The Sea, the City, and the Machine: the queer modernism of Hart Crane and Álvaro de Campos

Detalhes bibliográficos
Autor(a) principal: Gabriel, João Miguel Palaio de Almeida
Data de Publicação: 2022
Tipo de documento: Dissertação
Idioma: eng
Título da fonte: Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
Texto Completo: http://hdl.handle.net/10451/51588
Resumo: This dissertation aims to contribute to the debate surrounding the intersections of Anglo- American and Portuguese modernisms, through a comparative approach that reads a representative corpus of poems by Álvaro de Campos, and another set of poems by Hart Crane according to three vectors of comparison (the sea, the city, and the machine), predicated on a queer reading of their poetry. As critics have remarked, it is highly unlikely that the two poets ever read — and much less met — each other. However, both show overlapping concerns with gender and sexuality articulated through the three highlighted vectors, which contribute to what is suggested in the title of this paper as a “queer modernism”, a concept used by critic Niall Munro. I contend that the relation Crane and Campos establish with their literary and sociohistorical contexts is mediated by gender and sexuality and operates on a permanent tension between belonging and escaping, which are often conveyed through a conflict between the material and the intellectual selves — the mind and the body.
id RCAP_17c096835832ac209a399bb571aa5d15
oai_identifier_str oai:repositorio.ul.pt:10451/51588
network_acronym_str RCAP
network_name_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository_id_str 7160
spelling The Sea, the City, and the Machine: the queer modernism of Hart Crane and Álvaro de CamposPessoa, Fernando, 1888-1935 - Crítica e interpretaçãoCrane, Hart, 1899-1932 - Crítica e interpretaçãoPoesia portuguesa - séc.20 - Temas, motivosPoesia americana - séc.20 - Temas, motivosLiteratura comparada - Americana e portuguesaModernismo (Literatura)Sexualidade - Na literaturaIdentidade sexual - Na literaturaMar - Na literaturaCidades - Na literaturaEu - Na literaturaTeoria queerTeses de mestrado - 2022Domínio/Área Científica::Humanidades::Línguas e LiteraturasThis dissertation aims to contribute to the debate surrounding the intersections of Anglo- American and Portuguese modernisms, through a comparative approach that reads a representative corpus of poems by Álvaro de Campos, and another set of poems by Hart Crane according to three vectors of comparison (the sea, the city, and the machine), predicated on a queer reading of their poetry. As critics have remarked, it is highly unlikely that the two poets ever read — and much less met — each other. However, both show overlapping concerns with gender and sexuality articulated through the three highlighted vectors, which contribute to what is suggested in the title of this paper as a “queer modernism”, a concept used by critic Niall Munro. I contend that the relation Crane and Campos establish with their literary and sociohistorical contexts is mediated by gender and sexuality and operates on a permanent tension between belonging and escaping, which are often conveyed through a conflict between the material and the intellectual selves — the mind and the body.Este trabalho pretende contribuir para um diálogo académico em torno das intersecções entre os modernismos Anglo-Americano e Português, através de uma abordagem comparativa que lerá e confrontará um corpus de poemas de Álvaro de Campos e de Hart Crane, de acordo com três vectores de comparação (o mar, a cidade e a máquina, referidos no título), articulados através de uma leitura queer dos poemas selecionados. A crítica é consensual ao afirmar que é pouco provável que estes dois poetas se tenham lido mutuamente, e muito mais firme ao afirmar que nunca se conheceram. No entanto, os dois autores demonstram preocupações comuns no que diz respeito à sua relação com a sua identidade de género e sexualidade – o que, em articulação com os três vectores salientados, contribui para o que sugiro no título deste trabalho como sendo um “modernismo queer”, um conceito empregue pelo crítico Niall Munro. Defendo que Crane e Campos estabelecem uma relação com os seus contextos literários e socio-históricos