Depressão nos adolescentes – mito ou realidade?

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Resende, Catarina
Data de Publicação: 2017
Outros Autores: Santos, Elisabete, Santos, Paulo, Ferrão, Alzira
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.25753/BirthGrowthMJ.v22.i3.10285
Resumo: Introdução: A adolescência é um período de grandes mudanças a nível biopsicossocial, o que torna esta fase mais vulnerável a alterações psicológicas. A depressão surge como uma entidade clínica cada vez mais prevalente, podendo ser precursora de psicopatologia no adulto. Objetivos: Avaliar a prevalência e caracterizar a população de adolescentes com síndrome depressivo na consulta de adolescência. Material e métodos: Estudo retrospetivo e analítico, com base nos dados obtidos dos 91 processos clínicos dos doentes seguidos na consulta de adolescência com o diagnóstico de distúrbio depressivo, no período de janeiro de 2003 a dezembro de 2011. Resultados: O diagnóstico de distúrbio depressivo foi feito a 91 adolescentes (N=91). Verificou-se um predomínio do sexo feminino. A idade média do diagnóstico foi de 14,8 anos. Os adolescentes foram referenciados principalmente dos Cuidados de Saúde Primários e da Urgência Pediátrica (26,4 e 22%, respetivamente). Os principais sintomas à apresentação foram a tristeza/ labilidade emocional/choro fácil (61,5%). Os sintomas psicossomáticos estiveram presentes em 30,4% dos adolescentes. Em 64,8% dos casos foi identificado um contexto desfavorável, sendo os problemas/conflitos familiares o mais frequente (38,5%). Verificou-se ideação suicida em 28,6% dos casos, com para-suicídio em 21%. Em 60,4% foi pedida colaboração de outras consultas (71% pedopsiquiatria). Iniciaram medicação 76,9% dos adolescentes, sendo a fluvoxamina o fármaco mais usado. Conclusão: A perturbação depressiva no adolescente tem aumentado nos últimos anos. Os médicos dos cuidados de saúde primários são os primeiros a tomar contacto com esta problemática. Assim, é importante a identificação precoce de adolescentes em risco de desenvolver esta patologia.
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