Patologias Fílmicas: Subversão Formal em Narrativas Doentes
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Dissertação |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | http://hdl.handle.net/10362/118949 |
Resumo: | A presente pesquisa parte de um estudo das representações de patologias fisiológicas e psicológicas em duas obras do cinema contemporâneo: Cemitério do Esplendor (Apichatpong Weerasethakul, 2014) e Hiroshima (Pablo Stoll, 2009). O objetivo principal é explorar como o elemento narrativo da doença acaba por incidir também no próprio corpo fílmico, modificando sua estrutura e lançando-o para lugares complexos e insuspeitos. Chamo de "patologia fílmica" o uso inventivo da mise-en-scéne, da montagem e de elementos extra-diegéticos que os realizadores lançam mão a fim de representar seus personagens doentes. Em outros termos, a especificidade destes filmes consiste na união do elemento patológico e da inventividade formal. Tal operação acaba por produzir uma subversão da gramática cinematográfica, contrapondo-se à dramaturgia hegemônica dos manuais de roteiro, somatizando os afetos enfermos dos personagens e gerando uma narrativa doente. A hipótese principal deste estudo é de que a patologia contamina o personagem e acaba adoecendo o próprio filme. Metodologicamente, proponho ler os elementos semióticos dos longa-metragens como um texto e escutar sua narrativa como um discurso na perspectiva da psicanálise, seguindo a linha da Semiótica Psicanalítica e da Clínica da Cultura. Em paralelo a esse aprofundar semiótico, lanço mão da Teoria dos Cineastas utilizando como base materiais extra-fílmicos - entrevistas e textos analíticos redigidos pelos próprios realizadores. A pesquisa também será atravessada por ideias advindas de campos como a filosofia (M. Foucault, G. Deleuze, F. Guattari, E. Morin), História da Arte (G. Didi-Huberman, S. Sontag) além da psicanálise (S. Freud, J. Lacan). |
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