Biological invasion and the conservation of endemic island species: São Tomé Archachatina giant snails (Pulmonata: Achatinidade)
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | eng |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10451/31613 |
Resumo: | Tese de mestrado em Biologia da Conservação, apresentada à Universidade de Lisboa, através da Faculdade de Ciências, 2017 |
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Biological invasion and the conservation of endemic island species: São Tomé Archachatina giant snails (Pulmonata: Achatinidade)Modelação ecológicaArchachatina bicarinataDeclínioInterações interespecíficasDegradação do habitatTeses de mestrado - 2017Domínio/Área Científica::Ciências Naturais::Ciências BiológicasTese de mestrado em Biologia da Conservação, apresentada à Universidade de Lisboa, através da Faculdade de Ciências, 2017A perda global de biodiversidade é uma das maiores consequências das atividades humanas. As ilhas são hotspots mundiais de biodiversidade, com elevado grau de espécies endémicas, mas os seus ecossistemas são também dos mais suscetíveis às alterações antrópicas. A introdução de espécies exóticas é a principal causa de extinções em ilhas, agravada quando em sinergia com outros fatores, como a alteração do tipo de uso do solo. Os moluscos são um dos grupos animais com mais extinções, e os caracóis terrestres, em particular, sofreram o maior número de extinções devido às atividades humanas. Estes organismos são excelentes bioindicadores da qualidade do habitat, exatamente porque são muito vulneráveis às alterações ambientais. Por outro lado, também existem diversas espécies de caracóis terrestres com grande capacidade invasora, e que se adaptam muito bem a habitats humanizados. A introdução de várias espécies de caracóis gigantes africanos (géneros Achatina e Archachatina) fora do continente resultou em danos na agricultura, problemas sanitários e ameaças para os ecossistemas nativos. Estes animais têm hábitos noturnos, são polífagos e hermafroditas, produzindo grandes quantidades de ovos, sendo muito procurados para fins medicinais, ornamentais, como animais de estimação e, por fim, pelo considerável valor, sobretudo no território africano, como recurso alimentar. A ilha de São Tomé está situada a 255 km da costa Oeste africana, no Golfo da Guiné, e tem uma área de 857 km2. É caraterizada por uma elevada humidade e precipitações que podem chegar até aos 7000 mm anuais no Sudoeste. As temperaturas médias anuais variam entre os 22 e os 30°C, com mínimas de 10°C em elevada altitude. Originalmente dominada por floresta, intensas modificações da paisagem ocorreram desde a sua descoberta e colonização, no final do século XV. Podemos atualmente identificar um gradiente de degradação ambiental ao longo da ilha: áreas não florestadas sobretudo junto à costa, seguidas por plantações de sombra, onde se cultiva o cacau e o café, a floresta secundária, que resulta em grande parte do abandono de antigas plantações e onde plantas nativas e exóticas coexistem e, por fim, a floresta nativa, nas zonas mais inacessíveis do interior da ilha, que permanece quase intocada pelas atividades humanas e alberga uma elevada taxa de espécies endémicas. Apesar da sua reduzida extensão territorial, a ilha é reconhecida internacionalmente pelo elevado número de endemismos em diversos grupos taxonómicos, tais como aves, anfíbios, plantas superiores, morcegos, répteis, borboletas e moluscos. Destes últimos, São Tomé conta com 40 espécies de moluscos, 31 dos quais são endémicos. O caracol gigante do Golfo da Guiné Archachatina bicarinata (Bruguière, 1792), ou búzio-d’Obô, é uma espécie endémica das ilhas de São Tomé e Príncipe e tem sofrido um declínio acentuado em ambas as ilhas nas últimas décadas. A introdução do caracol gigante do Oeste africano Archachatina marginata (Swainson, 1821), ou búzio-vermelho, está entre as prováveis causas desse declínio. No primeiro capítulo desta tese avaliamos quais os fatores que explicam a distribuição do caracol gigante introduzido em São Tomé. O amplo gradiente de degradação ambiental que existe na ilha providencia condições excelentes para se compreender as ligações entre a distribuição desta espécie e a humanização da paisagem. Verificámos que este caracol existe em quase toda a ilha, preferindo plantações e florestas secundárias de baixa altitude, e evitando as zonas de floresta nativa. A sua presença está associada a plantas introduzidas, típicas de ecossistemas degradados, e a sua população encontra-se em expansão, com elevada proporção