Estudo sobre o juízo final no túmulo de D. Inês De Castro

• Autor(a) principal: Barros, Melissa Camacho de
• Data de Publicação: 2021
• Tipo de documento: Dissertação
• Idioma: por
• Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
• Texto Completo: http://hdl.handle.net/10400.1/17787
• topic: Juízo final; D. Inês de Castro; Idade média; Iconografia; Escultura funerária.; Domínio/Área Científica::Ciências Sociais::Outras Ciências Sociais

O túmulo de D. Inês de Castro, localizado no Mosteiro de Alcobaça, constitui uma das grandes obras da escultura funerária Portuguesa do séc. XIV abrigando um programa iconográfico notável, original e complexo. O seu programa iconográfico não só vai materializar o amor de D. Pedro e D. Inês, como entregar um retrato individualizado do monarca, impondo uma iconografia fundamental na doutrina e fé cristãs - O Juízo Final – único exemplar na escultura portuguesa medieval, embora compareça frequentemente por toda a europa medieval. Tratando-se de um tema de máxima complexidade, visto que encerra a história da Humanidade, a sua construção no imaginário medieval foi sofrendo modificações e as imagens alterando-se na Idade Média. Este estudo aborda a iconografia do Juízo final no túmulo da nobre galega, analisando-o com outras imagens executadas na europa medieval. A partir das análises dos exemplos, procuramos abordar as mudanças nos modos de representação do tema do Juízo final até ao séc. XIV. Assume especial importância quando ajustado às transformações das mentalidades do séc. XIV sobre a individualidade e o destino da alma após a morte. Assim, a nossa preocupação neste estudo foi dupla: ora servindo como análise no programa iconográfico, ora refletir sobre o que levou à escolha deste tema, pouco comum na tumulária medieval, procurando entender a função que desempenhava através do seu programa iconográfico. A estrutura desta dissertação abrange todos os motivos iconográficos do Juízo Final no facial dos pés do monumento funerário, da ressurreição dos mortos, ao Inferno, o Paraíso e, com especial importância, a análise das duas figuras na janela geminada, que nos conduz a questões centrais no estudo da imagem do doador, a representação da Visão Beatífica, assim como a possibilidade de nos encontrarmos perante uma representação do Juízo Particular/Individual ou até mesmo dos dois Juízos representados na mesma imagem.