Ginástica de alta competição e tríade da atleta feminina: realidade ou mito?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Corujeira, Susana
Data de Publicação: 2012
Outros Autores: Silva, Rita Santos, Vieira, Tiago, Dias, Cláudia, Lebre, Eunice, Rêgo, Carla
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25754/pjp.2012.1101
Resumo: Introdução: A prática de exercício físico na adolescência tem benefícios na saúde e imagem corporal. Contudo, em modalidades que implicam controlo do peso poderá questionar-se se a elevada frequência e intensidade dos treinos condicionam um compromisso do crescimento e da maturação.  Objectivo: Avaliar a influência da ginástica de competição no estado nutricional, composição corporal, desenvolvimento pubertário, massa óssea, predição estatural e presença da tríade da atleta feminina em adolescentes. População e métodos: Amostra de conveniência constituída por 27 ginastas e 15 controlos (10-18 anos) do sexo feminino. A avaliação incluiu a caracterização antropométrica, da composição corporal (impedância-bioeléctrica), do estadio pubertário (Tanner), da idade óssea (Greulich-Pyle) e da densidade mineral óssea (DXA L1-L4). Foi determinada a idade da menarca e caracterizado o ciclo menstrual, foi avaliada a tensão arterial e foram calculados o índice de massa corporal (IMC), a estatura genética e a predição estatural (Ernest Prost). Resultados: As ginastas praticam uma mediana de 18 horas semanais de exercício, cerca de seis vezes mais do que o grupo controlo (p<0,001). Não se encontraram diferenças significativas entre grupos na estatura genética, na idade da menarca, no estadio pubertário, no estado nutricional, na massa óssea e na maturidade biológica, embora as ginastas apresentem um valor inferior de massa gorda corporal (p<0,05). As adolescentes sedentárias apresentam maior prevalência de excesso de peso (47% vs 0%), de hipertensão arterial (27% vs 0%), de osteopenia (20% vs 0%) e de predição estatural final (p<0,05) quando utilizado para cálculo o critério da idade óssea. Conclusão: A ginástica de alta competição influencia a composição corporal, não se observando porém qualquer compromisso do estado nutricional, da normal progressão da puberdade, da formação de massa óssea ou da estatura final geneticamente definida. Estes resultados questionam o conceito da tríade da atleta feminina.
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