ECOLOGIA DO ESTRANHO: CONTRIBUTO DO ÁLBUM ILUSTRADO SILENCIOSO PARA A EXPOSIÇÃO DA DESFLORESTAÇÃO

• Autor(a) principal: Antunes, Maria Inês Coutinho
• Data de Publicação: 2020
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/11110/2010
• topic: álbum ilustrado silencioso; silêncio textual; estranheza; ecologia; desflorestação

Tendo em conta a emergente crise ambiental, torna-se importante abordar um dos seus problemas, neste caso, a desflorestação e consequente diminuição da biodiversidade, algo que ameaça a sobrevivência dos seres que habitam a Terra, tendo em conta as suas inter-relações complexas, que, quando afetadas, perdem o seu o equilíbrio. O presente projeto consistiu na criação de um álbum ilustrado silencioso que beneficiou do silêncio textual e da sensação de estranheza para transmitir esta vertente ecológica. Desta forma, pretendeu-se explorar os benefícios da junção destes dois elementos para a exposição do problema referido. Para tal, foi realizada uma contextualização evolutiva do álbum ilustrado silencioso, bem como o levantamento de exemplos que permitissem reunir as suas características principais a nível de paratexto, parataxe, montagem sequencial, papel do mediador e do autor, bem como as suas vantagens cognitivas e de desenvolvimento imaginativo. Para a exploração da estranheza, consultaram-se teorias consagradas (Freud, Jentsch e Chklovsky) mas também mais atuais (Uncanny Valley e La Rosa) que contribuíram para o levantamento das suas características principais. Foram explorados os conceitos de “multiplicidade” e de “devir”, abordados por Deleuze e Guattari, bem como por Viveiros de Castro. No caso da problemática mencionada, serviram de fonte de investigação filmes, curtas-metragens, álbuns ilustrados bem como idas a conferências, pertinentes para a sua contextualização atual. Quanto à parte prática, foi realizada uma procura de linguagem extensiva que pudesse representar o problema visualmente, tendo sido frequentado um workshop para tal. O álbum ilustrado silencioso resultante foi Ecolalia, um livro cujas ilustrações foram desenvolvidas através da técnica de gravado verde, evidenciando o problema representado e que convida o leitor a ser co-autor da narrativa. O leitor sente estranheza e possivelmente quer acabar com o problema da desflorestação na realidade, problema que gera o seu próprio silêncio.