Implicações do estudo da crise económica na saúde mental dos Portugueses
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2019 |
Outros Autores: | , , , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://doi.org/10.25752/psi.12795 |
Resumo: | Introdução: A investigação mostra que, em períodos de recessão económica, a saúde mental da população é negativamente afetada, e que os países podem proteger a sua população destes riscos para a saúde mental se fortalecerem as suas políticas e reorientarem os seus serviços de acordo com recomendações baseadas na evidência disponível. Apesar de Portugal ter sido dos países europeus mais afetados pela crise económica que teve início em 2008, pouca atenção foi dada às potenciais consequências negativas delas resultantes para a saúde mental e bem-estar da população portuguesa. O Estudo MH-Crisis Impact foi promovido para colmatar esta lacuna e contribuir para a fundamentação de políticas que possam mitigar os efeitos da crise e prevenir os efeitos de crises futuras. Objetivos: Estudar os efeitos da crise económica na saúde mental dos portugueses e discutir as suas implicações a nível político. Métodos: Compararam-se dados epidemiológicos sobre as perturbações mentais, os seus determinantes e a utilização de serviços, antes e depois da crise, e realizou-se um estudo qualitativo a nível dos cuidados de saúde primários. Resultados: O estudo mostrou um aumento substancial da prevalência de sofrimento psicológico entre 2008 e 2015, particularmente relevante para quem já pertencia a um grupo vulnerável, bem como várias insuficiências na resposta do Serviço Nacional de Saúde ao aumento das necessidades de cuidados de saúde mental durante a crise. Conclusões: A discussão das implicações destes resultados permite concluir que a redução dos problemas de saúde mental das populações afetadas pela recente crise económica, e a preparação do país para uma melhor prevenção de problemas de saúde mental em futuras crises económicas, exige: 1. Uma estratégia geradora de maior compromisso político; 2. Uma atualização do plano nacional de saúde mental; 3. Estratégias abrangentes visando melhorar a proteção social, diminuir as desigualdades de rendimento e mitigar os impactos do desemprego; e 4. Assegurar a todas as populações o acesso a cuidados de saúde mental integrados. |
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Implicações do estudo da crise económica na saúde mental dos PortuguesesImplicações do estudo da crise económica na saúde mental dos PortuguesesEditorial ConvidadoIntrodução: A investigação mostra que, em períodos de recessão económica, a saúde mental da população é negativamente afetada, e que os países podem proteger a sua população destes riscos para a saúde mental se fortalecerem as suas políticas e reorientarem os seus serviços de acordo com recomendações baseadas na evidência disponível. Apesar de Portugal ter sido dos países europeus mais afetados pela crise económica que teve início em 2008, pouca atenção foi dada às potenciais consequências negativas delas resultantes para a saúde mental e bem-estar da população portuguesa. O Estudo MH-Crisis Impact foi promovido para colmatar esta lacuna e contribuir para a fundamentação de políticas que possam mitigar os efeitos da crise e prevenir os efeitos de crises futuras. Objetivos: Estudar os efeitos da crise económica na saúde mental dos portugueses e discutir as suas implicações a nível político. Métodos: Compararam-se dados epidemiológicos sobre as perturbações mentais, os seus determinantes e a utilização de serviços, antes e depois da crise, e realizou-se um estudo qualitativo a nível dos cuidados de saúde primários. Resultados: O estudo mostrou um aumento substancial da prevalência de sofrimento psicológico entre 2008 e 2015, particularmente relevante para quem já pertencia a um grupo vulnerável, bem como várias insuficiências na resposta do Serviço Nacional de Saúde ao aumento das necessidades de cuidados de saúde mental durante a crise. Conclusões: A discussão das implicações destes resultados permite concluir que a redução dos problemas de saúde mental das populações afetadas pela recente crise económica, e a preparação do país para uma melhor prevenção de problemas de saúde mental em futuras crises económicas, exige: 1. Uma estratégia geradora de maior compromisso político; 2. Uma atualização do plano nacional de saúde mental; 3. Estratégias abrangentes visando melhorar a proteção social, diminuir as desigualdades de rendimento e mitigar os impactos do desemprego; e 4. Assegurar a todas as populações o acesso a cuidados de saúde mental integrados.Introduction: Research shows that, in times of economic recession, mental health of the population is negatively affected, and that countries can protect their populations from these mental health risks by strengthening their policies and reorienting their services according to recommendations based on the available evidence. Although Portugal was one of the European countries most affected by the economic crisis that began in 2008, little attention was paid to the potential neg- ative consequences of the crisis for the mental health and well-being of the Portuguese population. The MH-Crisis Impact Study has been promoted to fill this gap and help to in- form policy measures that can mitigate the effects of the crisis and prevent the effects of future crises. Objectives: To study the effects of the economic crisis on mental health of the Portuguese population and discuss its implications at the political level. Methods: Epidemiological data on mental disorders, their determinants and use of services were compared before and after the crisis, and a qualitative study was carried out at the primary health care level. Results: The study showed a substantial increase in the prevalence of psychological distress between 2008 and 2015, particularly relevant for those who were already part of a vulnerable group, as well as several insufficiencies in the response of the National Health Service to the increase of needs for mental health care during the crisis. Conclusions: The discussion of the implications of these results leads us to conclude that the reduction of mental health problems of the population affected by the recent economic crisis, and the country’s preparation for better prevention of mental health problems in future economic crises, requires: 1. Generating greater political commitment; 2. Updating the national mental health plan; 3. Comprehensive strategies to improve social protection, reduce income inequalities and mitigate the impacts of unemployment; and 4. Ensuring access to integrated mental health care for all populations.Departamento de Saúde Mental | Hospital Prof. Doutor Fernando Fonseca, EPE2019-08-18T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.25752/psi.12795por2182-31461646-091XCaldas-de-Almeida, José MiguelSilva, ManuelaFrasquilho, DianaAntunes, AnaGraça, Cardosoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-05-16T14:12:00Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/12795Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T14:57:14.174066Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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