Da “sociedade da criação” à “escola da criação” ou de como é urgente a criatividade na nossa escola breves notas

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Martins, Vítor Manuel Tavares
Data de Publicação: 2004
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.19/570
Resumo: Houve tempos em que se entendeu que a expressão da criatividade estava ligada a musas inspiradoras, a "um estado místico de receptividade, a algum tipo de mensagem proveniente de entidades divinas" (Alencar, 1991). Identificava-se o criador com o louco, pois a criação tinha natureza irracional ou involuntária e o trabalho criativo era visto como uma “tentativa de compensar desajustamentos ou como uma entre outras formas de expressão de conflitos inconscientes" (Alencar, 1991). As pesquisas de White, de Harlow e de outros investigadores do Laboratório de Primatas da Universidade de Wisconsin contribuíram para a mudança na concepção do ser humano, abrindo passagem do ser passivo, acomodativo ou apenas reactivo para o homem interpelativo, curioso, explorador. Esta perspectiva interagiu com novas formas de idealizar o próprio intelecto. "Conforme lembra Getzels e Csikszentmihalyi (1975), um dos grandes obstáculos à emergência da criatividade como uma área autónoma de estudo, na primeira metade deste século, foi o domínio de um determinado conceito de inteligência, apoiado no reconhecimento do valor dos testes construídos para a sua medida. Naquele período, o conceito de inteligência ligado à capacidade ou aptidão mental predominou. Se a inteligência se aplicava a qualquer pessoa, a criatividade era vista como prerrogativa de alguns poucos privilegiados" (Alencar, 1991). Guilford lançou as bases, com o seu modelo multidimensional da estrutura do intelecto, de novas formas de relacionar inteligência e criatividade e de posicionar cada uma delas no próprio ser humano. Por exemplo, viu nas categorias pensamento divergente (que inclui habilidades para gerar múltiplas respostas para um estímulo ou questão) e transformações (que incluem habilidades para produzir redefinições, revisões e outros tipos de mudanças na informação) ligações óbvias à criatividade, embora considerasse também outros factores ao longo do processo criador (Guilford, 1967).
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