Ajustamento psicossocial e morbilidade psiquiátrica em adolescentes e jovens adultos com cardiopatias congénitas
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2015 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://repositorio.cespu.pt/handle/20.500.11816/379 http://hdl.handle.net/20.500.11816/379 |
Resumo: | Caracterizar a população de adolescentes e jovens adultos com Cardiopatias Congénitas (CC) ao nível do ajustamento psicossocial e morbilidade psiquiátrica. Procedimento: Participaram neste estudo 266 doentes com CC, 148 do sexo masculino e 118 do sexo feminino, com idades entre os 12 e os 30 anos (média = 17,04 ±2,746). Foram recolhidos os dados clínicos mais relevantes e foi aplicado um conjunto de instrumentos num único momento temporal, constituído por uma entrevista semiestruturada, um questionário da personalidade (NEO-FFI), uma entrevista psiquiátrica estandardizada, SADS-L para traçar um diagnóstico clínico de perturbações psiquiátricas e questionários para avaliar o ajustamento psicossocial na forma de auto-relato (YSR, ASR) e relato dos cuidadores (CBCL, ABCL). Resultados: Encontramos uma prevalência de 15.3% de psicopatologia nos participantes do nosso estudo (18.5% nas mulheres). As doentes de género feminino demonstraram maior tendência a apresentar isolamento (u=5705.500; p=0.024), mais sentimentos de ansiedade e depressão (u=5845.00; p=0.08), mais internalização (u=5140.500; p=0.001). Os doentes que foram submetidos a intervenções cirúrgicas denotaram uma cotação mais alta na escala de externalização (u=5193.500; p=0.050), e os que tiveram duas ou mais cirurgias, por seu lado, apresentaram maior comportamento delinquente (u=2260.000; p=0.003). Neste estudo, através das correlações entre o ajustamento psicossocial e a personalidade, apurou-se que o traço Neuroticismo revelou maior isolamento (rs 0.276; p 0.001), mais ansiedade/depressão (rs 0.214; p 0.011) e maior internalização (rs 0.275; p 0.001). o traço Extroversão denotou mais ansiedade/depressão (rs 0.320; p <0.001), mais problemas de atenção (rs 0.263; p 0.002), de comportamento agressivo (rs 0.319; p <0.001) e internalização (rs 0.250; p 0.003). Em relação ao traço Responsabilidade este apresenta maior ansiedade/depressão (rs 0.236; p 0.005), alterações do pensamento (rs 0.232; p 0.006) e comportamento agressivo (rs 0.276; p 0.001). Em relação aos preditores de risco do ajustamento psicossocial (auto relato) verificou-se que o traço de personalidade Amabilidade (p <0.001), ser do género feminino (p 0.002) e ter competência física limitada (p 0.043) prediz pior ajustamento psicossocial ao nível da internalização e a Idade (p 0.005) e desempenho escolar insatisfatório (p 0.014) ao nível da externalização. Neste estudo, verificamos que 107 doentes tinham reprovado pelo menos uma vez durante o seu percurso escolar e que 130 não reprovaram nenhuma vez, sendo a média de reprovações é de 1.52 (±0.78). Conclusão: Ser do género feminino, doentes com internamentos e com mais de duas cirurgias, ter uma personalidade com o traço Neuroticismo, Extroversão e Responsabilidade apresenta pior ajustamento psicossocial. O género feminino mostra-se mais propício para ter uma doença psiquiátrica. Palavras-chave: Cardiopatias Congénitas; ajustamento psicossocial, morbilidade psiquiátrica. |
id |
RCAP_138567b4982a7645fd2dbdcd936c683b |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:repositorio.cespu.pt:20.500.11816/379 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
