Mentira: conhecimento culpado, pestanejo e frequência cardíaca

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Oliveira, Beatriz Morais Melo de
Data de Publicação: 2011
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10773/7996
Resumo: A deteção do engano é uma tarefa difícil, mesmo para profissionais. Em não profissionais, as taxas médias de acerto são de 57%. Porém, o Teste de Conhecimento Culpado (TCC) associado a respostas fisiológicas permite discriminar mentirosos e inocentes com relativa precisão. Tendo como referência a abordagem da carga cognitiva, efetuou-se um estudo experimental laboratorial (1) para testar se no TCC e face a questões alvo os mentirosos pestanejam menos durante a resposta e pestanejam mais depois da mesma e se, perante as questões alvo, ocorre uma diminuição da frequência cardíaca, comparativamente com as questões baseline. Noutro estudo (2) procurou-se averiguar qual a precisão na identificação de mentirosos e inocentes por um grupo de observadores após visualização de vídeos de entrevistas contendo uma fase de suspeição aumentada aos participantes do estudo 1, primeiro sem e depois com instruções acerca de que pistas poderiam ser sinónimo de carga cognitiva. Numa amostra de 35 estudantes, com uma média de 20.4 anos de idade, 15 mentirosos e 20 inocentes, não se encontraram diferenças estatisticamente significativas em mentirosos e inocentes nas frequências de pestanejo quer durante a resposta às questões alvo, quer depois de concluída a resposta. Para a mesma amostra, não se obtiveram diferenças significativas para a frequência cardíaca nos mentirosos, ao contrário do esperado. O paradigma do TCC como foi aplicado nesta experiência é discutido. Numa segunda amostra de 23 estudantes (estudo 2) com uma média de 21.4 anos de idade, verificámos que as taxas de acerto não aumentaram de modo estatisticamente significativo após os participantes receberem as instruções. Finalmente, as taxas de acerto em ambas as situações (45%) são inferiores à referida na literatura (57%), i.e., na nossa amostra os não profissionais não são competentes na discriminação de mentirosos e inocentes. Os possíveis motivos para os resultados são discutidos no final.
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