EAP : versão portuguesa, estádios da puberdade e sintomas psicológicos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Crisóstomo, Ana Catarina Oliveira
Data de Publicação: 2013
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/11584
Resumo: A adolescência é um período de grandes transformações a variados níveis. A maioria das investigações com esta faixa etária não avalia o desenvolvimento pubertário, tendo apenas em atenção a idade ou ao sexo dos participantes. Assim, este estudo tem como objetivo desenvolver uma versão portuguesa da “Self-rating Scale for Pubertal Development” (SSPD, Carskadon & Acebo, 1993, baseando-se em Petersen et al., 1988) e ainda verificar se existem associações entre alguns sintomas psicopatológicos e o estádio de desenvolvimento pubertário. Usámos dois questionários: a Escala de Autoavaliação de Puberdade (EAP - versão experimental portuguesa do SSPD de Crisóstomo, Couto, Marques & Gomes, 2012) e a versão portuguesa (Gonçalves, Dias & Machado, s/d) do inventário de sintomas psicopatológicos de Achenbach (2001), Youth Self Report (YSR) para idades dos 11-18. A EAP é um questionário breve, de autorrelato, destinado a crianças/jovens a partir dos 9 anos. É uma escala do tipo Likert, com 4 opções de resposta na maioria dos itens, contendo duas questões específicas por género. A nossa amostra foi composta por 431 crianças/jovens (49,0% do sexo masculino), com idades compreendidas entre os 9 e os 15 anos de idade, a frequentar do 3º ao 9º ano de escolaridade, que responderam à EAP após o seu acordo e o consentimento informado dos encarregados de educação. Uma subamostra (de 241 participantes, 49% dos quais rapazes) respondeu também ao YSR. Os resultados mostraram que a EAP apresentou características psicométricas satisfatórias com alfas de Cronbach de 0,81 na versão masculina e 0,74 na versão feminina, sugestivos de consistência interna adequada. As correlações item-total corrigido situaram-se entre 0,31 e 0,66. Como espectável, as pontuações médias na EAP mostraram-se estatisticamente correlacionadas com a idade (r=,691 nos rapazes e r=,625 nas raparigas) e foram significativamente superiores nas raparigas (2,26 ± 0,68) comparativamente com os rapazes (1,96 ± 0,64), p < 0,001, o que aponta para a validade da escala. Para além disso verificaram-se várias associações entre o estádio de desenvolvimento pubertário e alguns sintomas psicológicos, principalmente no caso das raparigas. No sexo feminino, o desenvolvimento pubertário associou-se de forma significativa com mais escalas do YSR (I, II, V, VII, VIII, internalização e externalização) do que a idade. Estes resultados vão ao encontro da literatura anterior. Os resultados do presente estudo apontam para a importância de se avaliar o desenvolvimento pubertário aquando da avaliação e intervenção com adolescentes no âmbito da psicologia clínica e da saúde. São ainda discutidas algumas limitações deste estudo e sugestões para investigações futuras.
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Usámos dois questionários: a Escala de Autoavaliação de Puberdade (EAP - versão experimental portuguesa do SSPD de Crisóstomo, Couto, Marques & Gomes, 2012) e a versão portuguesa (Gonçalves, Dias & Machado, s/d) do inventário de sintomas psicopatológicos de Achenbach (2001), Youth Self Report (YSR) para idades dos 11-18. A EAP é um questionário breve, de autorrelato, destinado a crianças/jovens a partir dos 9 anos. É uma escala do tipo Likert, com 4 opções de resposta na maioria dos itens, contendo duas questões específicas por género. A nossa amostra foi composta por 431 crianças/jovens (49,0% do sexo masculino), com idades compreendidas entre os 9 e os 15 anos de idade, a frequentar do 3º ao 9º ano de escolaridade, que responderam à EAP após o seu acordo e o consentimento informado dos encarregados de educação. Uma subamostra (de 241 participantes, 49% dos quais rapazes) respondeu também ao YSR. Os resultados mostraram que a EAP apresentou características psicométricas satisfatórias com alfas de Cronbach de 0,81 na versão masculina e 0,74 na versão feminina, sugestivos de consistência interna adequada. As correlações item-total corrigido situaram-se entre 0,31 e 0,66. Como espectável, as pontuações médias na EAP mostraram-se estatisticamente correlacionadas com a idade (r=,691 nos rapazes e r=,625 nas raparigas) e foram significativamente superiores nas raparigas (2,26 ± 0,68) comparativamente com os rapazes (1,96 ± 0,64), p < 0,001, o que aponta para a validade da escala. Para além disso verificaram-se várias associações entre o estádio de desenvolvimento pubertário e alguns sintomas psicológicos, principalmente no caso das raparigas. No sexo feminino, o desenvolvimento pubertário associou-se de forma significativa com mais escalas do YSR (I, II, V, VII, VIII, internalização e externalização) do que a idade. Estes resultados vão ao encontro da literatura anterior. Os resultados do presente estudo apontam para a importância de se avaliar o desenvolvimento pubertário aquando da avaliação e intervenção com adolescentes no âmbito da psicologia clínica e da saúde. São ainda discutidas algumas limitações deste estudo e sugestões para investigações futuras.Adolescence is a period of great changes at various levels. Most research with this age group does not assess pubertal development, taking only into account the age or sex of participants. Thus, the aims of this study were to develop a Portuguese version of the “Self-rating Scale for Pubertal Development” (SSPD, Carskadon & Acebo, 1993, based in Petersen et al., 1988), and to examine if there were associations between psychopathological symptoms and pubertal development stages. We used two questionnaires: EAP (the Portuguese experimental version of SSPD, Crisóstomo, Couto, Marques & Gomes (2012)) and the Achenbach (2001) inventory Youth Self Report (YSR), Portuguese version of Gonçalves, Dias & Machado (s/d). The EAP/SSPD is a brief self-rating scale for children from the age of 9. It is a 4-point Likert scale with two specific questions by gender. Our sample was composed by 431 children (49,0% male), aged between 9 and 15 years old, and attending 3rd to 9th grades, who completed the EAP after informed consent. A sub-sample (241 participants, 49,0% males) answered also to the YSR. The results showed adequate internal consistency of EAP, as indicated by Cronbach alphas .81 in male version and .74 in female version. Corrected item-total correlations ranged from .31 to .66. As expected, mean EAP scores were both statistically related with age (r = .691 in boys, and r = .625 in girls), and significantly higher in girls (2.26 ± 0.68) than in boys (1.96 ± 0.64), p < .001, thus supporting the validity of the scale. In addition, there were several associations between pubertal development stage and some psychological symptoms, mainly in girls. In female students pubertal development was associated with a higher number of YSR scales (I, II, V,VII, VIII, internalizing and externalizing) than age. These results are in line with previous literature in the area, and point to the pertinence of considering pubertal status when assessing mental health in adolescents. Some limitations of this study are also addressed, as well as suggestions for future research.Universidade de Aveiro2013-12-11T11:42:38Z2013-01-01T00:00:00Z2013info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/11584TID:201562251porCrisóstomo, Ana Catarina Oliveirainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:20:55Zoai:ria.ua.pt:10773/11584Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:47:58.777069Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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