Análise da evolução da resposta à selecção numa população da raça bovina mertolenga

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Castro, J.
Data de Publicação: 2018
Outros Autores: Roquete, C., Barata, G.
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.19084/rca.15403
Resumo: A zona Mediterrânica em que o Alentejo se inclui, caracteriza-se pela existência de pastagem natural de boa qualidade por um período bastante curto, normalmente, de Março a Maio. A raça bovina Mertolenga é considerada, desde há muito, uma das raças autóctones portuguesas melhor adaptadas a condições alimentares difíceis, quer do ponto de vista quantitativo quer qualitativo. Assumida a sua orientação para a produção de carne, através de linha pura e de cruzamento industrial, representa um património genético de grande valia. Os elementos referentes a pesos ajustados para as idades de 90 e 180 dias, possíveis indicadores da capacidade maternal desta raça, provenientes de uma população explorada em regime extensivo na região do Baixo Alentejo e recolhidos entre 1982 e 1996, foram utilizados para avaliação da evolução do nível genético dessa população que, ao longo do tempo, tem sido submetida a melhoramento por selecção. Adoptou-se a metodologia sugerida por Elsen & Mocquot (1974) que tem em consideração a evolução ano após ano bem como as alterações da estrutura da população ao longo do tempo, no que respeita ao número de indivíduos que integram as classes de idade ao parto. Esta metodologia prevê igualmente a existência de gerações sobrepostas, situação muito frequente em sistemas de produção de animais domésticos. A evolução avaliada teve por base a estimativa da resposta à selecção quer do lado masculino quer do lado feminino, uma vez que as características analisadas foram medidas em ambos os sexos. Através da equação da resposta à selecção proposta por Falconer & Mackay (1996): R = S x h2, estimaram-se os valores do diferencial de selecção (S) bem como os valores da resposta à selecção (R), em ambos os sexos. Utilizando a equação acima referida e combinando os dois sexos, estimou-se o valor da heritabilidade realizada. Assim, obtiveram-se os valores de 0,28 e 0,29 para os pesos ajustados para as idades de 90 e 180 dias, respectivamente. As características acima referidas, encaradas como possíveis indicadores da capacidade maternal desta raça, manifestaram-se de modo distinto. O contributo dos toiros oscilou entre 0,529 kg e 4,665 kg para o peso ajustado à idade de 90 dias. No que respeita ao peso ajustado para a idade de 180 dias, o contributo dos machos variou entre -0,176 kg e 9,197 kg. O contributo das vacas variou entre 0,104 kg e 1,113 kg, quando analisámos o peso corrigido para a idade de 90 dias. No que respeita ao peso corrigido para a idade de 180 dias, aquele contributo oscilou entre -1,433 kg e 0,779 kg. Ainda no que concerne a esta característica e para o conjunto de anos analisados, cerca de 46% das vacas apresentaram contributos de sinal negativo. O comportamento da população, avaliado pela resposta observada na descendência, parece indiciar uma marcada evolução. Assim e no que concerne ao peso ajustado para a idade de 90 dias, os valores oscilaram entre 0,201 kg e 2,466 kg. Quanto ao peso ajustado para a idade de 180 dias, os valores da resposta situaram-se entre 0,048 kg e 3,979 kg.
