Influência da sazonalidade da cavala no teor de Selénio - estudo preliminar

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Rego, Andreia
Data de Publicação: 2020
Outros Autores: Gueifão, Sandra, Ventura, Marta, Coelho, Inês, Castanheira, Isabel
Tipo de documento: Artigo de conferência
Idioma: por
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.18/7573
Resumo: O Se é um micronutriente essencial para o ser humano que se pode tornar toxico quando ingerido em concentrações altas. Foi descoberto em 1871 pelo químico Jons Jakob Berzelius, tendo sido na altura considerado cancerígeno e altamente tóxico. Em 1979, foi reconhecido como essencial na nutrição humana. A primeira recomendação da dose diária de selenio foi feita em 1980 pelo National Research Council, tendo sido modificada em 1989 e atualizada em 2001. O selénio existe nos alimentos e nos sistemas biológicos, numa grande variedade de formas químicas. O seu metabolismos, transporte e biodisponibilidade é dependente da forma química em que o Se está presente. Podendo estar nas formas inorgânicas (selenito e selenato) e nas espécies inorgânicas (selenoaminoacidos, formas metiladas e selenoproteinas). As formas orgânicas mais descritas são a selenocistaina e selenometionina. Sendo que a selenocistaina é umas das principais formas de Se que posteriormente será introduzida nas diversas selenoproteinas existentes, momeadamente na glutationa peroxidase. Segundo Gerald e co-autores (2015) as fontes de Selenometionina são mais efetivas do que as inorgânicas a nível do aumento dos níveis de Se nos tecidos. Um aporte adequado de Se pode conduzir a um melhor desempenho do sistema imunitário e da atividade antioxidante, com implicações positivas por exemplo no tratamento e/ou prevenção do cancro ou na retardação da progressão de doenças do foro mental, como Alzheimer, entre outras. O ser humano pode obter Se através do consumo de alimentos, suplementos alimentares, água e exposição ao ar ambiente, sendo a fonte alimentar a mais abundante e a que mais contribui para o aporte diário de Se. Contudo, a biodisponibilidade nutricional do Se nos alimentos consumidos, ainda não está bem estudada. Dependendo da dose de Se, diversos efeitos têm vindo a ser observados em funções celulares. A dose de Se pode afetar diferentes funções genéticas e celulares associadas à imunidade, metabolismo energético, entre outras, provocando alterações no genoma que por sua vez podem conduzir ao aparecimento de algumas doenças por excesso de Se como a Selenose ou por deficiência de Se tais como a Doença Kashin-Beck, Doenças na tiroide e alguns tipos de cancro como colorretal, próstata e mamário. As principais fontes alimentares de Se são a castanha do Brasil, a carne, o pescado, ovos, nozes, flocos de trigo assim como cereais enriquecidos. Segundo a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA), a dose diária recomendada (DDR) para homens e mulheres (>14 anos) é de 55 µg/dia, a qual poderá ser facilmente atingida através da alimentação. Por exemplo, o consumo de 90 g de bacalhau cozido e um ovo médio irá contribuir com 84% da DDR. Já a dose máxima admissível, para o mesmo grupo, é de 400 µg/dia, podendo ocorrer efeitos adversos na saúde humana ao exceder este valor.   Devido à proteína Glutationa peroxidase (GPx) e a muitas outras selenoproteínas, o Se é capaz de interagir com outros nutrientes que afetam o equilíbrio antioxidante das células. Para além disso, o Se protege da toxicidade provocada pelo mercúrio, cádmio e prata. A cavala é uma das espécies de peixe mais abundantes em Portugal, sendo rica em diversas vitaminas incluindo o Se devido essencialmente á sua alimentação. Como controle de qualidade, foram realizadas para cada amostra no mínimo três replicados. As curvas de calibração foram preparadas com pelo menos cinco padrões em diferentes concentrações com um coeficiente de correlação superior a 0,9995. Amostras enriquecidas e um material de referência certificado de músculo de peixe (ERM — BB422) também foram usados. Todas as análises realizadas estão de acordo com a ISO 17025: 2017. A análise estatística foi realizada utilizando a análise de variância com um fator a vários níveis (One-way ANOVA) e o teste da menor diferença significativa (LSD) para um nível de significância igual a 5 % (α=0,05). Foram também realizadas análises de correlação entre os diferentes elementos, utilizando o coeficiente de correlação de Pearson. Os dados foram considerados significativos para ρ>0,05 e ρ>0,01. Para a identificação de possíveis valores suspeitos (5%), aberrantes (1%) ou simplesmente outliers foram aplicados os métodos de Interquartil (Gráfico de Box-Plot), Grubbs e do z-score conforme descrito na Norma ISO 5725-2:2019. Todos os testes foram realizados com recurso ao software IBM SPSS Statistics, versão 25. Verificou-se, que com exceção de maio, o teor de Se na cavala permaneceu constante ao longo do anoO alto teor de Se encontrado nas amostras de maio pode estar relacionado à época de desova e aos hábitos alimentares da cavala. As amostras colhidas na Costa da Caparica apresentam teores de Se superiores às adquiridas entre o ano de 2019 e 2020 pelo IPMA. Os testes estatísticos foram fundamentais para interpretação destes resultados, tendo ajudado à conclusão de que são necessários mais estudos para confirmar estas conclusões preliminares, nomeadamente estudar o conteúdo de Se e dos restantes nutrientes mensalmente durante vários anos.
