Novas terapêuticas na insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida: Revisão Sistemática
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Data de Publicação: | 2022 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.6/12887 |
Resumo: | Introdução: A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome que tem sintomas e sinais típicos resultantes da redução do débito cardíaco e/ou elevação das pressões intracardíacas em repouso ou durante o esforço. Trata-se de um grave problema de saúde pública que atinge um elevado número de pessoas, tendo uma prevalência nos países desenvolvidos de cerca de 1-2% e uma incidência estimada em 5-10 pessoas por cada 1000, anualmente. Em Portugal, a prevalência global da IC crónica na população adulta foi estimada no estudo EPICA em 4,36%, estando relacionada com o envelhecimento da população e, deste modo, é esperado que o impacto desta síndrome aumente substancialmente. A insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida é responsável por cerca de 50% de todos os casos de insuficiência cardíaca. Assim, diversos ensaios clínicos têm sido realizados para otimizarem o tratamento da insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida. Dos vários ensaios realizados, observa-se que a substituição do IECA por um ARNI como primeira linha tem uma maior redução do risco de morte por causas cardiovasculares ou hospitalização por IC, bem como a utilização dos iSGLT-2 como primeira linha de tratamento demonstrou uma redução do risco de hospitalizações ou morte, independentemente da presença de diabetes. Objetivo: Avaliar a eficácia na redução da mortalidade e hospitalização pelas novas terapêuticas, mais especificamente, ARNI e iSGLT2 como primeira linha de tratamento na insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida comparativamente à terapêutica standard. Metodologia: Foi realizada uma pesquisa abrangente na plataforma PubMed de ensaios clínicos randomizados com o intuito de encontrar estudos sobre a eficácia dos ARNI ou iSGLT-2 na insuficiência cardíaca com fração reduzida. O risco de viés foi avaliado. O principal outcome corresponde a um conjunto de hospitalizações por insuficiência cardíaca ou morte por causas cardiovasculares e o outcome secundário consiste no agravamento da insuficiência cardíaca. Resultados: Foram incluídos seis ensaios clínicos randomizados e duas meta-análises que envolveram 49 240 participantes, dos quais 17 395 são do grupo experimental e 15 047 do grupo de controlo, sendo que em dois estudos não discriminaram esta distribuição, n=16 798. Sete estudos revelaram resultados significativos no outcome principal: dois destes avaliaram a eficácia da empagliflozina (outcome primário de 5,7% e 19,4% no grupo experimental vs. 8,5% e 24,7% no grupo de controlo, hazard ratio 0.66 e 0.75, intervalo de confiança 95%, p <0.001), outros dois avaliaram a eficácia da dapagliflozina (outcome primário de 13-19,8% e 16,1% no grupo experimental vs. 17,4-25,2% e 20,9% no grupo de controlo, hazard ratio 0.73 e 0.75, intervalo de confiança 95%, p <0.001 e p=0.002), um dos estudos avaliou a eficácia da dapagliflozina e da empagliflozina (outcome primário de 16,3% e 19.4% no grupo experimental vs. 20.2% e 24.7% no grupo de controlo, hazard ratio 0.74, intervalo de confiança 95%, p <0.0001) e outros dois avaliaram a eficácia do sacubitril-valsartan (outcome primário de 914 e 15-20.9% no grupo experimental vs. 1117 e 24-24.9% no grupo de controlo, hazard ratio 0.64- 0.77 e 0.80, intervalo de confiança 95%, p <0.0001 e p=0.0094-0.0008), evidenciando todos que o grupo experimental tem menor risco de mortalidade e frequência de hospitalizações comparativamente com o grupo de controlo. Conclusão: Os iSGLT-2 e o ARNI como primeira linha de tratamento, em monoterapia ou em associação, e a implementação rigorosa de recomendações baseadas em evidências nas diretrizes sobre insuficiência cardíaca, demonstraram ser eficazes na redução da mortalidade e na frequência de hospitalizações em pacientes com insuficiência cardíaca e fração de ejeção reduzida. Deste modo, cada vez mais fármacos começam a surgir, nomeadamente o omecamtiv mecarbil e a vericiguat. Apesar disso, é necessário realizar mais estudos sobre terapêuticas farmacológicas na insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida que possam vir a demonstrar maior eficácia prognóstica. |
