Os desafios da tradução de Banda Desenhada: O caso do Astérix na tradução para português.
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2018 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10316/82045 |
Resumo: | Dissertação de Mestrado em Tradução apresentada à Faculdade de Letras |
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Os desafios da tradução de Banda Desenhada: O caso do Astérix na tradução para português.The comic book translation challenge : the case of Astérix to PortugueseTraduçãoBanda desenhadaAstérixProcedimentosEstratégias tradutivasTranslationComic bookAstérixProcessesTranslation strategiesDissertação de Mestrado em Tradução apresentada à Faculdade de LetrasSe hoje a banda desenhada é reconhecida e valorizada, foi considerada durante muito tempo como uma literatura marginal que não despertava o interesse dos críticos literários. Mas aos poucos tornou-se num objeto de estudo bastante interessante na área da cultura, da tradução, da semiologia.... Começaram-se a organizar exposições, reuniões de humoristas, festivais, conferências, à volta da banda desenhada o que permitiu valorizá-la. A banda desenhada tem a vantagem de conseguir atingir qualquer geração. Todos nós já tivemos oportunidade de ler uma, não obrigatoriamente um álbum completo, mas pode ter sido apenas uns quadradinhos num jornal qualquer. Hoje em dia, está presente na maior parte das casas pelo mundo fora. A banda desenhada é um suporte que permite tratar de qualquer tema, desde o desporto à política passando pela guerra. Também cria personagens, heróis, que o público gosta de acompanhar ao longo das suas aventuras tal como Tintim, Astérix, Lucky Luke e tantos outros. Para conseguir dar uma definição de banda desenhada, Eric Dacheux cita Benoît Marchard, diretor artístico do ‘Festival da banda desenhada’ de Angoulême em França. As suas palavras são as seguintes: dans la civilisation de l’image qui est la nôtre, [la bande dessinée est] l’un des moyens les plus sûrs de déchiffrer le monde (...) (Dacheux, 2009 :2). Se permite decifrar o mundo, também necessita ser decifrada, e traduzida, para ser percebida por todos. Porém, Celotti refere que só a partir dos anos 2000 a banda desenhada entra nas enciclopédias de tradução; em 2008 é publicado o primeiro volume dedicado à tradução da banda desenhada e ao contexto sociocultural em que é produzida. Na verdade, a banda desenhada é um material de estudo bastante amplo para quem se interessa pela tradução porque levanta uma multiplicidade de questões e apresenta diversos problemas. Durante muito tempo apenas eram publicados artigos, estudos, etc, que tratavam dos aspetos linguísticos como as referências culturais, o humor, os trocadilhos, os nomes próprios, etc. Mas, tal como refere Celotti, traduzir bandas desenhadas também cria problemas causados pelas especificidades da sua construção, não só linguística como até formal e material: desenho, cor, elipse, forma dos quadradinhos, dos balões, da formatação... fazem parte das dificuldades com as quais o tradutor tem que lidar (Celotti, 2012 :4). Tal como explica Yuste Friás: [quand] on traduit, on vit toujours dans le monde des images. Le traducteur ne traduit jamais des langues ni des mots mais toujours les imaginaires véhiculés non seulement par les images mentales implicites dans le texte, mais aussi par les images matérialisées dans le péritexte iconique, qu’il soit fixe ou animé (Yuste Friás, in Le tour du monde d'Astérix, 2011 :255).A imagem faz parte integrante da banda desenhada; por conseguinte, o trabalho do tradutor não se limita apenas a passar um texto de uma língua para outra, mas também a interpretar e traduzir os elementos paratextuais que compõem o imaginário presente em cada quadradinho. O tradutor tem, por isso, que compreender e conhecer as referências culturais ou linguísticas que se manifestam nos desenhos, sejam elas nomes de pratos, de personagens ou outra coisa qualquer. Terá também de escolher as técnicas que lhe vão permitir realizar uma tradução que considera a mais adequada. É nesse contexto que o conhecimento teórico serve de grande apoio para o tradutor que pode recorrer e fundamentar o seu trabalho nos diferentes pensamentos dos grandes nomes que fizeram evoluir a teoria da tradução. Quando aparecem as teorias funcionalistas, a maneira como a tradução era pensada muda. O livro Stylistique comparée du français et de l’anglais, de Jean-Paul Vinay e Jean Darbelnet, teve um grande impacto no estudo da tradução e serviu de base para numerosos estudos nesta área. Este modelo refere duas estratégias: a tradução direta e a tradução oblíqua. Mas também sete procedimentos: o empréstimo, o decalque, a tradução literal, a transposição, a modulação, a equivalência e a adaptação. Ambos servem para perceber e justificar as escolhas do tradutor quando passa de uma língua para outra. Vinay e Darbelnet realçaram também a diferença entre obrigação e opção. A obrigação corresponde às transposições ou modulações que são obrigatórias por causa de uma diferença entre os dois sistemas de línguas. A opção refere-se às modificações opcionais que podem ser causadas pelo estilo e a preferência do tradutor que pode decidir amplificar ou explicitar um termo ou mudar a ordem das palavras quando traduz. Segundo a opinião dos dois autores, a opção tem que ser a principal preocupação do tradutor. Os procedimentos e as estratégias apresentadas por Vinay e Darbelnet fundamentaram a