A alteração da estrutura acionista das companhias coloniais pombalinas : impactos do mercado secundário de títulos em Portugal no século XVIII
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Data de Publicação: | 2019 |
Outros Autores: | , |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10400.5/17981 |
Resumo: | As companhias coloniais são um exemplo da conjugação de interesses entre o Estado e grupos empresariais, no que hoje chamamos uma parceria público-privada. Neste contrato, o Estado concede às empresas o direito de explorar e administrar um território e os investidores fornecem os fundos, esperando taxas de retorno gratificantes em resultado do monopólio legal. Este é um modelo comum a muitas potências coloniais europeias desde o século XVII. A historiografia tem questionado o potencial deste modelo para impulsionar o desenvolvimento financeiro e tem assumido que foi mais eficaz no Norte do que no Sul da Europa. Basicamente, a solução empreendedora para explorar regiões coloniais com base em sociedades anónimas poderá ter levado a resultados diferentes no que diz respeito ao funcionamento do mercado de capitais. Embora esta ideia prevaleça na literatura, não sabemos muito sobre o caso português. Até agora, nenhum estudo analisou a evolução da estrutura de propriedade dessas empresas. Se esta se alterou ao longo do período de vigência do contrato com o Estado é um tema em aberto que aguarda uma investigação que contribuirá para a compreensão das características do mercado de capitais em Portugal. Neste Documento de Trabalho apresentamos os primeiros resultados de um projeto de investigação sobre o desenvolvimento do mercado de capitais no Portugal do século XVIII. Analisamos a estrutura de propriedade de duas empresas coloniais, a Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão e a Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba, fundadas em 1755 e 1759, respetivamente. O estudo das transações das suas ações revela uma mudança significativa na estrutura de propriedade que resultou da Oferta Pública Inicial. Trazendo novos dados, e contrariando a ideia predominante na historiografia portuguesa, este Documento de Trabalho mostra que estas companhias tiveram um papel no desenvolvimento do mercado de capitais em Portugal. |
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Basicamente, a solução empreendedora para explorar regiões coloniais com base em sociedades anónimas poderá ter levado a resultados diferentes no que diz respeito ao funcionamento do mercado de capitais. Embora esta ideia prevaleça na literatura, não sabemos muito sobre o caso português. Até agora, nenhum estudo analisou a evolução da estrutura de propriedade dessas empresas. Se esta se alterou ao longo do período de vigência do contrato com o Estado é um tema em aberto que aguarda uma investigação que contribuirá para a compreensão das características do mercado de capitais em Portugal. Neste Documento de Trabalho apresentamos os primeiros resultados de um projeto de investigação sobre o desenvolvimento do mercado de capitais no Portugal do século XVIII. Analisamos a estrutura de propriedade de duas empresas coloniais, a Companhia Geral do Grão-Pará e Maranhão e a Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba, fundadas em 1755 e 1759, respetivamente. O estudo das transações das suas ações revela uma mudança significativa na estrutura de propriedade que resultou da Oferta Pública Inicial. Trazendo novos dados, e contrariando a ideia predominante na historiografia portuguesa, este Documento de Trabalho mostra que estas companhias tiveram um papel no desenvolvimento do mercado de capitais em Portugal.The colonial chartered companies are an example of the merging interests between the state and economic groups, in what we call today a public-private partnership. In this contract, the state grants the companies the right to explore and administrate a territory and investors supply the funds, expecting rewarding rates of return due to the legal monopoly. This is a model common to many colonial European powers since the seventeenth century. Scholars have questioned its potentials to boost financial development, and have found it more effective in the North than in the South of Europe. Basically, the entrepreneurial solution to exploit colonial regions based on joint stock companies could have led to different results concerning the capital markets’ workings. Although this idea prevails in the literature, we do not know much about the Portuguese case. So far, no study has looked into the evolution of the ownership structure of these companies. Whether it changed over the time span of the contract with the state is a topic for research, which will contribute to a better understanding of the capital market’s features in Portugal. In this Working Paper we present the first results of a research project on the development of capital market in the eighteenth-century Portugal. We analyse the ownership structure of two colonial companies, Campanhia Geral do Grão-Pará e Maranhão and Companhia Geral de Pernambuco e Paraíba founded in 1755 and 1759, respectively. The study of the securities transactions reveals a significant change of the ownership structure that came out from the Initial Public Offering. Bringing about new data, and contrary to the wisdom prevailing in Portuguese historiography, this Working Paper shows that these companies had a role in the development of the capital market in Portugal.ISEG - GHESRepositório da Universidade de LisboaCosta, Leonor FreireNeves, PedroAlbuquerque, Tomás Pinto de2019-05-29T12:49:21Z20192019-01-01T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articleapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.5/17981porCosta, Leonor Freira, Pedro Neves e Tomás Pinto de Albuquerque (2019). "A alteração da estrutura acionista das companhias coloniais pombalinas : impactos do mercado secundário de títulos em Portugal no século XVIII". Instituto Superior de Economia e Gestão – GHES Documento de Trabalho/Working Paper nº 60-20192183-1785info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-03-06T14:47:37Zoai:www.repository.utl.pt:10400.5/17981Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:03:06.760513Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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Costa, Leonor Freira, Pedro Neves e Tomás Pinto de Albuquerque (2019). "A alteração da estrutura acionista das companhias coloniais pombalinas : impactos do mercado secundário de títulos em Portugal no século XVIII". Instituto Superior de Economia e Gestão – GHES Documento de Trabalho/Working Paper nº 60-2019 2183-1785 |
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