Estética ou algo mais? O neofolk como veículo de divulgação de ideário de extrema-direita
Autor(a) principal: | |
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Data de Publicação: | 2021 |
Tipo de documento: | Artigo |
Idioma: | por |
Título da fonte: | Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) |
Texto Completo: | https://revistas.rcaap.pt/cct/article/view/23224 |
Resumo: | A música popular tem sido utilizada como meio para a mobilização política. São disso exemplo o folk americano, a chanson française ou a música de intervenção portuguesa dos anos 1960 e 1970 e as suas mensagens anti-guerra. O punk, hip-hop, rap ou Riot Grrrls, em décadas mais recentes, procuram também despertar consciências para questões raciais, de desigualdade de género ou de opressão patriarcal. Menos atenção tem sido dada à utilização da música pela extrema-direita como forma de promoção das suas ideias. O Neofolk tem sido apontado como um dos meios para divulgar ideologia desta índole, devendo-se muita dessa associação à estética usada por algumas bandas. O presente artigo visa clarificar se o recurso à simbologia e indumentária nazifascista por parte destes grupos é apenas uma questão estética ou algo mais. Com base na análise documental e metodologia netnográfica analisam-se entrevistas, vídeos de atuações ao vivo, músicas e álbuns de algumas das bandas que mais vezes são acusadas de procurarem esconder uma agenda política por detrás dos seus projetos musicais. Dá-se especial atenção às caixas de comentários relativos aos vídeos analisados, no sentido de perceber qual a perceção dos fãs perante a estética utilizada. A análise permite concluir que se verifica um certo pânico moral em torno das ligações do Neofolk à extrema-direita, embora seja possível concluir que alguns dos projetos analisados tendem, de facto, a fazer com que os fãs percecionem que se estão a defender ideias fascistas, como sucede no caso do marcial industrial, um dos subgrupos do industrial. |
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Estética ou algo mais? O neofolk como veículo de divulgação de ideário de extrema-direitaEstética ou algo mais? O neofolk como veículo de divulgação de ideário de extrema-direitaArticleA música popular tem sido utilizada como meio para a mobilização política. São disso exemplo o folk americano, a chanson française ou a música de intervenção portuguesa dos anos 1960 e 1970 e as suas mensagens anti-guerra. O punk, hip-hop, rap ou Riot Grrrls, em décadas mais recentes, procuram também despertar consciências para questões raciais, de desigualdade de género ou de opressão patriarcal. Menos atenção tem sido dada à utilização da música pela extrema-direita como forma de promoção das suas ideias. O Neofolk tem sido apontado como um dos meios para divulgar ideologia desta índole, devendo-se muita dessa associação à estética usada por algumas bandas. O presente artigo visa clarificar se o recurso à simbologia e indumentária nazifascista por parte destes grupos é apenas uma questão estética ou algo mais. Com base na análise documental e metodologia netnográfica analisam-se entrevistas, vídeos de atuações ao vivo, músicas e álbuns de algumas das bandas que mais vezes são acusadas de procurarem esconder uma agenda política por detrás dos seus projetos musicais. Dá-se especial atenção às caixas de comentários relativos aos vídeos analisados, no sentido de perceber qual a perceção dos fãs perante a estética utilizada. A análise permite concluir que se verifica um certo pânico moral em torno das ligações do Neofolk à extrema-direita, embora seja possível concluir que alguns dos projetos analisados tendem, de facto, a fazer com que os fãs percecionem que se estão a defender ideias fascistas, como sucede no caso do marcial industrial, um dos subgrupos do industrial.Popular music has been used as milieu for political mobilization. Examples of this are American folk, la Chanson Française or portuguese Música de Intervenção from the 60s and 70s and their anti-war messages. Punk, hip-hop, rap, or Riot Grrrls in recent decades have also sought to raise awareness of racial issues, gender inequality, or the patriarchal oppression of societies. Less attention has been paid to the use of music by the extreme right as a means of spreading their ideas. Neofolk has been pointed out as one of the means that is used to divulge fascist ideology, and much of this association is due to the aesthetics used by these bands. This article aims to clarify if the use of fascist symbology and clothing is only an aesthetic resource or something more. Doing document analysis and netnography we investigate interviews, videos of live performances and videos of songs and albums of some of the bands that are most often accused of trying to hide a political agenda behind their musical projects. Special attention is given to the commentary boxes related to the analyzed videos, in order to understand how the fans perceive the aesthetics used. The analysis leads to the conclusion that there is a certain moral panic around the Neofolk connections to the extreme right, although it is possible to conclude that some of the projects analyzed tend, in fact, to make fans believe that they are defending fascist ideas, as in the case of the Martial Industrial, one of the subgroups of Industrial music.DINÂMIA'CET-Iscte2021-10-20T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/articlehttps://revistas.rcaap.pt/cct/article/view/23224por2182-3030Soares, Manuel Pereirainfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2022-09-23T16:03:06Zoai:ojs.revistas.rcaap.pt:article/23224Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T16:05:03.854767Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse |
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