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As formas orgânicas mais descritas são a selenocistaina e selenometionina. Sendo que a selenocistaina é umas das principais formas de Se que posteriormente será introduzida nas diversas selenoproteinas existentes, momeadamente na glutationa peroxidase. Segundo Gerald e co-autores (2015) as fontes de Selenometionina são mais efetivas do que as inorgânicas a nível do aumento dos níveis de Se nos tecidos. Um aporte adequado de Se pode conduzir a um melhor desempenho do sistema imunitário e da atividade antioxidante, com implicações positivas por exemplo no tratamento e/ou prevenção do cancro ou na retardação da progressão de doenças do foro mental, como Alzheimer, entre outras. O ser humano pode obter Se através do consumo de alimentos, suplementos alimentares, água e exposição ao ar ambiente, sendo a fonte alimentar a mais abundante e a que mais contribui para o aporte diário de Se. Contudo, a biodisponibilidade nutricional do Se nos alimentos consumidos, ainda não está bem estudada. Dependendo da dose de Se, diversos efeitos têm vindo a ser observados em funções celulares. A dose de Se pode afetar diferentes funções genéticas e celulares associadas à imunidade, metabolismo energético, entre outras, provocando alterações no genoma que por sua vez podem conduzir ao aparecimento de algumas doenças por excesso de Se como a Selenose ou por deficiência de Se tais como a Doença Kashin-Beck, Doenças na tiroide e alguns tipos de cancro como colorretal, próstata e mamário. As principais fontes alimentares de Se são a castanha do Brasil, a carne, o pescado, ovos, nozes, flocos de trigo assim como cereais enriquecidos. Segundo a Autoridade Europeia para a Segurança dos Alimentos (EFSA), a dose diária recomendada (DDR) para homens e mulheres (>14 anos) é de 55 µg/dia, a qual poderá ser facilmente atingida através da alimentação. Por exemplo, o consumo de 90 g de bacalhau cozido e um ovo médio irá contribuir com 84% da DDR. Já a dose máxima admissível, para o mesmo grupo, é de 400 µg/dia, podendo ocorrer efeitos adversos na saúde humana ao exceder este valor.   Devido à proteína Glutationa peroxidase (GPx) e a muitas outras selenoproteínas, o Se é capaz de interagir com outros nutrientes que afetam o equilíbrio antioxidante das células. Para além disso, o Se protege da toxicidade provocada pelo mercúrio, cádmio e prata. A cavala é uma das espécies de peixe mais abundantes em Portugal, sendo rica em diversas vitaminas incluindo o Se devido essencialmente á sua alimentação. Como controle de qualidade, foram realizadas para cada amostra no mínimo três replicados. As curvas de calibração foram preparadas com pelo menos cinco padrões em diferentes concentrações com um coeficiente de correlação superior a 0,9995. Amostras enriquecidas e um material de referência certificado de músculo de peixe (ERM — BB422) também foram usados. Todas as análises realizadas estão de acordo com a ISO 17025: 2017. A análise estatística foi realizada utilizando a análise de variância com um fator a vários níveis (One-way ANOVA) e o teste da menor diferença significativa (LSD) para um nível de significância igual a 5 % (α=0,05). Foram também realizadas análises de correlação entre os diferentes elementos, utilizando o coeficiente de correlação de Pearson. Os dados foram considerados significativos para ρ>0,05 e ρ>0,01. Para a identificação de possíveis valores suspeitos (5%), aberrantes (1%) ou simplesmente outliers foram aplicados os métodos de Interquartil (Gráfico de Box-Plot), Grubbs e do z-score conforme descrito na Norma ISO 5725-2:2019. Todos os testes foram realizados com recurso ao software IBM SPSS Statistics, versão 25. Verificou-se, que com exceção de maio, o teor de Se na cavala permaneceu constante ao longo do anoO alto teor de Se encontrado nas amostras de maio pode estar relacionado à época de desova e aos hábitos alimentares da cavala. As amostras colhidas na Costa da Caparica apresentam teores de Se superiores às adquiridas entre o ano de 2019 e 2020 pelo IPMA. Os testes estatísticos foram fundamentais para interpretação destes resultados, tendo ajudado à conclusão de que são necessários mais estudos para confirmar estas conclusões preliminares, nomeadamente estudar o conteúdo de Se e dos restantes nutrientes mensalmente durante vários anos.Este trabalho foi desenvolvido com o apoio da FCT - Projeto NewFood4Thought PTDC/ASP PLA/28350/2017Repositório Científico do Instituto Nacional de SaúdeRego, AndreiaGueifão, SandraVentura, MartaCoelho, InêsCastanheira, Isabel2021-03-22T11:57:04Z2020-12-182020-12-18T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/conferenceObjectapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10400.18/7573pormetadata only accessinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-07-20T15:42:03Zoai:repositorio.insa.pt:10400.18/7573Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T18:42:09.719371Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
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