PRINCIPAIS RISCOS E FATORES DE RISCO OCUPACIONAIS DOS CONSERVADORES-RESTAURADORES DE OBRAS DE ARTE, BEM COMO DOENÇAS PROFISSIONAIS ASSOCIADAS E MEDIDAS DE PROTEÇÃO RECOMENDADAS
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Data de Publicação: | 2019 |
Outros Autores: | |
Tipo de documento: | Artigo |
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Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://scielo.pt/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S2183-84532019000200036 |
Resumo: | RESUMO Introdução e objetivos: O setor da Conservação e Restauro é razoavelmente recente, pelo que ainda não foi alvo de atenção devida da parte da Saúde Ocupacional. São escassos os documentos que se encontram sobre o tema e, na sua maioria, foram redigidos por Conservadores-Restauradores e não por Médicos do Trabalho ou Técnicos de Segurança. Pretende-se com este trabalho resumir o que de mais pertinente se publicou sobre esta área. Metodologia: Foi realizada uma Scopping Review em novembro de 2018, utilizando os motores de busca da Scopus, PubMed, Web of Science, Science Direct, Academic Search Complete, CINALH, Med Line, Database of Abstracts and Reviews, Central Register of Controlled Trials, Cochrane Database of Systematic Reviews, Nursing and Allied Health Collection, MedicLatina e RCAAP. Conteúdo/ Resultados: Encontraram-se dados relativos aos principais fatores de risco, com particular destaque para os agentes químicos, nomeadamente pigmentos (chumbo, arsénio, mercúrio, crómio, cádmio, zinco), aglutinantes/ vernizes/ adesivos e solventes, bem como pesticidas. Não foram esquecidas as poeiras/ inalação de partículas; bem como eventual contato com bactérias, fungos, leveduras e insetos; tal como radiações diversas; questões relativas à visão (iluminância, contraste, esforço visual) e risco de incêndio/ explosão, secundários a alguns agentes químicos. Foram também descritas algumas doenças profissionais, bem como medidas de proteção coletivas e individuais que se consideram adequadas. Discussão: Ainda que existam muito poucos dados e documentos publicados relativos aos riscos/ fatores de risco entre Conservadores-Restauradores, estes estão melhor descritos, por vezes, para outras classes profissionais que partilham alguns fatores de risco, sendo de realçar os próprios artistas que elaboraram diversos tipos de peças de arte, no presente e passado (dado existirem nas peças a restaurar materiais quase não usados ou até proibidos desde algumas décadas). Conclusões e Limitações: Não se encontraram dados relevantes sobre doseamento dos agentes químicos mais tóxicos nos ambientes de trabalho da Conservação e Restauro em geral e muito menos nos diversos subsetores (pintura, escultura, vidro, pedra, têxtil, joias) ou doseamentos séricos dessas mesmas substâncias (quando aplicável) numa amostra geral de profissionais do setor, expostos a esses agentes, muito menos com destaque a cada um dos subsetores atrás mencionados. De igual forma, não foi encontrada qualquer avaliação de risco, em função dos doseamentos obtidos e restante análise ao posto de trabalho, de forma a conseguir hierarquizar prioridades de intervenção e reavaliação da eficácia destas últimas, para determinar os passos seguintes a nível de gestão do risco ocupacional. Desde longa data que são conhecidos malefícios concretos e sérios associados a alguns dos fatores de risco existentes nesta área. Contudo, este setor é ainda muito pouco estudado em contexto de Saúde Ocupacional. Seria muito pertinente que surgissem equipas motivadas para estudar esta área e colmatar parte das limitações encontradas, não desenvolvidas na literatura internacional. |
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RESUMO Introdução e objetivos: O setor da Conservação e Restauro é razoavelmente recente, pelo que ainda não foi alvo de atenção devida da parte da Saúde Ocupacional. São escassos os documentos que se encontram sobre o tema e, na sua maioria, foram redigidos por Conservadores-Restauradores e não por Médicos do Trabalho ou Técnicos de Segurança. Pretende-se com este trabalho resumir o que de mais pertinente se publicou sobre esta área. Metodologia: Foi realizada uma Scopping Review em novembro de 2018, utilizando os motores de busca da Scopus, PubMed, Web of Science, Science Direct, Academic Search Complete, CINALH, Med Line, Database of Abstracts and Reviews, Central Register of Controlled Trials, Cochrane Database of Systematic Reviews, Nursing and Allied Health Collection, MedicLatina e RCAAP. Conteúdo/ Resultados: Encontraram-se dados relativos aos principais fatores de risco, com particular destaque para os agentes químicos, nomeadamente pigmentos (chumbo, arsénio, mercúrio, crómio, cádmio, zinco), aglutinantes/ vernizes/ adesivos e solventes, bem como pesticidas. Não foram esquecidas as poeiras/ inalação de partículas; bem como eventual contato com bactérias, fungos, leveduras e insetos; tal como radiações diversas; questões relativas à visão (iluminância, contraste, esforço visual) e risco de incêndio/ explosão, secundários a alguns agentes químicos. Foram também descritas algumas doenças profissionais, bem como medidas de proteção coletivas e individuais que se consideram adequadas. Discussão: Ainda que existam muito poucos dados e documentos publicados relativos aos riscos/ fatores de risco entre Conservadores-Restauradores, estes estão melhor descritos, por vezes, para outras classes profissionais que partilham alguns fatores de risco, sendo de realçar os próprios artistas que elaboraram diversos tipos de peças de arte, no presente e passado (dado existirem nas peças a restaurar materiais quase não usados ou até proibidos desde algumas décadas). Conclusões e Limitações: Não se encontraram dados relevantes sobre doseamento dos agentes químicos mais tóxicos nos ambientes de trabalho da Conservação e Restauro em geral e muito menos nos diversos subsetores (pintura, escultura, vidro, pedra, têxtil, joias) ou doseamentos séricos dessas mesmas substâncias (quando aplicável) numa amostra geral de profissionais do setor, expostos a esses agentes, muito menos com destaque a cada um dos subsetores atrás mencionados. De igual forma, não foi encontrada qualquer avaliação de risco, em função dos doseamentos obtidos e restante análise ao posto de trabalho, de forma a conseguir hierarquizar prioridades de intervenção e reavaliação da eficácia destas últimas, para determinar os passos seguintes a nível de gestão do risco ocupacional. Desde longa data que são conhecidos malefícios concretos e sérios associados a alguns dos fatores de risco existentes nesta área. Contudo, este setor é ainda muito pouco estudado em contexto de Saúde Ocupacional. Seria muito pertinente que surgissem equipas motivadas para estudar esta área e colmatar parte das limitações encontradas, não desenvolvidas na literatura internacional. |
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