Mentira e ansiedade social : comparação do discurso e do desenho na deteção de mentira
Autor(a) principal: | |
---|---|
Data de Publicação: | 2014 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10773/14153 |
Resumo: | Muitas são as estratégias estudadas e implementadas na deteção de mentira. Estratégias que variam entre a observação do sujeito, a análise do seu discurso e o estudo de medidas psicofisiológicas. A estratégia de utilizar o desenho como detetor de mentira, sendo este utilizado como ferramenta complementar à entrevista de recolha de informação (ERI), tem-se mostrado útil pelo aumento da precisão na discriminação entre mentirosos e inocentes. Principalmente, pelo seu uso estratégico de questão inesperada em interrogatório. O objetivo deste estudo consiste em verificar a utilidade do uso do desenho, como ferramenta de deteção de mentira, em indivíduos com diferentes níveis de ansiedade social (baixo ou elevado). As pistas de nervosismo são tidas, em inúmeros casos, como pistas de mentira, sendo os indivíduos com maior ansiedade social propícios as serem identificados erradamente como mentirosos, devido a essas pistas de nervosismo. Para isso, as hipóteses prendem-se com o esperar que os indivíduos com maior ansiedade social sejam percecionados como menos verdadeiros, menos plausíveis e com um discurso menos detalhado, comparativamente com os de baixa ansiedade social. Da mesma forma, espera-se que no método desenho esses níveis de plausibilidade e detalhe aumentem, devido à menor interação entre entrevistado e entrevistador, comparativamente com a entrevista de recolha de informação. Neste estudo participaram 83 entrevistados e 166 observadores, alunos da Universidade de Aveiro. Os 83 entrevistados foram, individualmente, chamados a realizar uma tarefa experimental - preparar (inocentes), ou não (mentirosos), um gabinete para receber um novo Professor Universitário. Posterior a essa tarefa, foram entrevistados (entrevista filmada) sobre o que fizeram e como ficou o gabinete depois de ser preparado, assim como, solicitado esse mesmo registo em papel com recurso a um desenho. O objetivo seria convencer as entrevistadoras de que tinham, de facto, preparado o gabinete, mesmo quando isso era mentira. Os 166 observadores avaliaram, posteriormente, uma entrevista ou um desenho nas dimensões: plausibilidade, detalhe e veracidade. Como principais resultados, discutidos e interpretados no final, a discriminação entre mentirosos e inocentes revelou-se significativa com o uso da entrevista e próxima de significativa com o desenho, quando os observadores tinham conhecimento das instruções (o que fazer para preparar o gabinete) recebidas pelos entrevistados. Os resultados das taxas de acerto revelaram-se superiores para inocentes, independentemente do seu nível de ansiedade ou do método utilizado. No método entrevista é percebido uma maior plausibilidade e detalhe, comparativamente com o desenho. |
id |
RCAP_152d7ff76fd1161a5a85b6d9cf6aa7cc |
---|---|
oai_identifier_str |
oai:ria.ua.pt:10773/14153 |
network_acronym_str |
RCAP |
network_name_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository_id_str |
7160 |
spelling |
Mentira e ansiedade social : comparação do discurso e do desenho na deteção de mentiraPsicologia forenseMentiraComportamento socialAnsiedadePsicologia do comportamentoDesenhos - MentiraEntrevistas - PsicologiaMuitas são as estratégias estudadas e implementadas na deteção de mentira. Estratégias que variam entre a observação do sujeito, a análise do seu discurso e o estudo de medidas psicofisiológicas. A estratégia de utilizar o desenho como detetor de mentira, sendo este utilizado como ferramenta complementar à entrevista de recolha de informação (ERI), tem-se mostrado útil pelo aumento da precisão na discriminação entre mentirosos e inocentes. Principalmente, pelo seu uso estratégico de questão inesperada em interrogatório. O objetivo deste estudo consiste em verificar a utilidade do uso do desenho, como ferramenta de deteção de mentira, em indivíduos com diferentes níveis de ansiedade social (baixo ou elevado). As pistas de nervosismo são tidas, em inúmeros casos, como pistas de mentira, sendo os indivíduos com maior ansiedade social propícios as serem identificados erradamente como mentirosos, devido a essas pistas de nervosismo. Para isso, as hipóteses prendem-se com o esperar que os indivíduos com maior ansiedade social sejam percecionados como menos verdadeiros, menos plausíveis e com um discurso menos detalhado, comparativamente com os de baixa ansiedade social. Da mesma forma, espera-se que no método desenho esses níveis de plausibilidade e detalhe aumentem, devido à menor interação entre entrevistado e entrevistador, comparativamente com a entrevista de recolha de informação. Neste estudo participaram 83 entrevistados e 166 observadores, alunos