As juventudes partidárias e o recrutamento da elite política no Portugal democrático
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2017 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/25777 |
Resumo: | Tendo esta análise ocorrido sobre o período compreendido entre 1974 e 2013, não poderemos deixar de salientar que, a partir de 2005, os candidatos a chefes do governo dos dois partidos com maior peso em Portugal trazem as juventudes partidárias na sua bagagem política. Uma conclusão que permanece actualizada se tivermos em consideração, inclusivamente, as eleições ocorridas no final de 2015 em que António Costa, após suceder a António José Seguro na liderança do Partido Socialista, defronta Pedro Passos Coelho que se manteve na direcção do Partido Social Democrata. Todos eles haviam passado pelas juventudes. Mas estaremos a ser iludidos pelo mediatismo destas figuras? Ou será este o início de uma nova fase que marcará a nossa democracia, por tantos considerada jovem? Sendo certo que os partidos funcionarão como os principais gatekeepers, os quais determinam os elegíveis, e não havendo dúvidas do impacto da partidocracia, permanece o conflito entre a profissionalização política e o desejo social de combater o fechamento e a impermeabilidade das elites governantes e o que negativamente se tem apelidado de carreirismo. O currículo de quem assume os cargos reflecte o seu próprio contexto. Tendo em conta também a complexificação da própria sociedade, a valorização da especialização, do saber escolarizado e do conhecimento técnico, isto é, a tecnocracia, tem conquistado terreno na opinião pública à medida que os cidadãos têm vindo a afastar-se dos agentes políticos, alimentando-se a descrença e a desconfiança, factores que condicionam o papel da experiência política no momento da escolha - seja por parte dos cidadãos, seja por parte do próprio partido escolhido para, por exemplo, formar governo. E este facto, que traz independentes para os cargos, também pode demonstrar a fragilidade do enraizamento do sistema partidário português. |
id |
RCAP_0ec23a430b2463a957efc9ec7f54256d |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:run.unl.pt:10362/25777 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
As juventudes partidárias e o recrutamento da elite política no Portugal democráticoJuventudes PartidáriasPortugalDomínio/Área Científica::Ciências Sociais::Ciências PolíticasTendo esta análise ocorrido sobre o período compreendido entre 1974 e 2013, não poderemos deixar de salientar que, a partir de 2005, os candidatos a chefes do governo dos dois partidos com maior peso em Portugal trazem as juventudes partidárias na sua bagagem política. Uma conclusão que permanece actualizada se tivermos em consideração, inclusivamente, as eleições ocorridas no final de 2015 em que António Costa, após suceder a António José Seguro na liderança do Partido Socialista, defronta Pedro Passos Coelho que se manteve na direcção do Partido Social Democrata. Todos eles haviam passado pelas juventudes. Mas estaremos a ser iludidos pelo mediatismo destas figuras? Ou será este o início de uma nova fase que marcará a nossa democracia, por tantos considerada jovem? Sendo certo que os partidos funcionarão como os principais gatekeepers, os quais determinam os elegíveis, e não havendo dúvidas do impacto da partidocracia, permanece o conflito entre a profissionalização política e o desejo social de combater o fechamento e a impermeabilidade das elites governantes e o que negativamente se tem apelidado de carreirismo. O currículo de quem assume os cargos reflecte o seu próprio contexto. Tendo em conta também a complexificação da própria sociedade, a valorização da especialização, do saber escolarizado e do conhecimento técnico, isto é, a tecnocracia, tem conquistado terreno na opinião pública à medida que os cidadãos têm vindo a afastar-se dos agentes políticos, alimentando-se a descrença e a desconfiança, factores que condicionam o papel da experiência política no momento da escolha - seja por parte dos cidadãos, seja por parte do próprio partido escolhido para, por exemplo, formar governo. E este facto, que traz independentes para os cargos, também pode demonstrar a fragilidade do enraizamento do sistema partidário português.Almeida, Pedro Tavares deRUNPinto, Ana Filipa Teixeira2017-11-27T12:16:38Z2017-10-272017-09-252017-10-27T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10362/25777TID:201751798porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-03-11T04:13:30Zoai:run.unl.pt:10362/25777Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T03:28:19.846612Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
As juventudes partidárias e o recrutamento da elite política no Portugal democrático |
title |
As juventudes partidárias e o recrutamento da elite política no Portugal democrático |
spellingShingle |
As juventudes partidárias e o recrutamento da elite política no Portugal democrático Pinto, Ana Filipa Teixeira Juventudes Partidárias Portugal Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Ciências Políticas |
title_short |
As juventudes partidárias e o recrutamento da elite política no Portugal democrático |
title_full |
As juventudes partidárias e o recrutamento da elite política no Portugal democrático |
title_fullStr |
As juventudes partidárias e o recrutamento da elite política no Portugal democrático |
title_full_unstemmed |
As juventudes partidárias e o recrutamento da elite política no Portugal democrático |
title_sort |
As juventudes partidárias e o recrutamento da elite política no Portugal democrático |
author |
Pinto, Ana Filipa Teixeira |
author_facet |
Pinto, Ana Filipa Teixeira |
author_role |
author |
dc.contributor.none.fl_str_mv |
Almeida, Pedro Tavares de RUN |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Pinto, Ana Filipa Teixeira |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Juventudes Partidárias Portugal Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Ciências Políticas |
topic |
Juventudes Partidárias Portugal Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Ciências Políticas |
description |
Tendo esta análise ocorrido sobre o período compreendido entre 1974 e 2013, não poderemos deixar de salientar que, a partir de 2005, os candidatos a chefes do governo dos dois partidos com maior peso em Portugal trazem as juventudes partidárias na sua bagagem política. Uma conclusão que permanece actualizada se tivermos em consideração, inclusivamente, as eleições ocorridas no final de 2015 em que António Costa, após suceder a António José Seguro na liderança do Partido Socialista, defronta Pedro Passos Coelho que se manteve na direcção do Partido Social Democrata. Todos eles haviam passado pelas juventudes. Mas estaremos a ser iludidos pelo mediatismo destas figuras? Ou será este o início de uma nova fase que marcará a nossa democracia, por tantos considerada jovem? Sendo certo que os partidos funcionarão como os principais gatekeepers, os quais determinam os elegíveis, e não havendo dúvidas do impacto da partidocracia, permanece o conflito entre a profissionalização política e o desejo social de combater o fechamento e a impermeabilidade das elites governantes e o que negativamente se tem apelidado de carreirismo. O currículo de quem assume os cargos reflecte o seu próprio contexto. Tendo em conta também a complexificação da própria sociedade, a valorização da especialização, do saber escolarizado e do conhecimento técnico, isto é, a tecnocracia, tem conquistado terreno na opinião pública à medida que os cidadãos têm vindo a afastar-se dos agentes políticos, alimentando-se a descrença e a desconfiança, factores que condicionam o papel da experiência política no momento da escolha - seja por parte dos cidadãos, seja por parte do próprio partido escolhido para, por exemplo, formar governo. E este facto, que traz independentes para os cargos, também pode demonstrar a fragilidade do enraizamento do sistema partidário português. |
publishDate |
2017 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2017-11-27T12:16:38Z 2017-10-27 2017-09-25 2017-10-27T00:00:00Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10362/25777 TID:201751798 |
url |
http://hdl.handle.net/10362/25777 |
identifier_str_mv |
TID:201751798 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799137909248360448 |