Ajustamento psicossocial e morbilidade psiquiátrica em adolescentes e jovens adultos com cardiopatias congénitasCardiopatias congénitasAjustamento psicossocialMorbilidade psiquiátricaCaracterizar a população de adolescentes e jovens adultos com Cardiopatias Congénitas (CC) ao nível do ajustamento psicossocial e morbilidade psiquiátrica. Procedimento: Participaram neste estudo 266 doentes com CC, 148 do sexo masculino e 118 do sexo feminino, com idades entre os 12 e os 30 anos (média = 17,04 ±2,746). Foram recolhidos os dados clínicos mais relevantes e foi aplicado um conjunto de instrumentos num único momento temporal, constituído por uma entrevista semiestruturada, um questionário da personalidade (NEO-FFI), uma entrevista psiquiátrica estandardizada, SADS-L para traçar um diagnóstico clínico de perturbações psiquiátricas e questionários para avaliar o ajustamento psicossocial na forma de auto-relato (YSR, ASR) e relato dos cuidadores (CBCL, ABCL). Resultados: Encontramos uma prevalência de 15.3% de psicopatologia nos participantes do nosso estudo (18.5% nas mulheres). As doentes de género feminino demonstraram maior tendência a apresentar isolamento (u=5705.500; p=0.024), mais sentimentos de ansiedade e depressão (u=5845.00; p=0.08), mais internalização (u=5140.500; p=0.001). Os doentes que foram submetidos a intervenções cirúrgicas denotaram uma cotação mais alta na escala de externalização (u=5193.500; p=0.050), e os que tiveram duas ou mais cirurgias, por seu lado, apresentaram maior comportamento delinquente (u=2260.000; p=0.003). Neste estudo, através das correlações entre o ajustamento psicossocial e a personalidade, apurou-se que o traço Neuroticismo revelou maior isolamento (rs 0.276; p 0.001), mais ansiedade/depressão (rs 0.214; p 0.011) e maior internalização (rs 0.275; p 0.001). o traço Extroversão denotou mais ansiedade/depressão (rs 0.320; p <0.001), mais problemas de atenção (rs 0.263; p 0.002), de comportamento agressivo (rs 0.319; p <0.001) e internalização (rs 0.250; p 0.003). Em relação ao traço Responsabilidade este apresenta maior ansiedade/depressão (rs 0.236; p 0.005), alterações do pensamento (rs 0.232; p 0.006) e comportamento agressivo (rs 0.276; p 0.001). Em relação aos preditores de risco do ajustamento psicossocial (auto relato) verificou-se que o traço de personalidade Amabilidade (p <0.001), ser do género feminino (p 0.002) e ter competência física limitada (p 0.043) prediz pior ajustamento psicossocial ao nível da internalização e a Idade (p 0.005) e desempenho escolar insatisfatório (p 0.014) ao nível da externalização. Neste estudo, verificamos que 107 doentes tinham reprovado pelo menos uma vez durante o seu percurso escolar e que 130 não reprovaram nenhuma vez, sendo a média de reprovações é de 1.52 (±0.78). Conclusão: Ser do género feminino, doentes com internamentos e com mais de duas cirurgias, ter uma personalidade com o traço Neuroticismo, Extroversão e Responsabilidade apresenta pior ajustamento psicossocial. O género feminino mostra-se mais propício para ter uma doença psiquiátrica. Palavras-chave: Cardiopatias Congénitas; ajustamento psicossocial, morbilidade psiquiátrica.2016-01-22T09:41:08Z2015-01-01T00:00:00Z2015info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttps://repositorio.cespu.pt/handle/20.500.11816/379http://hdl.handle.net/20.500.11816/379porRodrigues, Filipa Daniela Vieirainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-05-31T13:59:10Zoai:repositorio.cespu.pt:20.500.11816/379Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T17:57:06.940501Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Ajustamento psicossocial e morbilidade psiquiátrica em adolescentes e jovens adultos com cardiopatias congénitas |
title |
Ajustamento psicossocial e morbilidade psiquiátrica em adolescentes e jovens adultos com cardiopatias congénitas |
spellingShingle |
Ajustamento psicossocial e morbilidade psiquiátrica em adolescentes e jovens adultos com cardiopatias congénitas Rodrigues, Filipa Daniela Vieira Cardiopatias congénitas Ajustamento psicossocial Morbilidade psiquiátrica |
title_short |
Ajustamento psicossocial e morbilidade psiquiátrica em adolescentes e jovens adultos com cardiopatias congénitas |
title_full |
Ajustamento psicossocial e morbilidade psiquiátrica em adolescentes e jovens adultos com cardiopatias congénitas |
title_fullStr |
Ajustamento psicossocial e morbilidade psiquiátrica em adolescentes e jovens adultos com cardiopatias congénitas |
title_full_unstemmed |