que é mediada pelo género e pela sexualidade, operando numa tensão constante entre a pertença e a fuga, termos que balizam, por sua vez, a relação estabelecida entre o eu intelectual e o eu material de cada autor. Ambos, de forma recorrente, expressam interesse no conflito entre corpo e mente, interesse esse que transborda de forma clara para a sua produção poética. O primeiro capítulo, intitulado “The Sea”, aborda a pertinência do topos “mar” na poesia de Campos e de Crane. Embora sendo central para ambos, o mar desempenha papéis diferentes na poesia de Campos e de Crane. No entanto, o uso que os dois poetas fazem dele tem algumas sobreposições funcionais. Dada a sua extensão imensa, o oceano afigura-se como incognoscível. Assim, torna-se possível que corpos e sujeitos não-normativos sejam capazes de realizar através dele os seus desejos mais íntimos e proibidos. Para Crane, o mar é uma fonte de dor e de esperança, sempre com uma quantidade significativa de perigo acrescido. Os sentimentos expressos pelo sujeito poético do sexteto “Voyages”, bem como as acções que ele realiza, estabelecem uma relação simbiótica com o espaço em que se desenrolam. O mar surge aqui como um meio afastado da especificidade, que será analisado como uma atopia barthesiana: precisamente por ser um espaço “sem sítio”, pode acolher seres que foram expulsos das fronteiras da normatividade. No entanto, os perigos do mar não passam despercebidos. Na liberdade que é concedida através deste desconhecimento, há um sentimento constante de desgraça, exemplificado pelo sujeito poético mudo de “Voyages I”, que termina o poema ao anunciar a máxima “the bottom of the sea is cruel”. A crueldade do mar de Crane é exacerbada no caso de Campos. O motivo do navio representa a era a que Campos anseia pertencer, por oposição à sua, de que deseja escapar. Os piratas do navio encarnam essa mesma era, esse contexto. São, por isso, um meio privilegiado para Campos realizar a sua fuga. Considero útil enquadrar, neste caso, o navio no conceito de “heterotopia” de Foucault, espaço fora de todos os outros, moldável aos usos e condições dos seus utentes; torna-se operante, pois, a fantasia de que os piratas possam acolher um outro no sei seio. Como também veremos em capítulos posteriores, o corpo do sujeito de enunciação é o meio de eleição para receber e realizar este esforço de inclusão. O sujeito de “Ode Marítima” realiza performances de género para permitir que o seu corpo seja transfigurado por estes agentes de outra época, relegando-se a uma posição passiva. A passividade não é exclusiva da "Ode Marítima" e tornar-se-á um conceito fundamental no segundo e terceiro capítulos desta dissertação, nomeadamente na "Ode Triunfal", onde tal passividade recebe um nome — o poeta deseja tornar-se “passento”. No caso de “Ode Marítima”, a violência sexual a que se deseja sujeitar o corpo material deve ter lugar num corpo que é fundamentalmente feminino, talvez na esperança de que, desprovido de masculinidade, o corpo passivo seja também um corpo permeável. Tanto para Crane como para Campos, o mar é um topos privilegiado para a exploração de desejo não-normativo, em articulação estrita com o contexto cultural e histórico em que escrevem. O desenvolvimento do segundo capítulo, “The City”, faz-se a partir de uma abordagem cosmopolita e urbana a dois poemas: “Posessions”, de Crane, e “Tabacaria”, de Campos. Estes dois poetas adoptam duas abordagens muito diferentes para a mesma preocupação global: a busca por relações humanas e o seu lugar nos seus contextos, enquanto sujeitos queer. Estas questões são abordadas na poesia de formas díspares. Enquanto Crane explora a complexidade da paisagem urbana em primeira mão, para entregar a sua auto-percepção aos corpos de outros homens que procuram, como ele, um sentido de pertença e ligação através da realização sexual, Campos, por outro lado, opta por permanecer acima do nível da rua, num apartamento, tornando-se um observador da vivência urbana e cosmopolita, mas não um praticante em primeira mão. Ele existe isolado do seu contexto, simultaneamente dentro e fora dele. O sujeito poético observável em "Tabacaria" não explora as ruas e os corpos que as povoam em busca da sua identidade da mesma forma que Crane e, portanto, expressa