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Novas terapêuticas na insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida: Revisão SistemáticaFração de Ejeção ReduzidaInsuficiência CardíacaInsuficiência Cardíaca com Fração de Ejeção ReduzidaDomínio/Área Científica::Ciências Médicas::Ciências da Saúde::MedicinaIntrodução: A insuficiência cardíaca (IC) é uma síndrome que tem sintomas e sinais típicos resultantes da redução do débito cardíaco e/ou elevação das pressões intracardíacas em repouso ou durante o esforço. Trata-se de um grave problema de saúde pública que atinge um elevado número de pessoas, tendo uma prevalência nos países desenvolvidos de cerca de 1-2% e uma incidência estimada em 5-10 pessoas por cada 1000, anualmente. Em Portugal, a prevalência global da IC crónica na população adulta foi estimada no estudo EPICA em 4,36%, estando relacionada com o envelhecimento da população e, deste modo, é esperado que o impacto desta síndrome aumente substancialmente. A insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida é responsável por cerca de 50% de todos os casos de insuficiência cardíaca. Assim, diversos ensaios clínicos têm sido realizados para otimizarem o tratamento da insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida. Dos vários ensaios realizados, observa-se que a substituição do IECA por um ARNI como primeira linha tem uma maior redução do risco de morte por causas cardiovasculares ou hospitalização por IC, bem como a utilização dos iSGLT-2 como primeira linha de tratamento demonstrou uma redução do risco de hospitalizações ou morte, independentemente da presença de diabetes. Objetivo: Avaliar a eficácia na redução da mortalidade e hospitalização pelas novas terapêuticas, mais especificamente, ARNI e iSGLT2 como primeira linha de tratamento na insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida comparativamente à terapêutica standard. Metodologia: Foi realizada uma pesquisa abrangente na plataforma PubMed de ensaios clínicos randomizados com o intuito de encontrar estudos sobre a eficácia dos ARNI ou iSGLT-2 na insuficiência cardíaca com fração reduzida. O risco de viés foi avaliado. O principal outcome corresponde a um conjunto de hospitalizações por insuficiência cardíaca ou morte por causas cardiovasculares e o outcome secundário consiste no agravamento da insuficiência cardíaca. Resultados: Foram incluídos seis ensaios clínicos randomizados e duas meta-análises que envolveram 49 240 participantes, dos quais 17 395 são do grupo experimental e 15 047 do grupo de controlo, sendo que em dois estudos não discriminaram esta distribuição, n=16 798. Sete estudos revelaram resultados significativos no outcome principal: dois destes avaliaram a eficácia da empagliflozina (outcome primário de 5,7% e 19,4% no grupo experimental vs. 8,5% e 24,7% no grupo de controlo, hazard ratio 0.66 e 0.75, intervalo de confiança 95%, p <0.001), outros dois avaliaram a eficácia da dapagliflozina (outcome primário de 13-19,8% e 16,1% no grupo experimental vs. 17,4-25,2% e 20,9% no grupo de controlo, hazard ratio 0.73 e 0.75, intervalo de confiança 95%, p <0.001 e p=0.002), um dos estudos avaliou a eficácia da dapagliflozina e da empagliflozina (outcome primário de 16,3% e 19.4% no grupo experimental vs. 20.2% e 24.7% no grupo de controlo, hazard ratio 0.74, intervalo de confiança 95%, p <0.0001) e outros dois avaliaram a eficácia do sacubitril-valsartan (outcome primário de 914 e 15-20.9% no grupo experimental vs. 1117 e 24-24.9% no grupo de controlo, hazard ratio 0.64- 0.77 e 0.80, intervalo de confiança 95%, p <0.0001 e p=0.0094-0.0008), evidenciando todos que o grupo experimental tem menor risco de mortalidade e frequência de hospitalizações comparativamente com o grupo de controlo. Conclusão: Os iSGLT-2 e o ARNI como primeira linha de tratamento, em monoterapia ou em associação, e a implementação rigorosa de recomendações baseadas em evidências nas diretrizes sobre insuficiência cardíaca, demonstraram ser eficazes na redução da mortalidade e na frequência de hospitalizações em pacientes com insuficiência cardíaca e fração de ejeção reduzida. Deste modo, cada vez mais fármacos começam a surgir, nomeadamente o omecamtiv mecarbil e a vericiguat. Apesar disso, é necessário realizar mais estudos sobre terapêuticas farmacológicas na insuficiência cardíaca com fração de ejeção reduzida que possam vir a demonstrar maior eficácia