Teores de cobre na água de escorrimento superficial num solo ao qual foi aplicada lama residual urbana com elevada concentração de cobre

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Domingues, H.
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Serrão, M. G., Martins, J. C., Castelo-Branco, M. A., Monteiro, O. R., Fernandes, M. L., Pires, F., Campos, A. M., Horta, C., Salgueiro, A., Dordio, A.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.19084/rca.15503
Resumo: A utilização de lamas residuais urbanas (LRU) em solos agrícolas contribui para o incremento da sua fertilidade e reciclagem destes resíduos, mas as concentrações de alguns metais podem limitar os níveis de aplicação. Neste trabalho, avaliam-se os teores de cobre (Cu) nas águas de escorrimento superficial, num ensaio semeado com uma consociação pratense de leguminosas e gramíneas, em que foi aplicada LRU com elevada concentração de Cu (2042 mg kg-1). O ensaio, em blocos casualizados, foi instalado, em Mértola, num Luvissolo Háplico (LVha), de declive médio de 15%, com três níveis de LRU de Évora (L0 = 0, L1 = 12 e L2 = 24 t/ha) e duas repetições. Em cada talhão (48 m2), foram instalados dispositivos de erosão de chapa zincada (4 m2) aos quais se acoplaram depósitos de polietileno (80 L), para recolha de águas de escorrimento superficial. Analisou-se o Cu nas águas de escorrimento colhidas em 2002 (sete datas), 2003 (cinco datas) e 2004 (duas datas). De acordo com o Decreto-Lei 236/98, que normaliza a qualidade da água, a concentração de Cu foi inferior ao valor limite de emissão (1,0 mg L-1) para a descarga de águas residuais e inferior ao valor máximo recomendado (0,2 mg L-1) para as águas de rega. Relativamente aos resultados obtidos, em 2002 pode estimar-se que seriam necessários cerca de 75397 anos para esgotar o Cu adicionado ao solo na modalidade L2. Com base nos valores de 2004, seriam indispensáveis 47123 e 100016 anos para escorrer o Cu nas modalidades L1 e L2, respectivamente. Não foi possível quantificar a duração da perda do elemento com os resultados de 2003, devido à superioridade do valor de Cu escoado em L0, relativamente aos das outras modalidades. O Cu proveniente da aplicação desta LRU teve um arrastamento reduzido, podendo afirmar-se que não terá um efeito poluente através da água de escorrimento superficial nos recursos hídricos superficiais e subterrâneos da região.
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