Alexitimia, regulação emocional e mindfulness: contributos para a compreensão da psicopatologia
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2016 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10773/18495 |
Resumo: | Alexitimia corresponde a um conjunto de características afetivas e cognitivas, clinicamente observadas em vários pacientes, marcada pela fraca capacidade de entender o que outra pessoa está a sentir e para partilhar os sentimentos com outrem. Este constructo é definido como um distúrbio de regulação emocional, ou seja, capacidade para experienciar e diferenciar uma gama completa de emoções. Pretende-se com este trabalho estudar a relação existente entre a alexitimia, regulação emocional e mindfulness. A amostra do presente estudo foi constituída por 241 participantes, sendo 80 do género masculino e 161 do género feminino, com idades compreendidas entre 13 e 62 anos [M(DP)=34.22(10.112)]. Os participantes encontravam-se em acompanhamento psicológico numa clínica privada quando foram avaliados com um protocolo de investigação constituído pelas seguintes escalas: Toronto Alexithymia Scale (TAS-20), Philadelphia Mindfulness Scale (PHMLS) e Emotion Regulation of Others and Self (EROS). Os resultados mostram que quanto maior for a melhoria do afeto, maior é a consciencialização que o paciente tem das suas emoções, simultaneamente quanto maior for a piora intrínseca do afeto maior é o nível de dificuldade de identificar, descrever emoções e o valor de alexitimia total. Salienta-se que quanto maiores os valores de melhoria extrínseca do afeto, mais baixos são os valores relativos às variáveis dificuldade em identificar emoções, aceitação e alexitimia total. Igualmente, inversamente proporcionais são apresentados os valores referentes à melhoria intrínseca do afeto relativamente à aceitação, dificuldade em identificar emoções e alexitimia total. Por fim, quanto maiores os níveis de consciencialização menores os valores de piora intrínseca do afeto, dificuldade em descrever e identificar emoções, bem como alexitimia total. Relativamente às diferenças de géneros, os valores revelam que os homens têm uma maior dificuldade para descrever emoções, o que pode levantar a questão de estereótipos relativamente ao fator masculinidade. Por fim, verificou-se que os preditores de superiores níveis de alexitimia, ao nível da regulação emocional, são uma diminuição da melhoria extrínseca e da melhoria intrínseca do afeto, e um aumento da piora intrínseca do afeto. Ao nível do mindfulness, verificou-se que superiores níveis de alexitimia estão associados a menores indicadores de consciencialização e aceitação. São referidos os contributos deste estudo para a otimização do diagnóstico e interesse na psicopatologia. |
id |
RCAP_1219909fa61ea1693df8ff34dc91d9f1 |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ria.ua.pt:10773/18495 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
Alexitimia, regulação emocional e mindfulness: contributos para a compreensão da psicopatologiaPsicologia clínicaAlexitimiaEmoçõesDesenvolvimento emocionalMindfulnessAlexitimia corresponde a um conjunto de características afetivas e cognitivas, clinicamente observadas em vários pacientes, marcada pela fraca capacidade de entender o que outra pessoa está a sentir e para partilhar os sentimentos com outrem. Este constructo é definido como um distúrbio de regulação emocional, ou seja, capacidade para experienciar e diferenciar uma gama completa de emoções. Pretende-se com este trabalho estudar a relação existente entre a alexitimia, regulação emocional e mindfulness. A amostra do presente estudo foi constituída por 241 participantes, sendo 80 do género masculino e 161 do género feminino, com idades compreendidas entre 13 e 62 anos [M(DP)=34.22(10.112)]. Os participantes encontravam-se em acompanhamento psicológico numa clínica privada quando foram avaliados com um protocolo de investigação constituído pelas seguintes escalas: Toronto Alexithymia Scale (TAS-20), Philadelphia Mindfulness Scale (PHMLS) e Emotion Regulation of Others and Self (EROS). Os resultados mostram que quanto maior for a melhoria do afeto, maior é a consciencialização que o paciente tem das suas emoções, simultaneamente quanto maior for a piora intrínseca do afeto maior é