O Direito de ser um ser com Direitos: O Desafio de Repensar os Tempos Livres das Crianças em Idade Escolar
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.22/10173 |
Resumo: | A Educação no e para o Tempo Livre é reconhecida por diversos autores (Caride, 2003; Carvalho & Baptista, 2004; Romani, 1998) como um dos âmbitos ou dimensões da Educação Social, remetendo para as potencialidades educativas que existem no tempo livre das pessoas. Neste sentido, o ócio é percecionado como um direito humano básico, indispensável para a qualidade de vida, compreendendo formas de expressão e atividades diversas que pressupõem atitudes, valores, conhecimentos, habilidades e recursos. Atualmente, em Portugal, o tempo livre das crianças em idade escolar constitui-se, essencialmente, como um tempo formativo, suportado pela lei portuguesa. Assim, os contextos de educação informal, como é o caso dos Centros de Atividades de Tempos Livres são invadidos pela lógica escolar, sobrecarregando as crianças com atividades estruturadas retirando-lhes a possibilidade de participação plena e desrespeitando-as enquanto sujeitos de direitos. Emerge assim a concetualização da criança desprovida de competência, destituída de autonomia e poder de participação no seu tempo livre. Neste contexto, o Educador Social assume-se como um mediador privilegiado ao proporcionar espaços de reflexão e diálogo entre as crianças, os pais, a escola e os contextos de educação informal em que estas atuam. A presente comunicação pretende ilustrar a experiência de desenvolvimento do projeto “Crianças que Aprendem e se Transformam em Liberdade” realizado num Centro de Atividades de Tempos Livres, no âmbito do Mestrado em Educação e Intervenção Social, Especialização em Desenvolvimento Comunitário e Educação de Adultos, da Escola Superior de Educação do Porto, com a finalidade de valorizar as atividades de tempos livres e a sua dimensão educativa no desenvolvimento das crianças. A metodologia que orientou e fundamentou este projeto foi a Investigação- Ação Participativa que se constitui como metodologia privilegiada nos projetos de Educação e Intervenção Social, porque partilham os mesmos objetivos e referentes paradigmáticos, centrando-se na capacitação e empoderamento dos indivíduos para produzir conhecimento útil e significativo nas suas vidas e promover a mudança social, colocando de parte noções positivistas de racionalidade, objetividade e verdade (Timóteo, 2010). O desenvolvimento do projeto permitiu aumentar o envolvimento das crianças no quotidiano da instituição bem como sensibilizar a comunidade para a importância desta resposta social no desenvolvimento das crianças, nomeadamente os profissionais com os quais se trabalhou no sentido da emergência de um compromisso profissional no âmbito da educação para os tempos livres. |
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