prognóstica.Introduction: Heart failure (HF) is a syndrome that has typical symptoms and signs resulting from reduced cardiac output and/or increased intracardiac pressures at rest or during exertion. It is a serious public health problem that affects a large number of people, with prevalence in developed countries of about 1-2% and an estimated incidence of 5-10 people per 1000 annually. In Portugal, the global prevalence of chronic HF in the adult population was estimated in the EPICA study at 4.36%, being related to the aging of the population and, therefore, the impact of this syndrome is expected to increase substantially. Heart failure with reduced ejection fraction accounts for about 50% of all cases of heart failure. Thus, several clinical trials have been performed to optimize the treatment of heart failure with reduced ejection fraction. From the various trials carried out, it is observed that the replacement of ACE inhibitors with an ARNI as a first line has a greater reduction in the risk of death from cardiovascular causes or hospitalization for HF, as well as the use of iSGLT-2 as a first line of treatment demonstrated a reduced risk of hospitalizations or death, regardless of the presence of diabetes. Objective: To evaluate the effectiveness in reducing mortality and hospitalization by the new therapies, more specifically, ARNI and iSGLT2 as first-line treatment in heart failure with reduced ejection fraction compared to standard therapy. Methods: A comprehensive search was performed on the PubMed platform of randomized clinical trials in order to find studies on the efficacy of ARNI or iSGLT-2 in reduced fraction heart failure. The risk of bias was assessed. The main outcome corresponds to a set of hospitalizations for heart failure or death from cardiovascular causes and the secondary outcome is the worsening of heart failure. Results: Six randomized clinical trials and two meta-analyses involving 49,240 participants were included, of which 17,395 are from the experimental group and 15,047 from the control group, and two studies did not discriminate this distribution, n=16,798. Seven studies showed significant results in the main outcome: two of these evaluated the efficacy of empagliflozin (primary outcome of 5.7% and 19.4% in the experimental group vs. 8.5% and 24.7% in the control group, hazard ratio 0.66 and 0.75, 95% confidence interval, p < 0.001), two others evaluated the efficacy of dapagliflozin (primary outcome of 13-19.8% and 16.1% in the experimental group vs. 17.4-25.2% and 20 .9% in the control group, hazard ratios 0.73 and 0.75, confidence interval 95%, p<0.001 and p=0.002), one of the studies evaluated the efficacy of dapagliflozin and empagliflozin (primary outcome of 16.3% and 19.4% in the experimental group vs. 20.2% and 24.7% in the control group, hazard ratio 0.74, 95% confidence interval, p < 0.0001) and two others evaluated the efficacy of sacubitril-valsartan (primary outcome of 914 and 15-20.9% in the group experimental vs. 1117 and 24-24.9% in the control group, hazard ratio 0.64-0.77 and 0.80, 95% confidence interval, p <0.0001 and p=0.0094-0.0008), evidencing all that the experimental group has a lower risk of mortality and frequency of hospitalizations compared to the control group. Conclusion: iSGLT-2 and ARNI as a first-line treatment, alone or in combination, and rigorous implementation of evidence-based recommendations in heart failure guidelines, have been shown to be effective in reducing mortality and the frequency of hospitalizations in patients with heart failure. heart rate and reduced ejection fraction. Thus, more and more drugs begin to appear, namely omecamtiv mecarbil and vericiguat. Despite this, further studies are needed on pharmacological therapies in heart failure with reduced ejection fraction that may demonstrate greater prognostic efficacy.Rodrigues, Manuel de CarvalhoPacheco, Adriana Sofia ReiFaia, João Ricardo Cordeiro de CamposuBibliorumDias, Rúben Domingos dos Anjos2023-02-10T16:38:04Z2022-06-302022-04-212022-06-30T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.6/12887TID:203183541porinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-12-15T09:56:15Zoai:ubibliorum.ubi.pt:10400.6/12887Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T00:52:23.539740Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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