduos em situação de reclusão, em função do tipo de crime e número de detenções prévias. Com base nesta relação, hipotetizou se que, tanto os reclusos reincidentes como os condenados por crimes violentos, apresentariam maiores défices executivos, assim como assumiriam maiores riscos na tomada de decisão, contrariamente aos indivíduos primários e aos condenados por crimes não violentos. A amostra compreendia um total de 50 participantes, em diferentes fases do cumprimento de pena, condenados por diversos tipos de crime, e cujas avaliações neuropsicológicas foram realizadas com base em provas como o MoCA, FAB, MD, WCST e IGT. Os dados dos participantes foram analisados com recurso a procedimentos paramétricos, nomeadamente testes T para amostras independentes. Os resultados obtidos revelaram um desempenho semelhante entre os participantes de cada subgrupo (i.e., reincidentes vs. primários; violentos vs. não violentos), por isso, do ponto de vista da significância estatística, não foi possível confirmar as hipóteses colocadas. Estes resultados sugerem alguma inconsistência na discriminação de um subgrupo que se destacasse pelas suas capacidades ou comprometimentos cognitivos.
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