o nível de dificuldade de identificar, descrever emoções e o valor de alexitimia total. Salienta-se que quanto maiores os valores de melhoria extrínseca do afeto, mais baixos são os valores relativos às variáveis dificuldade em identificar emoções, aceitação e alexitimia total. Igualmente, inversamente proporcionais são apresentados os valores referentes à melhoria intrínseca do afeto relativamente à aceitação, dificuldade em identificar emoções e alexitimia total. Por fim, quanto maiores os níveis de consciencialização menores os valores de piora intrínseca do afeto, dificuldade em descrever e identificar emoções, bem como alexitimia total. Relativamente às diferenças de géneros, os valores revelam que os homens têm uma maior dificuldade para descrever emoções, o que pode levantar a questão de estereótipos relativamente ao fator masculinidade. Por fim, verificou-se que os preditores de superiores níveis de alexitimia, ao nível da regulação emocional, são uma diminuição da melhoria extrínseca e da melhoria intrínseca do afeto, e um aumento da piora intrínseca do afeto. Ao nível do mindfulness, verificou-se que superiores níveis de alexitimia estão associados a menores indicadores de consciencialização e aceitação. São referidos os contributos deste estudo para a otimização do diagnóstico e interesse na psicopatologia.Alexithymia corresponds to a set of affective and cognitive characteristics, clinically observed in several patients, marked by the weak capacity to understand what another person is feeling and to share the feelings with others. This construct is defined as a disturbance of emotional regulation, that is, the ability to experience and differentiate a full range of emotions. The aim of this work is to study the relationship between alexithymia, emotional regulation and mindfulness. The sample of the present study consisted of 241 participants, 80 males and 161 females, aged between 13 and 62 years (M (SD) = 34.22 (10.112)). Participants were having psychological counseling in a private clinic when they were evaluated with a research protocol consisting of: Toronto Alexithymia Scale (TAS-20); Philadelphia Mindfulness Scale (PHMLS) and Emotion Regulation of Others and Self (EROS). The results show that the greater the improvement in affection, the greater the patients' awareness of their emotions. At the same time, the greater the intrinsic worsening of affection, the greater the level of difficulty of identifying, describing emotions and the value of total alexithymia. It should be noted that the higher the values of extrinsic affection improvement, the lower the values related to the variables difficulty in identifying emotions, acceptance and total alexithymia. Equally inversely proportional are the values related to the intrinsic improvement of affection regarding acceptance, difficulty in identifying emotions and total alexithymia. Finally, the higher the levels of awareness, the lower the values of intrinsic affect worsening, difficulty in describing and identifying emotions, as well as total alexithymia. Regarding gender differences, the figures reveal that men have a greater difficulty describing emotions, which may raise the question of stereotypes regarding the masculinity factor. Finally, it was found that the predictors of higher levels of alexithymia at the level of emotional regulation are a decrease in extrinsic improvement and intrinsic improvement of affect, and an increase in the intrinsic worsening of affect. At the level of mindfulness, it has been found that higher levels of alexithymia are associated with lower indicators of awareness and acceptance. The contributions of this study to the optimization of diagnosis and interest in psychopathology are mentioned.Universidade de Aveiro2017-10-11T14:21:10Z2016-01-01T00:00:00Z2016info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/18495TID:201933829porPinto, Rute Luís Limainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-05-06T04:03:10Zoai:ria.ua.pt:10773/18495Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openairemluisa.alvim@gmail.comopendoar:71602024-05-06T04:03:10Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Alexitimia, regulação emocional e mindfulness: contributos para a compreensão da psicopatologia |
title |