id RCAP_128cceeee37448c1aa48bfc43b108c3c
oai_identifier_str oai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/15403
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling Análise da evolução da resposta à selecção numa população da raça bovina mertolengaAnálise da evolução da resposta à selecção numa população da raça bovina mertolengaGeralA zona Mediterrânica em que o Alentejo se inclui, caracteriza-se pela existência de pastagem natural de boa qualidade por um período bastante curto, normalmente, de Março a Maio. A raça bovina Mertolenga é considerada, desde há muito, uma das raças autóctones portuguesas melhor adaptadas a condições alimentares difíceis, quer do ponto de vista quantitativo quer qualitativo. Assumida a sua orientação para a produção de carne, através de linha pura e de cruzamento industrial, representa um património genético de grande valia. Os elementos referentes a pesos ajustados para as idades de 90 e 180 dias, possíveis indicadores da capacidade maternal desta raça, provenientes de uma população explorada em regime extensivo na região do Baixo Alentejo e recolhidos entre 1982 e 1996, foram utilizados para avaliação da evolução do nível genético dessa população que, ao longo do tempo, tem sido submetida a melhoramento por selecção. Adoptou-se a metodologia sugerida por Elsen & Mocquot (1974) que tem em consideração a evolução ano após ano bem como as alterações da estrutura da população ao longo do tempo, no que respeita ao número de indivíduos que integram as classes de idade ao parto. Esta metodologia prevê igualmente a existência de gerações sobrepostas, situação muito frequente em sistemas de produção de animais domésticos. A evolução avaliada teve por base a estimativa da resposta à selecção quer do lado masculino quer do lado feminino, uma vez que as características analisadas foram medidas em ambos os sexos. Através da equação da resposta à selecção proposta por Falconer & Mackay (1996): R = S x h2, estimaram-se os valores do diferencial de selecção (S) bem como os valores da resposta à selecção (R), em ambos os sexos. Utilizando a equação acima referida e combinando os dois sexos, estimou-se o valor da heritabilidade realizada. Assim, obtiveram-se os valores de 0,28 e 0,29 para os pesos ajustados para as idades de 90 e 180 dias, respectivamente. As características acima referidas, encaradas como possíveis indicadores da capacidade maternal desta raça, manifestaram-se de modo distinto. O contributo dos toiros oscilou entre 0,529 kg e 4,665 kg para o peso ajustado à idade de 90 dias. No que respeita ao peso ajustado para a idade de 180 dias, o contributo dos machos variou entre -0,176 kg e 9,197 kg. O contributo das vacas variou entre 0,104 kg e 1,113 kg, quando analisámos o peso corrigido para a idade de 90 dias. No que respeita ao peso corrigido para a idade de 180 dias, aquele contributo oscilou entre -1,433 kg e 0,779 kg. Ainda no que concerne a esta característica e para o conjunto de anos analisados, cerca de 46% das vacas apresentaram contributos de sinal negativo. O comportamento da população, avaliado pela resposta observada na descendência, parece indiciar uma marcada evolução. Assim e no que concerne ao peso ajustado para a idade de 90 dias, os valores oscilaram entre 0,201 kg e 2,466 kg. Quanto ao peso ajustado para a idade de 180 dias, os valores da resposta situaram-se entre 0,048 kg e 3,979 kg.The "Mertolengo" is a Portuguese native beef breed witch inhabits in the Alentejo country (south of Portugal). It is very well adapted to perform in range production systems. A herd of Mertolengo breed were utilized for the evaluation of response to selection, over forteen years. Field data were recorded and the weights were adjusted for 3 and 6 months of age. For those traits, realized heritabilities were estimated, combining the two sexes and utilizing the total response to selection and the weighted cumulative selection differentials. The values reached were, respectively, 0,28 and 0,29 for 3 months and 6 months age weight. The evaluation of selection response, on the female side, fallowed the gene flow method referred by Elsen & Mocquot (1974), taking in account the age structure of the female population. Through this method it was possible to evaluate the changes year by year. The female contribution to the genetic progress was very low, and frequently negative, when compared with bulls. The amount of response achieved was entirely due to the bulls.Sociedade de Ciências Agrárias de Portugal2018-11-09T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.19084/rca.15403por2183-041X0871-018XCastro, J.Roquete, C.Barata, G.info:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-06T09:23:36Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/15403Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:30:27.512386Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv Análise da evolução da resposta à selecção numa população da raça bovina mertolenga
Análise da evolução da resposta à selecção numa população da raça bovina mertolenga
title Análise da evolução da resposta à selecção numa população da raça bovina mertolenga
spellingShingle Análise da evolução da resposta à selecção numa população da raça bovina mertolenga
Castro, J.
