Reescrita colaborativa: da interacção ao reflexo na escrita individual

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gomes, Helena Sofia Morais Lopes
Data de Publicação: 2006
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/4705
Resumo: O presente trabalho investigou a temática da escrita colaborativa em crianças do 4º ano de escolaridade. Pretendeu investigar de que forma os alunos, organizados em pares, efectuam a tarefa de reescrita conjunta a partir das suas versões individuais; o que caracteriza a interacção com vista à reescrita do texto em conjunto e quais os reflexos da reescrita conjunta dos textos, em novos textos individualizados. Foi possível concluir que os pares se organizaram de forma diferente para, a partir das suas produções individuais, gerirem as informações e opiniões de cada elemento e construírem o texto do par. No entanto, registou-se uma orientação concordante no que concerne à evolução, de sessão para sessão, do número de operações ocorridas e da quantidade de modificações operadas nos textos. Em relação às operações realizadas para a construção do texto do par, a partir dos textos individuais, os resultados colocam em relevo as supressões e as adições por incorporação do texto do colega. O dinamismo da interacção entre os elementos do par também evoluiu no mesmo sentido ascendente. Essas interacções consistiram predominantemente em colaborações concordantes e de co-construção já que, de uma forma em geral, os pares geriram, de forma partilhada, a construção do texto e os valores da aceitação das propostas foi superior aos da não-aceitação. Conclui-se que o ambiente colaborativo criado para a reescrita conjunta do texto foi promotor da descoberta de que o texto pode ser objectivo de múltiplas formulações e reformulações. Esse ambiente colaborativo facultou aos alunos um espaço de discussão e de troca de opiniões e ideias e permitiulhes repartir a carga cognitiva que a complexidade das tarefas inerentes à revisão e reescrita exigem. Em relação às produções finais, novamente individualizadas, constatou-se que elas não se aproximaram de uma transposição directa do texto elaborado em conjunto, com o outro elemento do par. Os alunos não retiveram muitas das ideias do colega e da interacção. No entanto, os alunos com maiores dificuldades no domínio da expressão escrita evoluíram ao nível do desenvolvimento e organização do texto. Através deste trabalho, concluiu-se que, dadas as potencialidades da revisão, há a necessidade de ensinar aos alunos as tarefas que lhe são inerentes para que eles depois as apliquem, em momentos de trabalho individual e de interacção. A reescrita colaborativa, em que cada participante já foi chamado previamente a construir uma versão do texto, constitui uma estratégia que permite, por meio de interacção e do confronto de versões, descobrir novas possibilidades para a construção de um texto concreto. Deste modo, os alunos podem reforçar a sua consciência de que os textos que escrevem podem ser objecto de reformulação, com vista ao seu aperfeiçoamento e enriquecimento.
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No entanto, registou-se uma orientação concordante no que concerne à evolução, de sessão para sessão, do número de operações ocorridas e da quantidade de modificações operadas nos textos. Em relação às operações realizadas para a construção do texto do par, a partir dos textos individuais, os resultados colocam em relevo as supressões e as adições por incorporação do texto do colega. O dinamismo da interacção entre os elementos do par também evoluiu no mesmo sentido ascendente. Essas interacções consistiram predominantemente em colaborações concordantes e de co-construção já que, de uma forma em geral, os pares geriram, de forma partilhada, a construção do texto e os valores da aceitação das propostas foi superior aos da não-aceitação. Conclui-se que o ambiente colaborativo criado para a reescrita conjunta do texto foi promotor da descoberta de que o texto pode ser objectivo de múltiplas formulações e reformulações. Esse ambiente colaborativo facultou aos alunos um espaço de discussão e de troca de opiniões e ideias e permitiulhes repartir a carga cognitiva que a complexidade das tarefas inerentes à revisão e reescrita exigem. Em relação às produções finais, novamente individualizadas, constatou-se que elas não se aproximaram de uma transposição directa do texto elaborado em conjunto, com o outro elemento do par. Os alunos não retiveram muitas das ideias do colega e da interacção. No entanto, os alunos com maiores dificuldades no domínio da expressão escrita evoluíram ao nível do desenvolvimento e organização do texto. Através deste trabalho, concluiu-se que, dadas as potencialidades da revisão, há a necessidade de ensinar aos alunos as tarefas que lhe são inerentes para que eles depois as apliquem, em momentos de trabalho individual e de interacção. A reescrita colaborativa, em que cada participante já foi chamado previamente a construir uma versão do texto, constitui uma estratégia que permite, por meio de interacção e do confronto de versões, descobrir novas possibilidades para a construção de um texto concreto. Deste modo, os alunos podem reforçar a sua consciência de que os textos que escrevem podem ser objecto de reformulação, com vista ao seu aperfeiçoamento e enriquecimento.This study has investigated collaborative writing with children from 4th grade. It intended to investigate how students, through peer work, re-write a text, starting from their individual versions; in which ways pair's work influences the re-writing of a text and which are the reflexes of re-writing with a peer, in new individualized texts. It was possible to conclude that pairs were organized in a different way for, starting from their individual texts, dealing with each element’s information and opinions and build the pair's text. However, it was verified a concordant orientation in what concerns to the evolution, for the 1st to the 3rd session, of the number of operations occurred and of the amount of modifications operated in the texts. In relation to the operations accomplished for the construction of the pair's text, starting from the individual texts, the results put in relief the suppressions and the additions for incorporation of the peer's text. The dynamism of the cooperation among the pair's elements also developed in the same ascending sense. Those cooperation consisted predominantly of concordant collaboration and of co-construction since, in a general way, the pairs managed, of shared form, the construction of the text and the values of the acceptance of the proposals it was superior to the of the no-acceptance. It was possible to conclude that the collaborative atmosphere in which each pair re-write their text was a way of promoting the discovery that the text can suffer multiple formulations and re-formulations. That collaborative atmosphere allowed students a discussion space and a change of opinions and ideas and also share cognitive load that the complexity of the inherent revision and re-writing tasks’. In which concerns to the final texts, individualized again, it was verified that students didn't write a similar version to the text elaborated together. They didn't keep many of his pair's ideas nor of the collaborations’ moment. However, the ones with more difficulties in the written expression developed and organized better their texts. Through this work, it was possible to conclude that, confirmed the revision’s potentialities, there is a real need to teach students the tasks inherent to revision so that they can apply it, in other individual or collaborative work. Collaborative writing, in which each participant has already build a version of the text, constitutes a strategy that allows, through cooperation and of confrontation of versions, to discover new possibilities for the writing of a concrete text. This way, the students can reinforce the idea that the each text can be reformulated, in order of it improvement.Universidade de Aveiro2011-12-22T11:03:45Z2006-01-01T00:00:00Z2006info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/4705porGomes, Helena Sofia Morais Lopesinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:05:39Zoai:ria.ua.pt:10773/4705Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:42:35.713909Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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