análise das escolhas tradutivas observadas na tradução dos álbuns que compõem o corpus deste trabalho. Um outro grande nome no estudo da tradução é o de Friedrich Schleiermächer que salientou a importância da cultura na tradução.If today the comic book is recognized and valued, it was considered for a long time as a marginal literature that didn't wake up the literary critics' interest. But gradually it became a quite interesting object of study in the cultural field, translation, semiology… Exhibitions of comic books started to be organized, humourists’ meetings, festivals, conferences, which led to its valorisation. Comic books have the advantage of being able to reach any generation. We’ve all had the opportunity to read one, not necessarily a complete album, or even just a strip on a newspaper. Nowadays, it is present in most houses all around the world. The comic book is a format that allows one to address any subject matter, from sports to politics and even war. it also creates characters, heroes, that the public loves to follow alongside in their adventures just as Tintim, Astérix, Lucky Luke and so many others. To be able to give a definition of comic book, Eric Dacheux mentions Benoît Marchard, artistic director of the “Comic Book Festival” of Angoulême in France. Quoting his words: dans la civilisation de l’image qui est la nôtre, [la bande dessinée est] l’un des moyens les plus sûrs de déchiffrer le monde (...) (Dacheux, 2009 :2). If it allows one to decipher the world, it also needs to be deciphered, and translated, so it can be understood by all. However, Celotti states that only in the 2000s comic books entered in the translation encyclopedias; In 2008 is published the first volume dedicated to the translation of the comic book and the sociocultural context in which it is produced. Actually, the comic book is a fairly broad study material for those who are interested in translation because it raises multiple questions and presents several problems.For a long time only articles, studies, etc. were published that handled its linguistic aspects such as the cultural references, the humour, the puns, the proper names, etc. But, just as Celotti refers, translating comics also raises problems caused by the specifics of their construction, not only linguistic but also formal and material: drawings, colour, ellipse, forms of the panels, of the balloons, of the formatting... they are part of the difficulties that the translator has to deal with (Celotti, 2012 :4). Just as Yuste Friás explains, [quand] on traduit, on vit toujours dans le monde des images. Le traducteur ne traduit jamais des langues ni des mots mais toujours les imaginaires véhiculés non seulement par les images mentales implicites dans le texte, mais aussi par les images matérialisées dans le péritexte iconique, qu’il soit fixe ou animé (Yuste Friás, in Le tour du monde d'Astérix, 2011 :255). The image is an integral part of the comic book; consequently, the translator’s work is not limited to changing a text from a language to another, but also to interpret and to translate the paratextual elements that make up the imaginary present in each panel. The translator must, therefore, understand and to know the cultural or linguistic references that are showed in the drawings, whether they are names of plates, of characters or any other thing. Translators will also have to choose the techniques that will allow them to accomplish a translation that is considered to be the most appropriate. It is in this context that theoretical knowledge serves as a great support to the translator who can appeal and base his work in the different thoughts of the great names that evolved the theory of translation.When the functional theories appear, the way the translation was thought changes. The book Stylistique comparée du français et de l’anglais, of Jean-Paul Vinay and Jean Darbelnet, had a great impact in the study of translation and it served as base for numerous studies in this area. This model refers two strategies: the direct translation and the oblique translation. But also seven procedures: Loan, decal, literal translation, transposition, modulation, equivalence and adaptation. They both serve to perceive and justify the translator's choices when he goes from one language to another. Vinay and Darbelnet also enhanced the difference between obligation and option. Obligation corresponds to the transpositions or modulations which are mandatory because of a difference among the two language systems. Option refers to the optional modifications that can be caused by the style and the translator’s preference who can decide to amplify or clarify a term or change the words order when translating. According to the two authors' opinion, option has to be the translator's main concern. The procedures and the strategies presented by Vinay and Darbelnet They substantiated the analysis of the translation choices observed in translating the albums that compose the corpus of this work.2018-07-06info:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesishttp://hdl.handle.net/10316/82045http://hdl.handle.net/10316/82045TID:202045013porGuiet, Mathildeinfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2019-12-03T12:12:31Zoai:estudogeral.uc.pt:10316/82045Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T21:04:01.708665Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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