A dignidade humana como posição jurídica

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Miranda, Lorena de Moura Barbosa de
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/52868
Resumo: A presente dissertação busca constituir fundamentos capazes de delimitar a ideia de dignidade humana como posição jurídica, a partir de seu enunciado como princípio constitucional. Referida delimitação é feita com base em elementos relevantes para a evidenciação da dignidade da pessoa humana a partir de sua multifuncionalidade e eficácia jurídica. Como marco teórico central foi usado o “não Positivismo inclusivo”, como uma moderação entre o positivismo inclusivo e o exclusivo, capaz de dar subsídio ao desenvolvimento de uma visão geral do princípio da dignidade, como posição jurídica, perpassando inicialmente pela separação entre a norma dignidade e sua percepção como valor moral. O objetivo geral do trabalho foi edificar bases sólidas dispostas a sustentar a compreensão de que o princípio em foco pode atuar como norma, adequando-se a partir de sua multifuncionalidade e eficácia normativa a posições jurídicas diferentes, servindo seu enunciado tanto como dever fundamental do Estado como para a edificação de direitos subjetivos, poderes, deveres e sujeições, como fruto de relações jurídicas, traduzindo-se em uma posição ativa (direitos e poderes) ou passiva (deveres ou sujeições), ou bivalente (direitos e deveres recíprocos), ainda que tais status representem por vezes faces de uma mesma moeda. Como dever fundamental a dignidade da pessoa humana irradia dupla eficácia, uma com efeito negativo o qual impõe a todos o dever de abstenção como limite à atuação do Estado e de todos os particulares, devendo cada qual atuar na medida em que não avance para violar a dignidade humana. Por sua vez, a eficácia positiva volta-se para a atuação estatal, gerando para o Poder Público a obrigação de garantir que a todos seja possível usufruir de mínimas condições de dignidade humana, através da aplicação do princípio da dignidade como norma de hermenêutica judicial, assegurando que todos os dispositivos constitucionais e legais sejam interpretados judicialmente à luz da dignidade humana como objetivo fundamental do Estado, como fundamento para medidas administrativas de políticas públicas, ponto em que se entra na discussão quanto ao mínimo essencial e à reserva do possível quanto à dignidade humana, e ainda como fundamento de responsabilidade estatal, e, por último, ainda que de forma não taxativa restou analisada a dignidade como fundamento de responsabilização estatal, esta vista tanto a partir de sua eficácia positiva quanto negativa. O quarto objetivo foi apresentar a estrutura e constituição da norma retirada do enunciado da dignidade a partir da lógica deôntica, no escopo de evidenciar o âmbito de aplicabilidade prática da norma, vista sob um aspecto formal, trazendo à lume certos fenômenos, originados no processo de interpretação e aplicação do princípio da dignidade enquanto direito subjetivo, a fim de obter maior clareza de sua subsunção ao caso concreto como norma autônoma no caminho percorrido da hipótese à tese, findando com a constituição da dignidade como direito subjetivo.
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Por sua vez, a eficácia positiva volta-se para a atuação estatal, gerando para o Poder Público a obrigação de garantir que a todos seja possível usufruir de mínimas condições de dignidade humana, através da aplicação do princípio da dignidade como norma de hermenêutica judicial, assegurando que todos os dispositivos constitucionais e legais sejam interpretados judicialmente à luz da dignidade humana como objetivo fundamental do Estado, como fundamento para medidas administrativas de políticas públicas, ponto em que se entra na discussão quanto ao mínimo essencial e à reserva do possível quanto à dignidade humana, e ainda como fundamento de responsabilidade estatal, e, por último, ainda que de forma não taxativa restou analisada a dignidade como fundamento de responsabilização estatal, esta vista tanto a partir de sua eficácia positiva quanto negativa. O quarto objetivo foi apresentar a estrutura e constituição da norma retirada do enunciado da dignidade a partir da lógica deôntica, no escopo de evidenciar o âmbito de aplicabilidade prática da norma, vista sob um aspecto formal, trazendo à lume certos fenômenos, originados no processo de interpretação e aplicação do princípio da dignidade enquanto direito subjetivo, a fim de obter maior clareza de sua subsunção ao caso concreto como norma autônoma no caminho percorrido da hipótese à tese, findando com a constituição da dignidade como direito subjetivo.This dissertation seeks to constitute foundations capable of delimiting the idea of human dignity as a legal position from its statement as a constitutional principle. The aforementioned delimitation is made based on relevant elements to demonstrate human dignity based on their multifunctionality and legal effectiveness. As a central theoretical framework, “non-inclusive Positivism” was used as moderation between inclusive and exclusive positivism capable of supporting development of an overview of the dignity norm and its perception as a moral value. The general objective of this research was to build solid bases willing to support understanding that the principle in focus can act as a norm, adapting itself from multifunctionality and normative effectiveness to different legal positions, serving its statement as a fundamental State duty, as with construction of subjective rights, powers, duties and subjections, as a result of legal relations, translating into an active (rights and powers) passive (duties or subjections), or bivalent (reciprocal rights and duties) position, although such statuses sometimes represent two sides of the same coin. As a fundamental duty, human dignity radiates double efficacy, one with a negative effect which imposes abstention on everyone as a limit to the action of the State and all individuals, each of whom must be current to the extent it does not violate human dignity. In turn, positive efficacy turns to state action for public authorities, generating the obligation to ensure that everyone is able to at least enjoy basic human dignity by applying the dignity principle as a norm for judicial hermeneutics, ensuring that all constitutional and legal provisions are interpreted judicially in light of human dignity as a fundamental objective of the State as a basis for administrative measures of Public Policy, at which point we enter into the discussion regarding essential minimum and maintaining whatever possible regarding human dignity, and still as a foundation of state responsibility. Finally, although dignity has been non-exhaustively analyzed as a foundation of state responsibility, it’s seen both from its positive and negative effectiveness. The fourth objective was to present the structure and constitution of the norm taken from the dignity statement, from deontic logic, in order to highlight the scope of the norm’s practical application, seen in a formal aspect, bringing to light certain phenomena, originated in the interpretation process and application of the dignity principle as a subjective right, in the scope of obtaining greater clarity of its subsumption to the concrete case as an autonomous norm in the path taken from hypothesis to thesis, ending with the constitution of dignity as a subjective right.Duarte, David José PeixotoRepositório da Universidade de LisboaMiranda, Lorena de Moura Barbosa de2022-05-10T17:53:13Z20222022-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/52868porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:58:20Zoai:repositorio.ul.pt:10451/52868Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:03:53.471122Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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