implicitamente uma vontade de regresso a um estado idealizado de pureza que já não existe — no fundo, uma fuga. Aqui, não reconhecemos o Campos energético de "Ode Marítima", ou, como veremos no capítulo seguinte, de "Ode Triunfal". Em consequência, a sexualidade não desempenha um papel expressivo em “Tabacaria”, tornando-se em vez disso significativa através da sua omissão gritante. O cenário que obriga o sujeito poético a isolar-se priva-o igualmente das suas sensações, tornando ineficaz as tentativas de se relacionar com o seu contexto através de qualquer tipo de impulso sexual. De facto, a cidade — a metrópole moderna — é um supressor da bravura que facilmente associaríamos a Campos. No entanto, o mesmo não se pode dizer em relação a Crane. Se para Campos a cidade aniquila a sua vontade de ligação, para Crane é exactamente o contrário. De facto, a geografia da metrópole moderna é o principal elemento facilitador da concretização de um desejo não-normativo, assumindo um papel fulcral não só ao permitir que se infiltre nos encontros sexuais entre homens o anonimato — possível através da entropia própria da existência urbana que torna os indivíduos anónimos no meio de uma multidão —, mas também que se redefina o seu mapeamento, na medida em que os sujeitos a criam através do uso que dela fazem. A prática de cruising tem uma relação simbiótica com a cidade: só existe graças à própria cidade e, inversamente, a própria cidade é definida pelos comportamentos daqueles que a habitam, ajustando a sua geografia em conformidade (como é o caso de Greenwich Village, uma cidade dentro de uma cidade). Crane tira partido disso. Em última análise, os dois poetas dependem da cidade para enquadrar não só os seus esforços humanos, mas também a sua poesia. Finalmente, o terceiro capítulo, “The Machine”, explora o papel desempenhado pela máquina em dois poemas fulcrais, “Ode Triunfal”, de Campos, e “For the Marriage of Faustus and Helen”, de Crane. As abordagens de cada um deles são muito diferentes, mas convergem na atenção prestada à tensão entre a componente material e a componente intelectual do eu. O sujeito poético de "Ode Triunfal" é diferente daquele que conhecemos em "Tabacaria" — que, na cronologia de Pessoa, herdaria os méritos e deméritos deste triunfo — e também distinto daquele que conhecemos em "Ode Marítima", embora a crítica os faça partilhar um mesmo espaço cronológico na obra de Campos. De facto, tal como o alvoroço que descreve ao longo do poema, parece que o nosso triunfante sujeito de enunciação está preso dentro de um limbo sensacionista, não tão violentamente negativo como nos seus tempos de marinheiro, nem tão letárgico e melancólico como na cidade. A sua propensão sensacionista ditaria que ele sofresse a notória indefinição de um novo sentido de si — extemporâneo, único, incapaz de pertencer, sem qualquer correlação com o seu próprio sentido de identidade. O seu corpo, porém, é um objecto material, e, como tal, é uma parte física desta era. Assim, não se pode facilmente subtrair dela, não sem sofrer a violência e a dor extremas que o conformariam com o eu intelectualizado. A dor torna-se um mediador privilegiado entre o eu e o seu contexto e é utilizada segundo uma lógica utilitária. Louvando as máquinas omnipresentes e naturalizadas, o sujeito poético não deixa de ansiar pela destruição do seu corpo às suas mãos, erotizando a máquina e relegando o seu corpo para uma posição passiva (e, portanto, permeável), onde o sexo — não estritamente heterossexual — é também um instrumento de aculturação. Isto é feito de acordo com a poética do futurismo, que canta os louvores da máquina, por vezes em detrimento da humanidade, e do corpo feminino em particular. Longe de partilhar o entusiasmo futurista de Campos, Crane adopta a máquina na sua poesia como parte naturalizada da sua paisagem modernista e utiliza-a para resgatar um sentido de identidade de um passado que guarda um conjunto de valores em falta no seu próprio tempo. “For the Marriage of Faustus and Helen” é, entre os primeiros trabalhos de Crane, uma tentativa de resgatar a sua modernidade, não só do ponto de vista técnico e poético, mas também do ponto de vista cultural e ideológico. Crane está a reescrever a história do seu tempo, partindo da perspectiva