de indivíduos juvenis, em especial nas zonas mais degradadas. Este estudo é uma contribuição essencial para o planeamento de medidas de conservação que visem limitar a ação da espécie invasora nos ecossistemas mais suscetíveis da ilha e serve também como um alerta para a necessidade de proteger a sua floresta nativa e as espécies que nela habitam. No segundo capítulo avaliamos as possíveis interações entre o caracol gigante nativo e o invasor. Recolhemos diversos relatos que associam 31o desaparecimento do endémico à expansão do invasor ao longo do tempo. Documentamos uma forte segregação entre as duas espécies em termos espaciais, sendo que o endémico se encontra restrito às florestas nativas mais remotas, enquanto que o invasor se encontra maioritariamente em áreas mais degradadas, ocupando uma proporção muito mais significativa da ilha. As duas espécies estão associadas a vegetações totalmente diferentes, estando a endémica associa13da a flora endémica, e a introduzida a flora exótica, por sua vez igualmente associada a habitats antrópicos. A população atual do búzio-vermelho é composta por uma elevada proporção de juvenis, em contraste com a do endémico, em que claramente predominam os adultos. Finalmente, registámos diferenças nos padrões de atividade diária de ambas as espécies, com o endémico a ser principalmente diurno e o invasor a preferir estar ativo durante a noite. Os nossos resultados sugerem que o declínio acentuado do búzio-d’Obô pode estar relacionado com a introdução do búzio-vermelho, representando o primeiro estudo dedicado à ecologia e distribuição destas espécies em São Tomé. Este estudo sugere que o grau de ameaça do búzio-d’Obô deve ser aumentado, bem como a necessidade urgente de implementar medidas de ação de conservação que assegurem a sua sobrevivência.The global loss of biodiversity is a major consequence of human activities. Habitat destruction and the introduction of non-native species are among the principal drivers of this loss. Knowing the ecology of invasive species, namely their habitat preferences, distribution and potential interactions with local biodiversity, is thus fundamental for ecosystem management and for minimizing negative impacts. São Tomé Island holds an endemic-rich land snail fauna, including the Vulnerable Gulf of Guinea Giant Land Snail Archachatina bicarinata (Bruguière, 1792). This species was relatively widespread and abundant in the island, but its population has suffered a steep decline since mid-twentieth century. The introduction of the West African Giant Land Snail A. marginata (Swainson, 1821) has been implied in this decline, but very little is known about its dispersal or about its effects on native species. This thesis aims to assess the links between the dispersal of the introduced giant snail and human-modified ecosystems, and if this species is displacing the endemic giant snail. We found that the introduced giant snail is widely distributed throughout most of the island, preferring lowland plantations and other modified ecosystems rich in introduced plants. There was a strong spatial segregation between the two species, the endemic being restricted to the most remote patches of native forest. The invasive appeared to be expanding, having a large proportion of juveniles in its population, while the endemic showed the opposite trend. We also observed a temporal displacement between the occurrence of the two species: the endemic being active mostly during the day and the invasive principally around dusk and dawn. This was the first study on the ecological interaction between these two species. The small overlapping area in their distributions and the perceptions of local inhabitants suggest that the introduced snail is displacing the endemic. Gain01ing a better understanding of the mechanisms underlying this invasion process is essential to prevent its spread into the native forest. Immediate conservation actions aimed to preserve the endemic snail are necessary to halt its dramatic population collapse, which may warrant an uplisting of its conservation status.Lima, Ricardo Faustino dePalmeirim, Jorge M.,1957-Repositório da Universidade de LisboaPanisi, Martina2018-02-08T16:46:38Z201720172017-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/31613TID:201872013enginfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:25:19Zoai:repositorio.ul.pt:10451/31613Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:47:03.900466Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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