Os cinco sentidos e o erotismo nos banquetes privados : Império Novo
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2008 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/102095 |
Resumo: | A iconografia funerária de alguns túmulos pertencentes à elite egípcia do Império Novo, nomeadamente os cinco túmulos tebanos nº 38 de Djeserkareseneb, nº 45 de Dehuti, nº 52 de Nakht, nº 90 de Nebamun e nº 100 de Rekhmire, serve de base à presente investigação, centrada na temática dos banquetes privados deste período cronológico, associando-os, especificamente, aos cinco sentidos humanos (a audição, o tacto, o olfacto, o paladar e a visão), vistos aqui como veículos condutores de uma mensagem erótica num contexto social e temporal particular. Partindo do conceito abrangente de “festa”, e observando as suas diversas variantes, inserimos estes acontecimentos num grupo festivo específico, as denominadas “festas privadas”, traçando-se, neste trabalho, um breve paralelo com a outra face da mesma moeda: as denominadas “festas públicas”. Seguidamente, contextualizamos os banquetes no seu ritual de preparação, abordando os passos que antecediam estes momentos lúdico-recreativos, nomeadamente as questões logísticas (recursos afectos à preparação do banquete, entre os quais destacamos a faiança utilizada e o mobiliário), passando, igualmente, pelo contexto físico em que se desenrolam e a estrutura social interveniente em todo este processo. Por último, iremos não só elaborar uma análise comparativa dos elementos existentes nestes eventos e criar, assim, uma relação de componentes comuns e transversais a este tipo de representações iconográficas, mas também realizar uma análise aprofundada dos banquetes privados, traçando um paralelo entre estes contextos festivos particulares e as suas componentes erotizantes, vistas numa vertente unicamente heterossexual. Neste domínio, focamo-nos nos cinco sentidos, associando cada elemento que caracteriza estes acontecimentos sociais a uma mensagem primordialmente sexual e erótica, mostrando que se, por um lado, não existe unanimidade quanto ao verdadeiro significado destas representações, estas imagens possuem, no entanto, traços comuns e característicos que permitem contextualizá-las sob uma perspectiva diferente: a erótica. O grosso desta investigação centrar-se-á, portanto, na análise aprofundada dos seguintes elementos e problematizações: o paladar, mais concretamente na utilização de elementos afrodisíacos ou inebriantes na alimentação egípcia, neste contexto festivo; a audição, que nos remete, mais concretamente, para a música e o canto; a visão, através do estudo da dança, da indumentária, dos adornos e, por fim, da cosmética; o olfacto, maioritariamente associado ao perfume e, por fim, o toque, aqui associado não só a gestos nos quais todo o corpo funcionava como instrumento transportador de energia de um ser para o outro, mas também aos rituais propiciadores de beleza. |
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Os cinco sentidos e o erotismo nos banquetes privados : Império NovoBanquetes privadosErotismoSentidosPrivate banquets,EroticHuman sensesDomínio/Área Científica::Humanidades::História e ArqueologiaA iconografia funerária de alguns túmulos pertencentes à elite egípcia do Império Novo, nomeadamente os cinco túmulos tebanos nº 38 de Djeserkareseneb, nº 45 de Dehuti, nº 52 de Nakht, nº 90 de Nebamun e nº 100 de Rekhmire, serve de base à presente investigação, centrada na temática dos banquetes privados deste período cronológico, associando-os, especificamente, aos cinco sentidos humanos (a audição, o tacto, o olfacto, o paladar e a visão), vistos aqui como veículos condutores de uma mensagem erótica num contexto social e temporal particular. Partindo do conceito abrangente de “festa”, e observando as suas diversas variantes, inserimos estes acontecimentos num grupo festivo específico, as denominadas “festas privadas”, traçando-se, neste trabalho, um breve paralelo com a outra face da mesma moeda: as denominadas “festas públicas”. Seguidamente, contextualizamos os banquetes no seu ritual de preparação, abordando os passos que antecediam estes momentos lúdico-recreativos, nomeadamente as questões logísticas (recursos afectos à preparação do banquete, entre os quais destacamos a faiança utilizada e o mobiliário), passando, igualmente, pelo contexto físico em que se desenrolam e a estrutura social interveniente em todo este processo. Por último, iremos não só elaborar uma análise comparativa dos elementos existentes nestes eventos e criar, assim, uma relação de componentes comuns e transversais a este tipo de representações iconográficas, mas também realizar uma análise aprofundada dos banquetes privados, traçando um paralelo entre estes contextos festivos particulares e as suas componentes erotizantes, vistas numa vertente unicamente heterossexual. Neste domínio, focamo-nos nos cinco sentidos, associando cada elemento que caracteriza estes acontecimentos sociais a uma mensagem primordialmente sexual e erótica, mostrando que se, por um lado, não existe unanimidade quanto ao verdadeiro significado destas representações, estas imagens possuem, no entanto, traços comuns e característicos que permitem contextualizá-las sob uma perspectiva diferente: a erótica. O grosso desta investigação centrar-se-á, portanto, na análise aprofundada dos seguintes elementos e problematizações: o paladar, mais concretamente na utilização de elementos afrodisíacos ou inebriantes na alimentação egípcia, neste contexto festivo; a audição, que nos remete, mais concretamente, para a música e o canto; a visão, através do estudo da dança, da indumentária, dos adornos e, por fim, da cosmética; o olfacto, maioritariamente associado ao perfume e, por fim, o toque, aqui associado não só a gestos nos quais todo o corpo funcionava como instrumento transportador de energia de um ser para o outro, mas também aos rituais propiciadores de beleza.The funerary iconography of some Egyptian tombs belonging to New Empire’s elite, namely five teban tombs, TT nº 38 Djeserkareseneb, TT nº 45 Dehuti, TT nº 52 Nakht, TT nº 90 Nebamun and TT nº 100 Rekhmire, served as starting point for this research , focused on the private banquets of this specific chronological period of History, relating them to the five human senses (the hearing, touch, smell, taste and vision), considered here as a vehicle of an erotic message in a social and particular context. Starting from a broader concept of "feast", and referring its diversity, we insert these events in a festive specific group, the "private feasts", doing a brief parallel with the opposite: “public feasts". Banquets are then contextualized in its own preparation rituals, addressing the moments that preceded these entertainment time, including the logistical issues (resources allocated to the preparation of the banquet, which include faiance and furniture), the physical context in which they occur and the social structure that intervenes in this whole process. Finally, we will do a comparative analysis of the important elements present in these events and create a relation between common components which are transversal to such iconographic representations. We will also make an analysis of the private banquets, tracing a parallel between this particularly context and their erotism, seen only through a heterosexual perspective. Here, we focus on the five senses, associating each element that characterizes these social events with a primarily sexual and erotic message, showing that although there is no consensus regarding the true meaning of these representations, these images demonstrate, however, to have common and characteristics features that allow us to contextualize them under a different perspective: the erotic one. The main subject of this research will focus, therefore, in the complete analysis of the following elements: the taste, specifically with the employ of aphrodisiac or inebriant elements in Egyptian food during this festive context, the hearing, which lead us, more specifically, to the music and singing, the vision, throughout the study of the dance, clothing, ornaments and cosmetics, the smell, mostly associated with perfume, and finally the touch, associated with gestures of body wich worked as a transporter of energy of one being to another, and also to the beauty rituals.Lopes, Maria Helena TrindadeRUNNascimento, Filipa Franco de Sousa2020-08-07T10:15:26Z2008-072020-08-072008-07-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/102095porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T04:48:14Zoai:run.unl.pt:10362/102095Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:39:43.536244Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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