Geral
title_short Análise da evolução da resposta à selecção numa população da raça bovina mertolenga
title_full Análise da evolução da resposta à selecção numa população da raça bovina mertolenga
title_fullStr Análise da evolução da resposta à selecção numa população da raça bovina mertolenga
title_full_unstemmed Análise da evolução da resposta à selecção numa população da raça bovina mertolenga
title_sort Análise da evolução da resposta à selecção numa população da raça bovina mertolenga
author Castro, J.
author_facet Castro, J.
Roquete, C.
Barata, G.
author_role author
author2 Roquete, C.
Barata, G.
author2_role author
author
dc.contributor.author.fl_str_mv Castro, J.
Roquete, C.
Barata, G.
dc.subject.por.fl_str_mv Geral
topic Geral
description A zona Mediterrânica em que o Alentejo se inclui, caracteriza-se pela existência de pastagem natural de boa qualidade por um período bastante curto, normalmente, de Março a Maio. A raça bovina Mertolenga é considerada, desde há muito, uma das raças autóctones portuguesas melhor adaptadas a condições alimentares difíceis, quer do ponto de vista quantitativo quer qualitativo. Assumida a sua orientação para a produção de carne, através de linha pura e de cruzamento industrial, representa um património genético de grande valia. Os elementos referentes a pesos ajustados para as idades de 90 e 180 dias, possíveis indicadores da capacidade maternal desta raça, provenientes de uma população explorada em regime extensivo na região do Baixo Alentejo e recolhidos entre 1982 e 1996, foram utilizados para avaliação da evolução do nível genético dessa população que, ao longo do tempo, tem sido submetida a melhoramento por selecção. Adoptou-se a metodologia sugerida por Elsen & Mocquot (1974) que tem em consideração a evolução ano após ano bem como as alterações da estrutura da população ao longo do tempo, no que respeita ao número de indivíduos que integram as classes de idade ao parto. Esta metodologia prevê igualmente a existência de gerações sobrepostas, situação muito frequente em sistemas de produção de animais domésticos. A evolução avaliada teve por base a estimativa da resposta à selecção quer do lado masculino quer do lado feminino, uma vez que as características analisadas foram medidas em ambos os sexos. Através da equação da resposta à selecção proposta por Falconer & Mackay (1996): R = S x h2, estimaram-se os valores do diferencial de selecção (S) bem como os valores da resposta à selecção (R), em ambos os sexos. Utilizando a equação acima referida e combinando os dois sexos, estimou-se o valor da heritabilidade realizada. Assim, obtiveram-se os valores de 0,28 e 0,29 para os pesos ajustados para as idades de 90 e 180 dias, respectivamente. As características acima referidas, encaradas como possíveis indicadores da capacidade maternal desta raça, manifestaram-se de modo distinto. O contributo dos toiros oscilou entre 0,529 kg e 4,665 kg para o peso ajustado à idade de 90 dias. No que respeita ao peso ajustado para a idade de 180 dias, o contributo dos machos variou entre -0,176 kg e 9,197 kg. O contributo das vacas variou entre 0,104 kg e 1,113 kg, quando analisámos o peso corrigido para a idade de 90 dias. No que respeita ao peso corrigido para a idade de 180 dias, aquele contributo oscilou entre -1,433 kg e 0,779 kg. Ainda no que concerne a esta característica e para o conjunto de anos analisados, cerca de 46% das vacas apresentaram contributos de sinal negativo. O comportamento da população, avaliado pela resposta observada na descendência, parece indiciar uma marcada evolução. Assim e no que concerne ao peso ajustado para a idade de 90 dias, os valores oscilaram entre 0,201 kg e 2,466 kg. Quanto ao peso ajustado para a idade de 180 dias, os valores da resposta situaram-se entre 0,048 kg e 3,979 kg.
publishDate 2018
dc.date.none.fl_str_mv 2018-11-09T00:00:00Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://doi.org/10.19084/rca.15403
url https://doi.org/10.19084/rca.15403
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 2183-041X
0871-018X
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Sociedade de Ciências Agrárias de Portugal
publisher.none.fl_str_mv Sociedade de Ciências Agrárias de Portugal
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799130171472609280