FORMAS RESILIENTES DA TRADIÇÃO NA DIÁSPORA AFRICANA EM LISBOA:

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Lopes, Alcides
Data de Publicação: 2021
Outros Autores: Carolino, Julia
Tipo de documento: Artigo
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: https://doi.org/10.18055/Finis19629
Resumo: O urbano contemporâneo coloca desafios de várias (des)ordens, sendo em si, uma das maiores questões enfrentadas. Focamos o uso coletivo da cidade em contexto neoliberal e nas modalidades e consequências da sua apropriação para a vida social, segundo Lefebvre. Este ensaio incide sobre o Bairro da Cova da Moura e a inscrição, em 2013, da prática performativa cabo-verdiana Kola San Jon, no Inventário Nacional de Património Cultural Imaterial. A análise baseia-se em pesquisa etnográfica realizada entre 2011 e 2018, incidindo sobre o Kola San Jon, simultaneamente como prática cultural que actualiza os processos sociais e como dispositivo identitário estratégico que reivindica a visibilidade da comunidade. Assim, focamos a festividade organizada anualmente na Cova da Moura e a agenda anual de atividades externas, na sua relação com a luta pela valorização do lugar na Área Metropolitana de Lisboa (AML), bem como o próprio processo de patrimonialização do Kola San Jon em Portugal. A reflexão sobre esta prática comprometida com estratégias de ação que geram formas de resistência e afirmação de base identitária, remete-nos para a questão do direito à cidade, na sua qualidade de prática cultural de um lugar que o capitalismo empurra para as margens, mas também enquanto evento lúdico com capacidade de gerar centralidades cidadãs. Kola San Jon faz jus à noção de que habitamos hoje, com crescente intensidade, redes que cruzam um emaranhado de trajetórias mais importantes do que as fronteiras.
id RCAP_14625e7cba3d3df5b01f9fe4ad918084
oai_identifier_str oai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/19629
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling FORMAS RESILIENTES DA TRADIÇÃO NA DIÁSPORA AFRICANA EM LISBOA:FORMAS RESILENTES DE LA TRADICIÓN EN LA DIÁSPORA AFRICANA EN LISBOA:FORMAS RESILIENTES DA TRADIÇÃO NA DIÁSPORA AFRICANA EM LISBOA:ArtigosO urbano contemporâneo coloca desafios de várias (des)ordens, sendo em si, uma das maiores questões enfrentadas. Focamos o uso coletivo da cidade em contexto neoliberal e nas modalidades e consequências da sua apropriação para a vida social, segundo Lefebvre. Este ensaio incide sobre o Bairro da Cova da Moura e a inscrição, em 2013, da prática performativa cabo-verdiana Kola San Jon, no Inventário Nacional de Património Cultural Imaterial. A análise baseia-se em pesquisa etnográfica realizada entre 2011 e 2018, incidindo sobre o Kola San Jon, simultaneamente como prática cultural que actualiza os processos sociais e como dispositivo identitário estratégico que reivindica a visibilidade da comunidade. Assim, focamos a festividade organizada anualmente na Cova da Moura e a agenda anual de atividades externas, na sua relação com a luta pela valorização do lugar na Área Metropolitana de Lisboa (AML), bem como o próprio processo de patrimonialização do Kola San Jon em Portugal. A reflexão sobre esta prática comprometida com estratégias de ação que geram formas de resistência e afirmação de base identitária, remete-nos para a questão do direito à cidade, na sua qualidade de prática cultural de um lugar que o capitalismo empurra para as margens, mas também enquanto evento lúdico com capacidade de gerar centralidades cidadãs. Kola San Jon faz jus à noção de que habitamos hoje, com crescente intensidade, redes que cruzam um emaranhado de trajetórias mais importantes do que as fronteiras.The contemporary urban sphere presents us with challenges of different (dis)orders and is itself one of the main issues to be addressed nowadays. This article deals with the public use of city space in neoliberal times and the modalities and consequences of its appropriation for social life, according to Lefebvre. The essay focuses on the Bairro Cova da Moura and the inscription, in 2013, of the Cape Verdean Kola San Jon in the National Inventory of Intangible Cultural Heritage. The analysis is based on ethnographic research undertaken between 2011 and 2018 and deals with Kola San Jon both as a cultural practice that actualises social processes and as a strategical identity device that reclaims the visibility of the community. We focus on the yearly festival at Cova da Moura and the schedule of activities outside the neighbourhood, considering the struggle for the valorisation of the place in Lisbon Metropolitan Area, as well as the process of recognising Kola as heritage in Portugal. The reflection around a practice committed to strategies of action that generate forms of resistance and identity-based assertion, takes us to the question of the right to the city, both in relation to a place that capitalism pushes to the margins as well as a playful event capable of the generating citizens’ centralities. Kola San Jon calls to the fore the notion that we currently inhabit, with increasing intensity, webs in which tangled trajectories cross