Alexitimia, regulação emocional e mindfulness: contributos para a compreensão da psicopatologia |
spellingShingle |
Alexitimia, regulação emocional e mindfulness: contributos para a compreensão da psicopatologia Pinto, Rute Luís Lima Psicologia clínica Alexitimia Emoções Desenvolvimento emocional Mindfulness |
title_short |
Alexitimia, regulação emocional e mindfulness: contributos para a compreensão da psicopatologia |
title_full |
Alexitimia, regulação emocional e mindfulness: contributos para a compreensão da psicopatologia |
title_fullStr |
Alexitimia, regulação emocional e mindfulness: contributos para a compreensão da psicopatologia |
title_full_unstemmed |
Alexitimia, regulação emocional e mindfulness: contributos para a compreensão da psicopatologia |
title_sort |
Alexitimia, regulação emocional e mindfulness: contributos para a compreensão da psicopatologia |
author |
Pinto, Rute Luís Lima |
author_facet |
Pinto, Rute Luís Lima |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Pinto, Rute Luís Lima |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Psicologia clínica Alexitimia Emoções Desenvolvimento emocional Mindfulness |
topic |
Psicologia clínica Alexitimia Emoções Desenvolvimento emocional Mindfulness |
description |
Alexitimia corresponde a um conjunto de características afetivas e cognitivas, clinicamente observadas em vários pacientes, marcada pela fraca capacidade de entender o que outra pessoa está a sentir e para partilhar os sentimentos com outrem. Este constructo é definido como um distúrbio de regulação emocional, ou seja, capacidade para experienciar e diferenciar uma gama completa de emoções. Pretende-se com este trabalho estudar a relação existente entre a alexitimia, regulação emocional e mindfulness. A amostra do presente estudo foi constituída por 241 participantes, sendo 80 do género masculino e 161 do género feminino, com idades compreendidas entre 13 e 62 anos [M(DP)=34.22(10.112)]. Os participantes encontravam-se em acompanhamento psicológico numa clínica privada quando foram avaliados com um protocolo de investigação constituído pelas seguintes escalas: Toronto Alexithymia Scale (TAS-20), Philadelphia Mindfulness Scale (PHMLS) e Emotion Regulation of Others and Self (EROS). Os resultados mostram que quanto maior for a melhoria do afeto, maior é a consciencialização que o paciente tem das suas emoções, simultaneamente quanto maior for a piora intrínseca do afeto maior é o nível de dificuldade de identificar, descrever emoções e o valor de alexitimia total. Salienta-se que quanto maiores os valores de melhoria extrínseca do afeto, mais baixos são os valores relativos às variáveis dificuldade em identificar emoções, aceitação e alexitimia total. Igualmente, inversamente proporcionais são apresentados os valores referentes à melhoria intrínseca do afeto relativamente à aceitação, dificuldade em identificar emoções e alexitimia total. Por fim, quanto maiores os níveis de consciencialização menores os valores de piora intrínseca do afeto, dificuldade em descrever e identificar emoções, bem como alexitimia total. Relativamente às diferenças de géneros, os valores revelam que os homens têm uma maior dificuldade para descrever emoções, o que pode levantar a questão de estereótipos relativamente ao fator masculinidade. Por fim, verificou-se que os preditores de superiores níveis de alexitimia, ao nível da regulação emocional, são uma diminuição da melhoria extrínseca e da melhoria intrínseca do afeto, e um aumento da piora intrínseca do afeto. Ao nível do mindfulness, verificou-se que superiores níveis de alexitimia estão associados a menores indicadores de consciencialização e aceitação. São referidos os contributos deste estudo para a otimização do diagnóstico e interesse na psicopatologia. |
publishDate |
2016 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2016-01-01T00:00:00Z 2016 2017-10-11T14:21:10Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10773/18495 TID:201933829 |
url |
http://hdl.handle.net/10773/18495 |
identifier_str_mv |
TID:201933829 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de Aveiro |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de Aveiro |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
mluisa.alvim@gmail.com |
_version_ |
1817543596594692096 |