dominante dos seus contemporâneos. Afinal, as suas preocupações com a máquina, a explosão do eu, o apagamento de empreendimentos líricos, e tudo o que essas coisas implicam, são fundamentalmente as mesmas. A divergência vem da sua ênfase num resultado positivo para tudo isto. Ao contrário de The Wasteland, de T. S. Eliot, "Faustus e Helen" deixa-nos esperançosos, estabelecendo um futuro mais optimista do que aquele que os contemporâneos de Crane poderiam esperar, ao esboçar um possível itinerário para a cura da sua era e da sua cultura. As figuras de Helen (beleza) e Fausto (tecnologia e progresso), com as quais o sujeito poético se identifica, são os dispositivos metonímicos que o acompanham através das três secções do poema. Estas secções são elas próprias representativas de diferentes aspectos da era que Crane está a tentar descrever: desde um verdadeiro catálogo de estímulos urbanos e tecnológicos na primeira secção, acompanhado por uma exploração do impacto que provocam nas mentes e corpos daqueles que os experienciam, à transliteração idiomática dos novos ritmos do Jazz e da musicalidade, culminando no horror absoluto da guerra — todas estas coisas se servem da máquina para alcançar o objectivo final de reconstruir um mundo a partir das cinzas.Na medida em que os dois poetas têm claras intenções programáticas nos seus poemas, ambos sinalizam aspectos comuns aos seus contextos. Estes, apesar de geograficamente separados, são passíveis de se associar através dos temas de ambos os poetas, nomeadamente na importância que cada um deles coloca na sua sexualidade e identidade de género — em ambos, um instrumento vital para permitir o objectivo final de encapsular os estímulos da modernidade. Ainda que não seja possível relacionar Pessoa/Campos e Crane através de uma abordagem estritamente textual ou filológica, dado que não existe nenhum contacto conhecido ou registado entre os dois, considerando a ênfase que ambos colocam na tentativa de definir os seus respectivos contextos, foi possível encontrar tópicos transversais a ambos. Além disso, os dois poetas partilham a mesma bagagem literária: as referências a autores como Walter Pater, Walt Whitman, ou Friedrich Nietzsche são feitas de forma semelhante, para servir propósitos análogos. A poesia dos dois contribui para um esforço de recuperação e definição do seu tempo. Quando tal poesia é lida através da lente do género e da sexualidade levanta, sem dúvida, questões inesgotáveis e altamente estimulantes que, espera-se, alimentarão a maquinaria da poesia modernista e permitirão reenquadrá-la num contexto que nem mesmo o mais aventureiro dos futuristas conseguiria conceber. É possível trazer estes debates para o nosso presente e aproveitar as contribuições da poesia para continuar a remodelar as nossas múltiplas e mutáveis percepções de nós próprios, do tempo e do espaço — de pertencer a uma era, dentro de um eu não-conforme, escapista.Gato, Margarida Vale deAraújo, SusanaRepositório da Universidade de LisboaGabriel, João Miguel Palaio de Almeida2022-03-03T15:07:55Z2022-02-112022-02-282022-02-11T00:00:00Zinfo:eu-repo/semantics/publishedVersioninfo:eu-repo/semantics/masterThesisapplication/pdfhttp://hdl.handle.net/10451/51588TID:202943968enginfo:eu-repo/semantics/openAccessreponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãoinstacron:RCAAP2023-11-08T16:56:25Zoai:repositorio.ul.pt:10451/51588Portal AgregadorONGhttps://www.rcaap.pt/oai/openaireopendoar:71602024-03-19T22:02:52.543897Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informaçãofalse
dc.title.none.fl_str_mv The Sea, the City, and the Machine: the queer modernism of Hart Crane and Álvaro de Campos
title The Sea, the City, and the Machine: the queer modernism of Hart Crane and Álvaro de Campos
spellingShingle The Sea, the City, and the Machine: the queer modernism of Hart Crane and Álvaro de Campos
Gabriel, João Miguel Palaio de Almeida
Pessoa, Fernando, 1888-1935 - Crítica e interpretação
Crane, Hart, 1899-1932 - Crítica e interpretação
Poesia portuguesa - séc.20 - Temas, motivos
Poesia americana - séc.20 - Temas, motivos
Literatura comparada - Americana e portuguesa
Modernismo (Literatura)
Sexualidade - Na literatura
Identidade sexual - Na literatura
Mar - Na literatura
Cidades - Na literatura