Ajustamento psicossocial e morbilidade psiquiátrica em adolescentes e jovens adultos com cardiopatias congénitas |
title_sort |
Ajustamento psicossocial e morbilidade psiquiátrica em adolescentes e jovens adultos com cardiopatias congénitas |
author |
Rodrigues, Filipa Daniela Vieira |
author_facet |
Rodrigues, Filipa Daniela Vieira |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Rodrigues, Filipa Daniela Vieira |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Cardiopatias congénitas Ajustamento psicossocial Morbilidade psiquiátrica |
topic |
Cardiopatias congénitas Ajustamento psicossocial Morbilidade psiquiátrica |
description |
Caracterizar a população de adolescentes e jovens adultos com Cardiopatias Congénitas (CC) ao nível do ajustamento psicossocial e morbilidade psiquiátrica. Procedimento: Participaram neste estudo 266 doentes com CC, 148 do sexo masculino e 118 do sexo feminino, com idades entre os 12 e os 30 anos (média = 17,04 ±2,746). Foram recolhidos os dados clínicos mais relevantes e foi aplicado um conjunto de instrumentos num único momento temporal, constituído por uma entrevista semiestruturada, um questionário da personalidade (NEO-FFI), uma entrevista psiquiátrica estandardizada, SADS-L para traçar um diagnóstico clínico de perturbações psiquiátricas e questionários para avaliar o ajustamento psicossocial na forma de auto-relato (YSR, ASR) e relato dos cuidadores (CBCL, ABCL). Resultados: Encontramos uma prevalência de 15.3% de psicopatologia nos participantes do nosso estudo (18.5% nas mulheres). As doentes de género feminino demonstraram maior tendência a apresentar isolamento (u=5705.500; p=0.024), mais sentimentos de ansiedade e depressão (u=5845.00; p=0.08), mais internalização (u=5140.500; p=0.001). Os doentes que foram submetidos a intervenções cirúrgicas denotaram uma cotação mais alta na escala de externalização (u=5193.500; p=0.050), e os que tiveram duas ou mais cirurgias, por seu lado, apresentaram maior comportamento delinquente (u=2260.000; p=0.003). Neste estudo, através das correlações entre o ajustamento psicossocial e a personalidade, apurou-se que o traço Neuroticismo revelou maior isolamento (rs 0.276; p 0.001), mais ansiedade/depressão (rs 0.214; p 0.011) e maior internalização (rs 0.275; p 0.001). o traço Extroversão denotou mais ansiedade/depressão (rs 0.320; p <0.001), mais problemas de atenção (rs 0.263; p 0.002), de comportamento agressivo (rs 0.319; p <0.001) e internalização (rs 0.250; p 0.003). Em relação ao traço Responsabilidade este apresenta maior ansiedade/depressão (rs 0.236; p 0.005), alterações do pensamento (rs 0.232; p 0.006) e comportamento agressivo (rs 0.276; p 0.001). Em relação aos preditores de risco do ajustamento psicossocial (auto relato) verificou-se que o traço de personalidade Amabilidade (p <0.001), ser do género feminino (p 0.002) e ter competência física limitada (p 0.043) prediz pior ajustamento psicossocial ao nível da internalização e a Idade (p 0.005) e desempenho escolar insatisfatório (p 0.014) ao nível da externalização. Neste estudo, verificamos que 107 doentes tinham reprovado pelo menos uma vez durante o seu percurso escolar e que 130 não reprovaram nenhuma vez, sendo a média de reprovações é de 1.52 (±0.78). Conclusão: Ser do género feminino, doentes com internamentos e com mais de duas cirurgias, ter uma personalidade com o traço Neuroticismo, Extroversão e Responsabilidade apresenta pior ajustamento psicossocial. O género feminino mostra-se mais propício para ter uma doença psiquiátrica. Palavras-chave: Cardiopatias Congénitas; ajustamento psicossocial, morbilidade psiquiátrica. |
publishDate |
2015 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2015-01-01T00:00:00Z 2015 2016-01-22T09:41:08Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
https://repositorio.cespu.pt/handle/20.500.11816/379 http://hdl.handle.net/20.500.11816/379 |
url |
https://repositorio.cespu.pt/handle/20.500.11816/379 http://hdl.handle.net/20.500.11816/379 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799131644725035008 |