Intenção de vacinação contra a COVID-19 em Portugal : preditores sociodemográficos e psicossociais

• Autor(a) principal: Simões, Patrícia Sofia Francisco
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.14/37013
• topic: Hesitação vacinal; Crenças; Barreiras e facilitadores; Atitudes; Preditores; Vaccine hesitancy; Beliefs; Barriers and facilitators; Attitudes; Predictors; Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Psicologia

A vacinação apresenta-se como uma das respostas fundamentais no controlo da pandemia por COVID-19, pelo que é importante compreender os preditores de intenção de vacinação por parte dos indivíduos, para assim promover a sua adesão. O presente estudo teve por finalidade avaliar a intenção de vacinação numa amostra de indivíduos da população portuguesa, bem como explorar um conjunto de variáveis sociodemográficas e psicossociais, baseadas em três modelos preditivos (i.e., Modelo de Crenças da Saúde, Teoria do Comportamento Planeado e Modelo dos 3 “C’s”), enquanto preditores dessa intenção. Adicionalmente, pretendeu-se perceber se as notícias sobre reações adversas e suspensão do programa da vacinação com uma das marcas de vacinas em circulação poderá ter tido impacto na confiança nas vacinas e nas intenções de vacinação. O estudo realizado foi transversal, quantitativo, com dados recolhidos através de um questionário online. A amostra era constituída por 383 participantes, residentes em Portugal e que, à data não tinham ainda sido vacinadas contra a COVID-19. Os resultados evidenciaram que a intenção de vacinação era mais elevada entre pessoas com outra nacionalidade que não a portuguesa, entre profissionais de saúde, e entre aqueles que residiam com pessoas acima dos 65 anos. Os determinantes psicossociais que evidenciaram estar associados à intenção de vacinação foram o ceticismo, com uma relação negativa, benefícios percebidos, norma social e perceção de risco (suscetibilidade), todos com relações positivas relativamente à intenção de vacinação. Após as notícias que surgiram nos media acerca dos efeitos adversos potencialmente associados à vacina da AstraZeneca, verificou-se uma diminuição na intenção de vacinação e confiança em todas as vacinas, em especial na vacina da AstraZeneca. Estes resultados contribuem para a identificação de grupos-alvo de intervenção prioritária, bem como de um conjunto de crenças e preditores potencialmente modificáveis que poderão ser utilizados para promover a adesão à vacinação.