da Universidade de Aveiro. Os 83 entrevistados foram, individualmente, chamados a realizar uma tarefa experimental - preparar (inocentes), ou não (mentirosos), um gabinete para receber um novo Professor Universitário. Posterior a essa tarefa, foram entrevistados (entrevista filmada) sobre o que fizeram e como ficou o gabinete depois de ser preparado, assim como, solicitado esse mesmo registo em papel com recurso a um desenho. O objetivo seria convencer as entrevistadoras de que tinham, de facto, preparado o gabinete, mesmo quando isso era mentira. Os 166 observadores avaliaram, posteriormente, uma entrevista ou um desenho nas dimensões: plausibilidade, detalhe e veracidade. Como principais resultados, discutidos e interpretados no final, a discriminação entre mentirosos e inocentes revelou-se significativa com o uso da entrevista e próxima de significativa com o desenho, quando os observadores tinham conhecimento das instruções (o que fazer para preparar o gabinete) recebidas pelos entrevistados. Os resultados das taxas de acerto revelaram-se superiores para inocentes, independentemente do seu nível de ansiedade ou do método utilizado. No método entrevista é percebido uma maior plausibilidade e detalhe, comparativamente com o desenho.There are a variety of strategies which have been studied and implemented in lie detection. These strategies vary in subject observation, speech analysis and psychophysiological measures study. The strategy of using the draw as a lie detector, used as a complementary tool for the information-gathering interview, has become useful since it shows an increase in the accuracy of liar and innocent detection. Mainly because of its strategic use in an unexpected question during an interrogation. The main objective of this study consists in the verification of the draw benefits as a lie detection tool in individuals with different levels of social anxiety (high and low). In most cases, the nervousness clues are taken as lie clues, the individuals with great anxiety are the most propitious to be incorrectly identified as liars due to these clues. For this to happen, the hypothesis are to expect that individuals with higher social anxiety should be perceived as the less trues, less plausible and with a less detailed speech comparing with those with low social anxiety. It’s in the same way expected that in the draw method these levels of plausibility and detail increase, due to the lower interaction between the interviewee and the interviewer, when comparing with the information gathering interview. In this study we had the participation of 83 interviewees and 166 observers, students from University of Aveiro. The 83 interviewees were individually called to do an experimental task – to prepare (innocents), or not (liars), an office to receive a new College teacher. Afterwards, they were interviewed (filmed interview) about what they did and how the office looked like, this information was also requested in paper by using a draw. The main objective was to convince the interviewers that they had in fact prepared the office, even if this was a lie. The 166 observers evaluated afterwards, an interview or a draw in the following dimensions: plausibility, detail and veracity. After the analysis and discussion of the main results, the discrimination between liars and innocents revealed significant when using the interview and near to significant with the draw, when the observers were aware of the instructions (what to do to prepare the office) received by the interviewees. The results of the settlement rates revealed higher for the innocents, regardless their anxiety level or the used method. It can be concluded that the interview method shows higher plausibility and detail when comparing with the draw.Universidade de Aveiro2015-05-28T09:12:59Z2014-01-01T00:00:00Z2014info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10773/14153TID:201588862porCardoso, Paula Cristina Pintoinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2024-02-22T11:25:50Zoai:ria.ua.pt:10773/14153Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-20T02:49:47.931397Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
dc.title.none.fl_str_mv |
Mentira e ansiedade social : comparação do discurso e do desenho na deteção de mentira |
title |
Mentira e ansiedade social : comparação do discurso e do desenho na deteção de mentira |
spellingShingle |
Mentira e ansiedade social : comparação do discurso e do desenho na deteção de mentira Cardoso, Paula Cristina Pinto Psicologia forense Mentira Comportamento social Ansiedade Psicologia do comportamento Desenhos - Mentira Entrevistas - Psicologia |
title_short |
Mentira e ansiedade social : comparação do discurso e do desenho na deteção de mentira |
title_full |
Mentira e ansiedade social : comparação do discurso e do desenho na deteção de mentira |