Eu - Na literatura
Teoria queer
Teses de mestrado - 2022
Domínio/Área Científica::Humanidades::Línguas e Literaturas
title_short The Sea, the City, and the Machine: the queer modernism of Hart Crane and Álvaro de Campos
title_full The Sea, the City, and the Machine: the queer modernism of Hart Crane and Álvaro de Campos
title_fullStr The Sea, the City, and the Machine: the queer modernism of Hart Crane and Álvaro de Campos
title_full_unstemmed The Sea, the City, and the Machine: the queer modernism of Hart Crane and Álvaro de Campos
title_sort The Sea, the City, and the Machine: the queer modernism of Hart Crane and Álvaro de Campos
author Gabriel, João Miguel Palaio de Almeida
author_facet Gabriel, João Miguel Palaio de Almeida
author_role author
dc.contributor.none.fl_str_mv Gato, Margarida Vale de
Araújo, Susana
Repositório da Universidade de Lisboa
dc.contributor.author.fl_str_mv Gabriel, João Miguel Palaio de Almeida
dc.subject.por.fl_str_mv Pessoa, Fernando, 1888-1935 - Crítica e interpretação
Crane, Hart, 1899-1932 - Crítica e interpretação
Poesia portuguesa - séc.20 - Temas, motivos
Poesia americana - séc.20 - Temas, motivos
Literatura comparada - Americana e portuguesa
Modernismo (Literatura)
Sexualidade - Na literatura
Identidade sexual - Na literatura
Mar - Na literatura
Cidades - Na literatura
Eu - Na literatura
Teoria queer
Teses de mestrado - 2022
Domínio/Área Científica::Humanidades::Línguas e Literaturas
topic Pessoa, Fernando, 1888-1935 - Crítica e interpretação
Crane, Hart, 1899-1932 - Crítica e interpretação
Poesia portuguesa - séc.20 - Temas, motivos
Poesia americana - séc.20 - Temas, motivos
Literatura comparada - Americana e portuguesa
Modernismo (Literatura)
Sexualidade - Na literatura
Identidade sexual - Na literatura
Mar - Na literatura
Cidades - Na literatura
Eu - Na literatura
Teoria queer
Teses de mestrado - 2022
Domínio/Área Científica::Humanidades::Línguas e Literaturas
description This dissertation aims to contribute to the debate surrounding the intersections of Anglo- American and Portuguese modernisms, through a comparative approach that reads a representative corpus of poems by Álvaro de Campos, and another set of poems by Hart Crane according to three vectors of comparison (the sea, the city, and the machine), predicated on a queer reading of their poetry. As critics have remarked, it is highly unlikely that the two poets ever read — and much less met — each other. However, both show overlapping concerns with gender and sexuality articulated through the three highlighted vectors, which contribute to what is suggested in the title of this paper as a “queer modernism”, a concept used by critic Niall Munro. I contend that the relation Crane and Campos establish with their literary and sociohistorical contexts is mediated by gender and sexuality and operates on a permanent tension between belonging and escaping, which are often conveyed through a conflict between the material and the intellectual selves — the mind and the body.
publishDate 2022
dc.date.none.fl_str_mv 2022-03-03T15:07:55Z
2022-02-11
2022-02-28
2022-02-11T00:00:00Z
dc.type.status.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/publishedVersion
dc.type.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/masterThesis
format masterThesis
status_str publishedVersion
dc.identifier.uri.fl_str_mv http://hdl.handle.net/10451/51588
TID:202943968
url http://hdl.handle.net/10451/51588
identifier_str_mv TID:202943968
dc.language.iso.fl_str_mv eng
language eng
dc.rights.driver.fl_str_mv info:eu-repo/semantics/openAccess
eu_rights_str_mv openAccess
dc.format.none.fl_str_mv application/pdf
dc.source.none.fl_str_mv reponame:Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
instname:Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron:RCAAP
instname_str Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
instacron_str RCAAP
institution RCAAP
reponame_str Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
collection Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos)
repository.name.fl_str_mv Repositório Científico de Acesso Aberto de Portugal (Repositórios Cientìficos) - Agência para a Sociedade do Conhecimento (UMIC) - FCT - Sociedade da Informação
repository.mail.fl_str_mv
_version_ 1799134579108347904