each other, in ways that are more important than frontiers.El urbano contemporáneo plantea desafíos de varias (des)órdenes, siendo en sí, una de las grandes cuestiones enfrentadas. Nos centramos aquí en el uso colectivo del espacio de la ciudad en un contexto neoliberal y en las modalidades y consecuencias de su apropiación para la vida social, según Lefebvre. Este ensayo incide sobre el barrio Cova da Moura y la inscripción de la práctica performativa caboverdiana Kola San Jon en el Inventario Nacional del Patrimonio Cultural Inmaterial, en 2013. El análisis se basa en investigación etnográfica realizada entre 2011 y 2018, centrándose en Kola San Jon simultáneamente como una práctica cultural que actualiza los procesos sociales y como un dispositivo identitario estratégico que reivindica visibilidad de la comunidad. Consideramos la festividad anual en Cova da Moura y la agenda anual de actividades fuera de ella, en su relación con la lucha por valorizar el lugar en la Area Metropolitana de Lisboa; así como, el proceso de patrimonialización de Kola San Jon en Portugal. La reflexión en torno a esta práctica, comprometida con estrategias de acción que generan formas de resistencia y afirmación basadas en la identidad, nos remite a la cuestión del derecho a la ciudad, en su cualidad como práctica cultural de un lugar que el capitalismo empuja hacia los márgenes, y también, como un evento lúdico con la capacidad de generar centralidades ciudadanas. Kola San Jon refleja la noción de que vivimos hoy, con una intensidad creciente, de redes en las que se cruza una maraña de trayectorias más importantes que las fronteras.  Centro de Estudos Geográficos2021-07-08T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://doi.org/10.18055/Finis19629por2182-29050430-5027Lopes, AlcidesCarolino, Juliainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-05T14:40:04Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/19629Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T15:12:53.211077Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv FORMAS RESILIENTES DA TRADIÇÃO NA DIÁSPORA AFRICANA EM LISBOA:
FORMAS RESILENTES DE LA TRADICIÓN EN LA DIÁSPORA AFRICANA EN LISBOA:
FORMAS RESILIENTES DA TRADIÇÃO NA DIÁSPORA AFRICANA EM LISBOA:
title FORMAS RESILIENTES DA TRADIÇÃO NA DIÁSPORA AFRICANA EM LISBOA:
spellingShingle FORMAS RESILIENTES DA TRADIÇÃO NA DIÁSPORA AFRICANA EM LISBOA:
Lopes, Alcides
Artigos
title_short FORMAS RESILIENTES DA TRADIÇÃO NA DIÁSPORA AFRICANA EM LISBOA:
title_full FORMAS RESILIENTES DA TRADIÇÃO NA DIÁSPORA AFRICANA EM LISBOA:
title_fullStr FORMAS RESILIENTES DA TRADIÇÃO NA DIÁSPORA AFRICANA EM LISBOA:
title_full_unstemmed FORMAS RESILIENTES DA TRADIÇÃO NA DIÁSPORA AFRICANA EM LISBOA:
title_sort FORMAS RESILIENTES DA TRADIÇÃO NA DIÁSPORA AFRICANA EM LISBOA:
author Lopes, Alcides
author_facet Lopes, Alcides
Carolino, Julia
author_role author
author2 Carolino, Julia
author2_role author
dc.contributor.author.fl_str_mv Lopes, Alcides
Carolino, Julia
dc.subject.por.fl_str_mv Artigos
topic Artigos
description O urbano contemporâneo coloca desafios de várias (des)ordens, sendo em si, uma das maiores questões enfrentadas. Focamos o uso coletivo da cidade em contexto neoliberal e nas modalidades e consequências da sua apropriação para a vida social, segundo Lefebvre. Este ensaio incide sobre o Bairro da Cova da Moura e a inscrição, em 2013, da prática performativa cabo-verdiana Kola San Jon, no Inventário Nacional de Património Cultural Imaterial. A análise baseia-se em pesquisa etnográfica realizada entre 2011 e 2018, incidindo sobre o Kola San Jon, simultaneamente como prática cultural que actualiza os processos sociais e como dispositivo identitário estratégico que reivindica a visibilidade da comunidade. Assim, focamos a festividade organizada anualmente na Cova da Moura e a agenda anual de atividades externas, na sua relação com a luta pela valorização do lugar na Área Metropolitana de Lisboa (AML), bem como o próprio processo de patrimonialização do Kola San Jon em Portugal. A reflexão sobre esta prática comprometida com estratégias de ação que geram formas de resistência e afirmação de base identitária, remete-nos para a questão do direito à cidade, na sua qualidade de prática cultural de um lugar que o capitalismo empurra para as margens, mas também enquanto evento lúdico com capacidade de gerar centralidades cidadãs. Kola San Jon faz jus à noção de que habitamos hoje, com crescente intensidade, redes que cruzam um emaranhado de trajetórias mais importantes do que as fronteiras.
publishDate 2021
dc.date.none.fl_str_mv 2021-07-08T00:00:00Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/article
format article
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv https://doi.org/10.18055/Finis19629
url https://doi.org/10.18055/Finis19629
dc.language.iso.fl_str_mv por
language por
dc.relation.none.fl_str_mv 2182-2905
0430-5027
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.publisher.none.fl_str_mv Centro de Estudos Geográficos
publisher.none.fl_str_mv Centro de Estudos Geográficos
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799129996570132480