title_fullStr |
Mentira e ansiedade social : comparação do discurso e do desenho na deteção de mentira |
title_full_unstemmed |
Mentira e ansiedade social : comparação do discurso e do desenho na deteção de mentira |
title_sort |
Mentira e ansiedade social : comparação do discurso e do desenho na deteção de mentira |
author |
Cardoso, Paula Cristina Pinto |
author_facet |
Cardoso, Paula Cristina Pinto |
author_role |
author |
dc.contributor.author.fl_str_mv |
Cardoso, Paula Cristina Pinto |
dc.subject.por.fl_str_mv |
Psicologia forense Mentira Comportamento social Ansiedade Psicologia do comportamento Desenhos - Mentira Entrevistas - Psicologia |
topic |
Psicologia forense Mentira Comportamento social Ansiedade Psicologia do comportamento Desenhos - Mentira Entrevistas - Psicologia |
description |
Muitas são as estratégias estudadas e implementadas na deteção de mentira. Estratégias que variam entre a observação do sujeito, a análise do seu discurso e o estudo de medidas psicofisiológicas. A estratégia de utilizar o desenho como detetor de mentira, sendo este utilizado como ferramenta complementar à entrevista de recolha de informação (ERI), tem-se mostrado útil pelo aumento da precisão na discriminação entre mentirosos e inocentes. Principalmente, pelo seu uso estratégico de questão inesperada em interrogatório. O objetivo deste estudo consiste em verificar a utilidade do uso do desenho, como ferramenta de deteção de mentira, em indivíduos com diferentes níveis de ansiedade social (baixo ou elevado). As pistas de nervosismo são tidas, em inúmeros casos, como pistas de mentira, sendo os indivíduos com maior ansiedade social propícios as serem identificados erradamente como mentirosos, devido a essas pistas de nervosismo. Para isso, as hipóteses prendem-se com o esperar que os indivíduos com maior ansiedade social sejam percecionados como menos verdadeiros, menos plausíveis e com um discurso menos detalhado, comparativamente com os de baixa ansiedade social. Da mesma forma, espera-se que no método desenho esses níveis de plausibilidade e detalhe aumentem, devido à menor interação entre entrevistado e entrevistador, comparativamente com a entrevista de recolha de informação. Neste estudo participaram 83 entrevistados e 166 observadores, alunos da Universidade de Aveiro. Os 83 entrevistados foram, individualmente, chamados a realizar uma tarefa experimental - preparar (inocentes), ou não (mentirosos), um gabinete para receber um novo Professor Universitário. Posterior a essa tarefa, foram entrevistados (entrevista filmada) sobre o que fizeram e como ficou o gabinete depois de ser preparado, assim como, solicitado esse mesmo registo em papel com recurso a um desenho. O objetivo seria convencer as entrevistadoras de que tinham, de facto, preparado o gabinete, mesmo quando isso era mentira. Os 166 observadores avaliaram, posteriormente, uma entrevista ou um desenho nas dimensões: plausibilidade, detalhe e veracidade. Como principais resultados, discutidos e interpretados no final, a discriminação entre mentirosos e inocentes revelou-se significativa com o uso da entrevista e próxima de significativa com o desenho, quando os observadores tinham conhecimento das instruções (o que fazer para preparar o gabinete) recebidas pelos entrevistados. Os resultados das taxas de acerto revelaram-se superiores para inocentes, independentemente do seu nível de ansiedade ou do método utilizado. No método entrevista é percebido uma maior plausibilidade e detalhe, comparativamente com o desenho. |
publishDate |
2014 |
dc.date.none.fl_str_mv |
2014-01-01T00:00:00Z 2014 2015-05-28T09:12:59Z |
dc.type.status.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/publishedVersion |
dc.type.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/masterThesis |
format |
masterThesis |
status_str |
publishedVersion |
dc.identifier.uri.fl_str_mv |
http://hdl.handle.net/10773/14153 TID:201588862 |
url |
http://hdl.handle.net/10773/14153 |
identifier_str_mv |
TID:201588862 |
dc.language.iso.fl_str_mv |
por |
language |
por |
dc.rights.driver.fl_str_mv |
info:eu-repo/semantics/openAccess |
eu_rights_str_mv |
openAccess |
dc.format.none.fl_str_mv |
application/pdf |
dc.publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de Aveiro |
publisher.none.fl_str_mv |
Universidade de Aveiro |
dc.source.none.fl_str_mv |
reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação instacron:RCAAP |
instname_str |
Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
instacron_str |
RCAAP |
institution |
RCAAP |
reponame_str |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
collection |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
repository.name.fl_str_mv |
Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação |
repository.mail.fl_str_mv |
|
_version_ |
1799137548791971840 |